Electric Callboy, antes Eskimo Callboy, é uma banda alemã de metalcore eletrônico. Com sucesso global, seu sexto álbum “Tekkno” mistura metalcore com elementos eletrônicos, criando um som único. Este artigo explora o álbum “Tekkno”, analisando sua produção, letras e impacto no gênero.
Electric Callboy, anteriormente conhecido como Eskimo Callboy, é uma banda alemã que tem se destacado no cenário do metalcore eletrônico. Com uma trajetória marcada por shows esgotados em diversos países e uma presença online consolidada, a banda alcançou mais de 150 milhões de visualizações no YouTube, mais de 500 mil seguidores em redes sociais e mais de 1,5 milhão de ouvintes mensais no Spotify.
Seu sexto álbum de estúdio, “Tekkno”, lançado em 2022, reforça estes alemães ainda mais como uma das grandes influências do metalcore eletrônico. Através de uma produção moderna, a banda, originária de Castrop-Rauxel, Alemanha, apresenta neste trabalho uma diversidade sonora que vai além do metalcore tradicional. Além disso, “Tekkno” inclui colaborações notáveis, como a participação do rapper alemão Finch na faixa ‘Spaceman’ e da banda americana Conquer Divide em ‘Fuckboi’.
A edição nacional, lançada no Brasil pela parceria entre os selos Century Media e Shinigami Records, é a conhecida “Tekkno (Tour Edition)”, que inclui versões ao vivo de algumas das faixas mais populares da banda, gravadas durante sua turnê europeia de 2022. Essas gravações ao vivo capturam a energia e o entusiasmo das performances do Electric Callboy, oferecendo uma experiência imersiva que vai além do áudio do estúdio.
Neste artigo, queremos explorar o universo de “Tekkno” e da banda Electric Callboy, mergulhando em uma análise completa e informativa.
O que é metalcore eletrônico?
Pra resumir, metalcore eletrônico é um subgênero musical frenético que emerge da fusão entre o metalcore, conhecido por seus riffs intensos e vocais que alternam entre gritos e melodias, e elementos da música eletrônica, como sintetizadores e batidas digitais.
Essa combinação cria uma sonoridade única, onde a energia e a agressividade do metalcore se encontram com a vibração e a inovação da música eletrônica, sendo também conhecida como electronicore, synthcore ou trancecore. Imagine uma música onde os riffs de guitarra pesados e a bateria acelerada do metalcore se unem a ritmos eletrônicos pulsantes.
Bandas que exploram esse subgênero muitas vezes utilizam sintetizadores para adicionar camadas de som, criando atmosferas que vão desde o etéreo até o frenético. Esses elementos eletrônicos podem servir tanto para intensificar os momentos mais pesados quanto para oferecer um contraste melódico, adicionando uma dimensão adicional à música.
É neste universo musical em que mora o Ellectric Callboy. Aliás a banda alemãs desempenha um papel significativo no metalcore eletrônico, atuando como um dos expoentes deste subgênero. Isso porque eles conseguem criar músicas que mantêm a energia e a intensidade do metalcore, enquanto introduzem uma dimensão adicional de acessibilidade e apelo mainstream através dos elementos eletrônicos.
Por que a banda Eskimo Callboy mudou o nome para Electric Callboy?
A mudança de nome da banda Eskimo Callboy para Electric Callboy foi motivada por uma conscientização crescente sobre as conotações potencialmente discriminatórias do termo “Eskimo”.
Em um comunicado divulgado no final do ano anterior à mudança, a banda expressou um pedido de desculpas por letras passadas que poderiam ser vistas como discriminatórias. Eles reconheceram que, embora o humor e a ironia sejam partes integrantes de sua música, existem limites para isso.
A banda enfatizou seu compromisso com a tolerância e a mente aberta, se posicionando contra qualquer forma de racismo e exclusão.
Durante os meses seguintes, a banda se envolveu em discussões com fãs e realizou pesquisas próprias sobre o termo “Eskimo”, o que os levou a uma compreensão mais profunda de suas implicações.
Como resultado, eles decidiram mudar o nome para Electric Callboy, uma escolha que reflete seu desejo de evoluir e se adaptar com base no conhecimento adquirido e na sensibilidade às questões culturais e sociais.
A mudança de nome foi anunciada junto com um vídeo que também condenava a invasão russa da Ucrânia, demonstrando o compromisso da banda com questões de relevância global e a promoção da paz e solidariedade.
“Tekkno” é o primeiro álbum da banda alemã sob o nome de Electric Callboy.
