Foo Fighters – Resenha de “Concret And Gold” (2017)

 
Foo Fighters Concrete And Gold
Foo Fighters: “Concrete And Gold” (2017, RCA, Sony Music) NOTA:9,0

“T-Shirt” assusta de saída quem se dignar a ouvir o novo álbum do Foo Fighters, afinal, seus primeiros segundos soam como um indie/folk insosso tão praticado ultimamente.

Mas não, “Run” nos mostrará que é simplesmente a banda de Dave Ghrol executando uma nova versão do “morde e assopra” iniciado pelo Pixies, energizado pelo Nirvana e aprimorado por eles mesmos, afinal, como o próprio Ghrol disse com certo exagero, “Concret And Gold”, nono álbum de estúdio do Foo Fighters, é como uma “versão Motorhead para Sgt. Peppers”, “uma versão Slayer do Pixies”, ou  “um Black Sabbath no modo Pink Floyd.

E pra não dizer que ele foi tão exagerado assim, o desfecho com a faixa-título tem sim uma vibração “mezzo sabática, mezzo pinkfloydiana”.

Polivalente, Dave Ghrol apresenta o passo seguinte ao projeto megalomaníaco que prestou, com maestria, uma homenagem à música americana, com documentário em oito partes e um álbum de canções inéditas, intitulado “Sonic Highways”, lançado em 2015, e indiscutivelmente um álbum pretensioso, mas que atinge seus objetivos com belas canções em um conjunto de harmonias corajosas, em busca de novas sonoridades e influências para a música da banda.

Agora, dois anos mais tarde, “Concrete and Gold” mantém a sonoridade dos últimos trabalhos, ainda muito amarrado a “Sonic Highways”, mas buscando a força roqueira de “Wasting Light” (2011), além de pincelar autorreferências aos seus álbuns iniciais, principalmente em faixas como “Arrows” (que poderia estar em seu segundo disco), e na ótima “Dirty Water”, que lembra “Big Me” do longínquo primeiro álbum.

Facilmente estes são dois dos melhores momentos deste novo capítulo de sua discografia junto a “Happy Ever After (Zero Hour)”, uma faixa com um “q” de Paul McCartney, que realmente aparece na ótima “Sunday Rain”, uma faixa com espírito de Rock setentista, mas tocando bateria, enquanto  Taylor Hawkins vai para os vocais.

Esse quarteto de faixas mostra que mesmo sem inovações ou imprevisibilidades, a banda consegue manter o alto nível ao cunhar ótimas canções, com uma alta sensibilidade para melodias e timing perfeito para a fúria, como na estranheza iracunda e envolvente de “La Dee Da”.

E mesmo com toda essa “salada de si mesmo”, o Foo Fighters se mostra um tanto quanto mais compacto e direcionado que no álbum anterior, girando em torno de uma dualidade entre o áspero acinzentado do Rock agressivo e o brilho dourado das texturas lapidadas, dialogando entre si numa dança caleidoscópica dentro dos arranjos com vocais sobrepostos e contra-melodias, por sua vez entrecortados por grandes refrãos, guitarras e alguns gritos.

Características estas que fizeram do Foo Fighters, provavelmente, a maior banda de rock em atividade nos Estados Unidos surgida após o estouro do grunge nos anos 1990, mesmo quando o vento sopra forte contra seus esforços.

Afinal, quando a banda se agiganta deste modo, cobranças desmedidas e maldizeres a seu respeito são quase obrigações! Para estes a banda deixou um recado nos segundo finais do álbum.

O mais importante é que no tangente à sonoridade, buscaram um alicerce essencialmente grunge para este novo trabalho, onde a fórmula de alternar distorção e berros viscerais com limpidez melódica, aprendida por Ghrol ainda nos tempos de Nirvana, parece revitalizada e relativamente camuflada pelo apelo moderno da produção de Greg Kurstin, nome forte dentro da música pop atual. Ele é o cara que co-escreveu “Hello”, da Adele.

Pegue “Make It Right”, “The Sky Is A Neighborhood”, “The Line”, por exemplo, e tenha a dimensão exata de como isso foi feito.

Alem disso, existe uma clara preocupação em trabalhar bem os artifícios vocais das composições, que ainda carregam o senso épico de “Sonic Highways”, mas vestidas de modo mais acessível. Não, o Foo Fighters não mudou drasticamente sua sonoridade, apenas continua experimentando remodelações do Rock Alternativo, do Classic Rock, e fazendo disso tudo uma grande festa.

Outro fato interessante de “Concrete And Gold” é que está é a primeira vez em dez anos que gravam um álbum completo em um grande estúdio comercial, um complexo originalmente construído para Frank Sinatra, e onde o Nirvana mixou seu “Unplugged MTv”. O último álbum em que isso aconteceu foi “One By One”, de 2007.

Fica claro, principalmente neste último álbum, que a banda atingiu um patamar de popularidade que pode se dar ao luxo de se divertir com a forma básica de “Wasting Light” ou na megalomania de “Sonic Highways”, e manter a excitação do trabalho ainda bem aguçada!

Mais um belíssimo álbum do Foo Fighters!

Confira o clipe de “Run”… [youtube https://www.youtube.com/watch?v=ifwc5xgI3QM&w=560&h=315]

Confira o clipe de “The Sky Is A Neighborhood”… [youtube https://www.youtube.com/watch?v=TRqiFPpw2fY&w=560&h=315]

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