Metal Church – Resenha de “Damned If You Do” (2018)

 

Metal Church Damned If You Do
Metal Church: “Damned If You Do” (2018, Shinigami Records) NOTA:8,0

O Metal Church vive uma fase tão prolífica que “Damned If You Do” já é o terceiro lançamento da banda em três anos. O décimo segundo disco da carreira!

Desde a volta do vocalista Mike Howe para o “púlpito da Igreja do Metal”, tivemos o ótimo “XI” (2016 | que resenhamos aqui) e o disco ao vivo “Classic Live” (2017 | que resenhamos aqui), e a banda vem empolgando os fãs de heavy metal pela forma com que trabalham os cânones do gênero usando seu próprio legado como molde.

Nesse contexto, “Damned If You Do” não só dá continuidade à ótima fase do Metal Church, mas também faz de Mike Howe, agora, o vocalista que mais gravou discos com a banda (cinco, ao todo). Claro, sem falar na aula de classe metálica, aos moldes de nomes como Judas Priest e Accept promovida nestas novas dez faixas.

Ou seja, “Damned If You Do” é um disco com peso, melodia, inteligência musical e técnica apurada, que formatam arranjos empolgantes, destacando o incisivo trabalho de guitarras.

Claro que se comparado a “XI”, mesmo ambos sendo calcados no metal clássico, “Damned If You Do” é um disco menos ousado em seus arranjos e menos versátil em termos dinâmicos. Principalmente no que tange à estrutura das composições, riffs (que agora estão mais previsíveis) e linhas vocais (mais diretas).

Mesmo assim, “Damned If You Do” envolve e cria uma relação apaixonada com o ouvinte por resgatar aquele sentimento de adrenalina, força e poder que os antigos discos do heavy metal conferiam ao fãs. E esse é um elemento altamente capaz de rivalizar com a ousadia e criatividade mais afloradas do álbum anterior.

Até por isso, “By the Numbers” (Que refrão! Que riff!), “Into the Fold” (muita atenção ao trabalho brilhante do baterista Stet Howland), e “Monkey Finger” (com groove hard n’ heavy encorpado e certeiro) são daqueles momentos memoráveis do classic metal proporcionados em “Damned If You Do”.

A faixa de abertura, que é também a faixa-título, já promete, de saída, essa retomada aos movimentos canônicos mais diretos do heavy metal, com melodia inserida num pesado contexto thrash/heavy metal.

“Damned If You Do”, a faixa, é um início carregado de tensão dramática e com refrão envolvente, cativando os ouvidos que se comprazem às referências clássicas, mas não esperam uma autocópia.

Um sentimento que ganha ainda mais força na sequência com a ótima “The Black Things”, uma aula de como fazer heavy metal no presente, mas com os olhos virados para o passado.

E por falar em olhar para o passado, “Guilhotine” poderia estar em “Hangin’ in the Balance” (1993), com sua pegada ritmada e cadencia diferenciada, guiada por riffs pesados e guitarras dramáticas, enquanto a já citada “Monkey Finger” traz aquela vibe do álbum “The Human Factor” (1993).

Não só reflete um Metal Church com espírito renovado para converter maturidade, inspiração e energia em composições empolgantes, bem como, “Damned If You Do”, é um disco onde forma e conteúdo trazem a personalidade da banda em cada harmonia, acorde, e transição.

Pegue “Revolution Underway”, por exemplo. Uma faixa em que as guitarras e a bateria dialogam sobre a filosofia da técnica em prol do heavy metal.

Aliás, mesmo que as guitarras de Kurdt Vanderhoof e Rick Van Zandt sejam as guias do trabalho, não dá pra ignorar que o brilho maior neste “Damned If You Do” vem da bateria de Stet Howland, instilando sua indelével personalidade em cada composição. (Sendo repetitivo…) “Into the Fold” que o diga!

Isso tudo gera uma dinâmica variada, provendo energia de artifícios diferentes, atritando groove, velocidade, e melodias de formas e tonalidades diferentes, criando um repertório coeso, instigante e com remissões ao próprio legado, como em “Rot Away”, Out of Balance”, “The War Electric” e a própria faixa-título, que chegam a lembrar alguns momentos dos dois primeiros, e clássicos, discos!

“Damned If You Do” é um disco mais espontâneo que cerebral. Até por isso, preste atenção aos refrãos! Alguns até trazem uma carga épica que confere uma dinâmica interessante, quase power metal em certas faixas.

Em suma, temos um disco de heavy metal seguindo os mandamentos do gêneros, e que empolga pelo peso e pelos estratagemas clássicos!

Ajoelhai e agradecei-vos, irmãos! A Igreja do Metal está viva e conclama seus fiéis ao culto ao heavy metal!

TRACKLIST

1. Damned If You Do
2. The Black Things
3. By the Numbers
4. Revolution Underway
5. Guillotine
6. Rot Away
7. Into the Fold
8. Monkey Finger
9. Out of Balance
10. The War Electric

FORMAÇÃO

Mike Howe »» vocal
Kurdt Vanderhoof »» guitarra
Stet Howland »» bateria
Steve Unger »» baixo
Rick Van Zandt »» guitarra

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