David Reece – Resenha de “Cacophony of Souls” (2020)

 

O vocalista David Reece está de volta com “Cacophony of Souls”, instilando toda a sua experiência adquirida numa longa carreira no âmbito do hard rock.

Parece que o trabalho com o Sainted Sinners, ao lado de Frank Pané, deu mais fôlego ao excelente vocalista que nunca teve o devido reconhecimento que merece.

Continuando exatamente de onde parou em “Resilient Heart” (2020), o vocalista aumentou a dose de heavy metal de sua música que se destaca pela crueza na medida certa, guitarras precisas e linhas vocais instigantes, além de refrãos grudentos.

E tudo está aqui, assim como a exploração de referências canônicas do hard rock e do heavy metal, misturando referências americanas e europeias.

David Reece - Cacophony of Souls
David Reece – “Cacophony of Souls” (2020, El Puerto Records)

“Chasing the Shadows” e “Blood on Your Hands” (que até chega a lembrar sua fase no Accept) abrem o disco injetando peso hard n’ heavy de sabor old-school de forma determinada e cheia de energia.

Assim como ouviremos em “Collective Anaesthesia” (que trará até mesmo harmonias que lembrarão o Iron Maiden no melhor trabalho de guitarras do disco), “Metal Voice” (o primeiro single, que me pareceu uma mistura interessante de Accept com  Deep Purple) e “Bleed” (com guitarras e vocais empolgantes).

Nessas três composições os vocais de Reece são os destaques principais, em boas linhas cheias de feeling e técnica, num estilo que combina perfeitamente com uma pegada mais pesada e melódica (como ouvimos em “Back in the Days”, por exemplo)

E eu duvido que você não irá pensar em Ronnie James Dio quando as cadenciadas “Judgement Day” e “Over and Over” chegarem,  dotadas de dramaticidade bem desenvolvida e refrãos cativantes, além dos arranjos esmerados que remeterão também aos bons tempos do Whitesnake.

Por falar em refrão cativante, o de “No Disguise” é daqueles que grudam na sua cabeça de primeira!

Também duvido que não irá se assustar com os vocais da primeira parte da faixa-título, outro momento sensacional do disco, com senso épico e dramático bem marcado.

A cozinha não inventa e sustenta as harmonias com concisão e segurança, e as guitarras capricham nos solos e são inteligentes nos riffs ao trabalhar de forma simples, mas certeira, sacando riffs e solos com a marca do hard rock e do heavy metal, de forma vibrante e criativa dentro dos clichês mais deliciosos do gênero.

E aqui cabe uma observação importante.

Ao lado de Reece temos novamente Andy Susemihl, guitarrista que registrou “Universal Language” (2009), um dos melhores trabalhos da carreira do vocalista, além de terem tocado juntos no Bangaloire Choir.

Sua mão nos arranjos, composições e produção pode ser percebida claramente, o que só contribui para a excelência das composições. É justamente um solo dele que deixa a balada (de forte tempero AOR) “Another Life Another Time” menos genérica.

Não há muito mais o que falar deste disco, além de que ele confirma um artista com total domínio de suas carreira, executando a música que gosta de forma honesta e apaixonada.

Até por isso, com a segurança de um veterano, experimenta um dos melhores momentos de sua discografia.

Enfim, o Sr. Reece nos entregou mais um excelente disco de classic/heavy rock!

FAIXAS:

01. Chasing The Shadows

02. Blood On Our Hands

03. Judgement Day

04. Collective Anaesthesia

05. Cacophony Of Souls

06. Another Life Another Time

07. Metal Voice

08. Over And Over

09. Back In The Days

10. A Perfect World

11. Bleed

12. No Disguise

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