Sainted Sinners – Resenha de “Back with a Vengeance” (2018)

 
Sainted Sinners Back with a Vengeance
Sainted Sinners: “Back with a Vengeance” (2018, El Puerto Records, Soulfood) NOTA:8,0

Todo mundo que acompanha minimamente o heavy metal conhece a história de David Reece, o vocalista norte-americano que substituiu Udo Dirkschneider no Accept após o clássico “Eat the Heat” (1986), e que registrou com a banda alemã o álbum “Russian Roulette” (1989), onde descaradamente tentavam se afinar com o mercado norte-americano e se aproximavam do hard rock deixando a força teutônica para trás.

Naquele momento, Reece era o cara certo na banda errada!

Só ouviríamos falar dele com mais força novamente quando integrou o Bonfire de 2013 a 2016, onde conheceu  Frank Pané, que viria a ser o idealizador do Sainted Sinners, banda que lançou um primeiro álbum autointitulado em 2017, e que chamou a atenção não só por trazer Reece de volta às luzes da ribalta do rock, mas pela qualidade musical calcada no que convencionou-se a chamar de classic rock.

Ou seja, temos referências de Led Zeppelin, Whitesnake, Rainbow, UFO, Van Halen e Black Sabbath, e naquele primeiro capítulo muito de Deep Purple. Agora, “Back with a vengeance” chega dividido entre influências mais proeminentes de Van Halen e Whitesnake (mas não espere melosas canções de amor), inclusive cruzam estas duas referências na ótima “Let It Go”.

E a melhora não vem somente nos aspectos melódicos e instrumentais, mas já começa na capa, mesmo que dê um susto no início!

Este segundo ato discográfico abre com “Rise like a phoenix”, uma faixa que gera sensações contraditórias: ao mesmo tempo em que as linhas de guitarra estão desenhadas com a energia do hard n’ heavy e os vocais trazem o apelo “coverdaleneano”, até mesmo o refrão vem construído pra marcar, tudo soa calculado nos mínimos detalhes, com “vida artificial” camuflada por uma produção que tenta ser orgânica e menos lapidada, mas que só amplifica os problemas, além de tirar o impacto que a pegada classic rock podia dar à composição.

Uma faixa que também nos coloca uma certeza na cabeça: se daqui pra frente tudo for por água abaixo, preste atenção às guitarras de Frank Pané.

Claro que a versatilidade e a excelência vocal de Reece (que não esconde suas influências de David Coverdale) se destaca também, mas o trabalho de Pané é vibrante e criativo dentro dos clichês do hard n’ heavy, conferindo toda a tempestuosidade às composições.

Mas a vaca não foi para o brejo, e as coisas melhoram consideravelmente à partir daí!

No próximo passo, “Burnin The Candle”, um hard rock n’ roll à lá Van Halen que empolga (e indiscutivelmente se sai melhor na impressão dada pela produção), e também na faixa-título que chega frenética na sequência, com linhas de guitarra rápidas, cozinha “atlética” (destaque ao baixo de Malte Frederik Burkert) e apelo bluesy (essa lembrando os melhores momentos do Mr. Big) que também aparecerá em “When The Hammer Falls”.

Já em “Tell Me I Was Wrong” temos uma faixa mais cadenciada e voltada ao classic rock do Whitesnake, agora funcionando, com melodias certeiras (que também virão na maliciosa “Pretty Little Lies”), assim como veremos nas dramáticas e climáticas “Nothin Left To Lose” (com sinuoso riff de guitarra. Aliás,  Frank Pané cria um de seus melhores momentos da carreira nesta faixa) e “Waitin ‘till The Countdown Begins”, ou no desfecho com “Gone But Not Forgotten”.

Não é a oitava maravilha do mundo no que tange ao “rock pesado”, mas é diversão garantida para quem curte os cânones do classic rock!

Confira o clipe de “Burnin The Candle”… [youtube https://www.youtube.com/watch?v=EpOYsZQ3i9w&w=560&h=315]

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