Dimmu Borgir | 5 discos para conhecer a banda de Black Metal

 

A importância do Dimmu Borgir para o black metal é gigantesca, pois mudou as regras do jogo das formas norueguesas do estilo, rompendo principalmente com a estética anti-comercial.

Neste artigo pinçamos cinco discos para representar toda a discografia banda norueguesa Dimmu Borgir. Não necessariamente os melhores, mas aqueles que representem todas as suas fases.

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Investigando a discografia do Dimmu Borgir podemos ver que desde “For all tid” (1995) a banda apresenta num disco algo que o difere dos outros, numa inquietude criativa que reuniu muitas críticas mesmo em seus melhores momentos. Na virada do milênio, o parlamento polonês exibia um pôster da banda Dimmu Borgir como exemplo de satanismo.

Se buscarmos o real significado de seu nome veremos que ele significaria algo como Castelo Negro e advém de uma formação rochosa vulcânica situada na Islândia, onde acredita-se que seja um portal para o inferno. Nome melhor para uma banda de Black Metal não existiria, mas acredito que o parlamento polonês poderia ter escolhido uma gama de nomes mais satânicos e “perigosos” que o Dimmu Borgir.

Mas sabe o motivo da escolha? A banda norueguesa figura no mainstream do Heavy Metal europeu! E sabe de onde vem o esse sucesso? Da capacidade e coragem de ousar, de extrapolar os limites impostos por regras! Álbuns como “Stormblåst” (1996), “Enthrone Darkness Triumphant” (1997), “Puritanical Euphoric Misanthropia” (2001), e “Death Cult Armageddon” (2003) evidenciam uma evolução musical que vai alem do Black Metal, incorporando elementos diferenciados em sua fórmula, mas sem deixar dúvidas de onde originalmente vieram.


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Dimmu Borgir: 5 discos para conhecer a mais famosa banda do Black Metal norueguês

Abaixo escolhemos os cinco melhores discos para representar toda a discografia banda norueguesa Dimmu Borgir, talvez a banda mais famosa da segunda onda doblack metal. Escolhemos, não necessariamente os melhores, mas aqueles que representem todas as suas fases e a sua capacidade e coragem de ousar, indo além das regras ensimesmadas de um estilo de heavy metal tão rígido!

1) “For All Tid” (1995)

Desde sua gênese, na Noruega em 1993, investiam numa forma pessoal de Black Metal, com peso, melodia, velocidade, e teclados, este último um instrumento que beirava o ultraje dentro do gênero, mas que levou a banda a um outro patamar de popularidade, muito pela envolvência do clima obscuro, requintando e sinfônico que criava. Podemos dizer que junto ao Emperor, a banda foi uma das precursoras do afluente sinfônico do Black Metal, fortemente inspirados pelo que o Celtic Frost fez em “Into The Pandemonium” (1987).

Surgida na época onde o black metal norueguês apresentava seus clássicos mais basilares, o DImmu Borgir contribuiu para a cena com um disco renovador, mesmo que ele seja o mais diferente de todos os presentes em sua discografia. Dificilmente quando pensa-se na sonoridade do Dimmu Borgir lembramos de “For All Tid”, mas seu clima frio, gótico e medieval faz dele um disco ótimo, apesar de difícil de ser absorvido, e que merece ser redescoberto.

2) “Enthrone Darkness Triumphant” (1997)

Com “Enthrone Darkness Triumphant” o Dimmu Borgir mudou o jogo do black metal de modo considerável, usando em suas musicas peso, velocidade e melodia. “Enthrone Darkness Triumphant”  é seu quarto álbum de estúdio que enfim lapidou sua fórmula musical e marcou o início de sua luta pelo trono do gênero ao lado do Immortal.

Esse álbum mostrava uma banda amadurecida, com sonoridade bem definida e variada, mas transformada se comparado aos dois discos anteriores. O desenvolvimento da abordagem nas guitarras abriu uma nova possibilidade para o black metal, além daquele tremolo-picking carregado de tensão

Talvez apenas “Puritanical Euphoric Misanthropia” (2001) possas rivalizar com “Enthrone Darkness Triumphant” pelo posto de melhor disco da carreira da banda, porém a escolha do disco de 1997 se dá não pelo simbolismo de uma época, mas também por músicas como “Spellbound (By the Devil)”, “In Death’s Embrace” e “Prudence’s Fall”, que dão uma dimensão ainda mais grandiosa e reverente ao black metal.