Electric Callboy: Resenha de “Tekkno”
De cara posso dizer que “Tekkno” é uma jornada musical ousada, diversificada e que força as fronteiras do metalcore até suas últimas consequências, incorporando elementos de trance, pop, death metal, schlager e punk.
As 10 músicas que completam o repertório original do disco são uma celebração da diversão, do humor e do sarcasmo, mantendo uma energia contagiante do início ao fim, sem qualquer queda na qualidade.
A banda explora muito bem os elementos eletrônicos e de dance music, criando uma obra basilar do que poderia ser descrito como rave-metal, sendo capaz animar qualquer festa, mesmo entre aqueles não familiarizados com o metalcore (aliás eu testei este disco na academia e deu muito certo, também).
A estrutura musical de “Tekkno” é uma prova de que mesmo com tanta dose de humor eles levam o trabalho muito a sério. Mesmo nas faixas menos centradas em sintetizadores, a composição e execução são feitas de forma que as linhas de sintetizador são transpostas para guitarras, permitindo que o ouvinte seja cativado tanto nas partes de breakdown quanto nas partes, digamos, mais eletropop.
Os componentes eletrônicos do álbum são inteligentemente escolhidos e encaixados na musicalidade do Electric Callboy, elevando o metalcore a um patamar, que se não é novo, soa renovado pela energia de uma dinâmica musical vibrante e calorosa.
Isso porque o Electric Callboy não se limita a seguir tendências modernas na implementação de sintetizadores. Eles buscam inspiração em clássicos dos anos 80, 90 e início dos 2000, como eurodance, eurobeat, trance, acid house e hardstyle. Essa escolha reflete um amor incondicional por vibrações clássicas e envolventes que cria um laço de familiaridade com o ouvinte.
Um dos destaques vai para os vocais, pois Kevin Ratajczak e Nico Sallach se complementam com carisma, equilibrando energia divertida e habilidade técnica. Liricamente, o álbum é predominantemente leve, com ganchos engraçados e inteligentes, mas também há momentos de emoção genuína em faixas como “Mindreader”, “Parasite” e “Neon”.
Já “Arrow of Love” se destaca com letra sobre o “amor”, acompanhadas de riffs furiosos, tipicamente heavy metal. É muito interessante perceber como a banda consegue equilibrar elementos que normalmente causariam uma dissonância harmônica e estílica, mas que aqui fazem sentido perfeito.
A faixa “Tekkno Train” é outra prova disso e um destaque do repertório pelos versos hilários e uma linha de baixo sintetizada irresistível. Por sua vez, “We Got The Moves” apresenta um breakdown hardstyle de ouvir várias vezes seguidas, complementado por vocais certeiros, sendo uma das melhores músicas que ouvi ainda em 2023.
Neste caminho, este álbum é repleto de momentos cativantes, desde a insanidade de “Hurrikan” (que começa como uma canção schlager alemã antes de mergulhar no deathcore), passando pelo groove synthpop de “Neon”, a energia punk clássica dos anos 2000 em “Fuckboi”, até os refrãos certeiros de “Spaceman” (que ainda aparece um uma versão ao vivo na edição nacional. É quase impossível não sentir cada batida deste álbum e não se deixar levar pela música.
No entanto, “Tekkno” não é apenas diversão. A banda demonstra uma habilidade notável em mesclar gêneros e estilos, criando uma sonoridade que aos meus ouvidos soa mesmo tempo inovadora e familiar. As faixas são bem produzidas, com execução segura e letras divertidas.
Olhando com um pouco mais de rigor, “Tekkno” poderia se beneficiar de um pouco mais de polimento, tanto nas transições quanto na sobreposição de texturas. No entanto, isto seria ficar buscando defeitos apenas para saciar a necessidade de apontá-los numa resenha que ressalta sempre a verdade de que nenhum disco é perfeito. “Tekkno” não é perfeito, mas é muito divertido e envolvente, o que já vale deixar seus pontuais defeitos de lado.
Em resumo, “Tekkno”, sexto (ou primeiro?) disco do Electric Callboy, é um álbum que não deve ser subestimado. O álbum é uma explosão de energia pura e arranjos genuinamente cativantes para mentes abertas que fazem cada faixa ser uma experiência alegre.
“Tekkno” é, sem dúvida, uma viagem emocionante no trem do metalcore eletrônico.
Conclusão
Para resumir tudo, “Tekkno” do Electric Callboy é uma fusão provocante e envolvente de metalcore e música eletrônica, oferecendo uma experiência musical única. Com arranjos criativos e letras bem sacadas, o álbum se destaca no cenário musical. Apesar de pequenas imperfeições, “Tekkno” é minha primeira aceitação dentro do metalcore eletrônico, por ser repleto de energia e diversão.
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