3) “Puritanical Euphoric Misanthropia” (2001)

Após a transição musical proporcionada em “Spiritual Black Dimensions” (1999), o Dimmu Borgir apresentava o disco que mudaria o seu patamar dentro do mundo do heavy metal. A banda já tinha tomado para si o trono do do black metal, mas com “Puritanical Euphoric Misanthropia” eles virariam uma espécie de “Iron Maiden do black metal norueguês”.

À começar pela formação, que trazia um verdadeiro supergrupo do metal extremo: ICS Vortex, do Borknagar, responsável por uma participação no disco anterior, no baixo e nas vocalizações limpas, agora era membro efetivo; Nick Barker, ex-Cradle of Filth, era o baterista; Galder, fundador do Old Man’s Child, era guitarrista ao lado de Silenoz; Mustis era o tecladista e Shagrath o vocalista.

Naquela época, essa era a formação mais brilhante dentro do black metal, possibilitando um maior desenvolvimento técnico do estilo e, em estúdio, este grupo de músicos ainda ganhava o apoio de uma orquestra real para criar os aspectos sinfônicos.

Musicalmente, o Dimmu Borgir mostrava composições obscuras, extremas e diferenciadas, com dinâmica vocal bem desenhada pelas duas vozes, guiadas por riffs pesados e sustentada por ritmos intensos. Dentre os destaques deste verdadeiro clássico estão “Kings of the Carnival Creation”, “Architecture of a Genocidal Nature”, “Puritania”, “The Maelstrom Mephisto” “IndoctriNation”.

4) “Death Cult Armageddon” (2003)

“Death Cult Armageddon” era o sexto disco da banda e o segundo dela como um verdadeiro supergrupo do black metal mundial. Lançado em setembro de 2003, o disco era guiado pela faixa “Progenies of the Great Apocalypse”, que foi lançada como single e acabou se tornando um dos símbolos da fase mais bem sucedida do Dimmu Borgir.

Musicalmente, a banda parecia aliviar um pouco mais sua musicalidade, principalmente na velocidade dos andamentos, após os dois últimos discos “Spiritual Black Dimensions” e “Puritanical Euphoric Misanthropia”, que foram ataques velozes e sinfônicos que redirecionaram o black metal para o primeiro plano do mundo do heavy metal. Até por isso, “Death Cult Armageddon” é um disco mais cadenciado, menos impactante, mas claramente melhor trabalhado, seja em termos de composição ou no trabalho de estúdio.

Até por isso, o que falta em intensidade em “Death Cult Armageddon”, sobra em musicalidade, em especial no trabalho de bateria de Nick Barker, que faria deste seu último disco como membro do Dimmu Borgir.

Além disso, este é trabalho onde elevam a parcela sinfônica de seu black metal em comparação com os discos anteriores, sendo impossível ignorar que simplificaram os riffs (que se dividem entre o thrash metal e os acordes menores do black metal) e que faixas como “Eradication Instincts Defined”, “Vredesbyrd” e “Cataclysm Children” são algumas das melhores que eles já gravaram.

5) “Eonian” (2018)

Até então, seu mais recente álbum de estúdio, “Abrahadabra”, fora lançado no distante ano de 2010. Mas o Dimmu Borgir não ficou improdutivo neste período, e nos deu um dos grandes DVDs ao vivo dos últimos anos dentro do heavy metal, intitulado “Forces of the Northern Night” (cuja resenha completa você confere aqui) que é mais uma obra de arte nascida no seio do hibridismo entre Heavy Metal e Música Erudita .

E claramente, esse mergulho no projeto ousado de “Forces of the Northern Night” trouxe reflexos para a abordagem de “Eonian”. Primeiro álbum de estúdio em sete anos,  “Eonian” claramente aumentou os elementos sinfônicos que se tornaram marcas registradas do Dimmu Borgir, ao longo de sua evolução. Claro que a obscuridade do black metal continua entrelaçada a esse requinte erudito, conferindo traços imponentes e movimentos épicos, extrapolando o que já era tradicional para o próprio Dimmu Borgir, em porções variadas de cada elemento ao longo das músicas que, por sua vez, giram em torno de conceitos do luciferianismo,  seus códigos filosóficos e a ilusão do tempo.

Até concordo que este disco está longe de ser o melhor do Dimmu Borgir, mas também se encontra equidistante do seu pior momento discográfico. Para alguns pode ser mais do mesmo dentro da obra do Dimmu Borgir, mas ouvindo com mais atenção posso garantir que existem muito mais pontos positivos do que negativos em “Eonian”.

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