Dave Matthews Band: Mais do que uma Banda, uma Experiência!

A Dave Matthews Band é muito mais do que uma simples banda de rock. Eles são uma jornada musical através de gêneros, culturas e emoções. Neste artigo, mergulharemos na incrível história da banda e exploraremos como Dave Matthews moldou sua música com influências de todo o mundo.

A Dave Matthews Band, liderada pelo carismático Dave Matthews, é uma joia musical que desafia rótulos e fronteiras. Com sua rica tapeçaria sonora que mistura jazz, rock, pop, hip hop e influências globais, a banda conquistou um lugar especial no coração dos fãs de música. Ao longo deste artigo, vamos desvendar a jornada criativa de Dave Matthews e como ele transformou suas experiências de vida em uma música única e envolvente.

Dave Matthews Band: Muito além de uma Jam Band dos anos 90!

Seria exagero dizer que a Dave Matthews Band é uma jam band liderada pelo criativo e ousado Dave Matthews?

À medir pelos rituais que geralmente se tornaram os shows do combo que orbita ao seu redor, creio que a seu modo e com sua costura múltipla de influências, referências e estilos, a resposta seja sim, mesmo que guardem apenas as apresentações catárticas como semelhanças com nomes como Phish e Grateful Dead.

Musicalmente, ao lado de companheiros competentíssimos, Dave Matthews sempre mostrou trabalhos contornando desde as cores norte-americanas do jazz, do rock e do pop, passando pelas inflexões do rock britânico, seja ele clássico ou progressivo, até chegar ao ritmo e groove do hip hop, a contemplação hippie e a pluralidade da world music.

Pra quem nunca ouviu sua música, essa descrição pode parecer um tanto desconexa, significando qualquer coisa ou nada. Porém, basta uma ouvida na genial “Rapunzel”, ou na provocativa “Halloween”, ambas do disco “Before These Crowded Streets”, pra entender como todos estes ingredientes são misturados de forma homogênea e instigante.

Aliás, esse disco é um dos momentos mais geniais e originais dos anos 1990, mostrando que dava pra ser progressivo e moderno ao mesmo tempo, além de dialogar com culturas musicais diversas.

Essa pluralidade criativa da Dave Matthews Band advém da personalidade de seu líder, forjada por culturas diferentes que absorveu ao longo de sua infância e adolescência.

Dave nasceu em Joanesburgo, na África do Sul, em 1967, se mudando ainda criança para os subúrbios de Nova York, onde viveu até fundar a banda, intercalando um ano em Cambridge, na Inglaterra, e mais uma viagem para sua cidade natal, em 1977, após a morte do pai aos dez anos, ao lado da mãe.

Essa informação é mais do que decisiva pra entender a música que a Dave Mattews Band nos entrega. Da África ele tirou as referências do pop africano, o apelo tribal de sua seção rítmica e a batida percussiva de seu violão. E apesar de ser cidadão norte-americano , ele considera a África do Sul como sua verdadeira pátria.

O próprio Dave reforça a importância da música folk em seus discos, afinal, o processo criativo de seus principais discos da carreira era baseado em construir guitarras e linhas vocais sobre estruturas inspiradas nas mais variadas formas de folk music percussivas que tinha acesso.

Sua identificação com a música percussiva é tamanha que nela reside até mesmo a escolha pelo violão como instrumento: “a guitarra elétrica não é um instrumento tão percussivo quanto o violão. Eu me sinto mais confortável com o violão por causa de sua qualidade rítmica”.

Após o segundo período na África do Sul, Dave Matthews retorna aos Estados Unidos em 1986, aos dezenove anos, tendo como seu primeiro trabalho um posto no centro de pesquisas da IBM, assim como seu pai havia feito. Mas foi apenas por um curto período, assim como o trabalho de bartender que veio depois.

A música falava mais alto e nos primeiros anos da década de 1990 a Dave Matthews Band estava formada na cidade de Charlottesville, e já chamava a atenção nos pequenos circuitos. Era só o início daquela que se tornaria uma das bandas mais influentes e competentes da década!

dave matthews band under the table and dreaming — Dave Matthews Band – *“Under the Table and Dreaming”*

O primeiro álbum chega em 1993. “Remember Two Things” trazia um blend promissor de músicas estradeiras e introspectivas, bem divididas em duas partes, que seria confirmado no álbum seguinte, o marcante “Under the Table and Dreaming”, lançado no ano posterior.

Porém, seu primeiro grande disco da década fora precedido por uma tragédia: a perda da irmã mais velha, Annie.

Em entrevista à revista Rolling Stone de 1996, Dave Matthews confessaria que estas tragédias familiares eram suas inspirações: “elas me fazem querer viver o agora, desesperadamente, e tentar afetar as coisas de forma positiva”.

Obviamente, “Under the Table and Dreaming” é dedicado à irmã de Dave.

O disco ficaria em 11º no chat Billboard 200, guiado pelo hit “What Would You Say”, abrindo espaço no mainstream para a explosão do nome da banda com os essenciais “Crash” (1996) e o já citado “Before These Crowded Streets” (1998), esse último, o melhor trabalho da sua carreira.

dave matthews band crash — Dave Matthews Band – *“Crash”*

“Crash” foi lançado em abril de 1996 e já saiu com o segundo lugar na lista da Billboard, o que não foi suficiente para arrancar elogios da crítica especializada que sempre era ácida e incisiva com seus trabalhos, apesar de seu show no Madison Square Guarden em outubro daquele mesmo ano ser o primeiro a atingir a marca de sold out em apenas três horas após começarem a venda de ingressos.

Fechando a discografia noventista da Dave Matthews Band, “Before These Crowded Streets” mostra o ápice da curva de crescimento da banda, tanto em popularidade, quanto em qualidade e criatividade.

Lançado em abril de 1998, este disco traz a perfeita definição da sonoridade que Dave Matthews imaginava para sua banda, em sua versão melhor acabada, o que também faz deste disco um dos melhores da década!

Em essência, “Before These Crowded Streets” é a grande obra da Dave Matthes Band por sobrepor emoções variadas enquanto ouvimos o êxito artístico e técnico ser desfiado em composições como “Crush”, “Spoon”, “Don’t Drink the Water” e as já citadas “Rapunzel” e “Halloween” (pense numa versão médio-oriental de Tom Waits).

O mais complexo para um artista que atingiu o ápice de sua proposta é se reformular, pois mudanças nem sempre são vistas com bons olhos. Até por isso, a discografia da Dave Matthews Band oscila bastante à partir da virada do milênio.

“Everyday” (2000) e “Stand Up” (2005) são discos decepcionantes, apesar de bem executados, fatalmente os pontos mais fracos da trajetória da banda. Porém, reforçando o caráter oscilatório desta segunda década de vida, ambos são intercalados pelos bons “Busted Stuff” (2002) e “Big Whiskey and the GrooGrux King” (2009) – o melhor desde “Before These Crowded Streets” – junto a seu ” disco irmão”, que vem na sequência, “Away From the World” (2011).

Com seu mais recente trabalho, “Come Tomorrow”, de 2018, a banda se tornou a primeira a galgar por sete vezes seguidas o topo das paradas da Billboard.

Porém, se você nunca teve contato com a música da Dave Matthews Band, sugiro começar pelo “The Central Park Concert”, disco ao vivo de 2003, que traduz em áudio e vídeo o local onde a banda funciona melhor: o palco!

Suas performances são explosivas, cheias de jams atléticas e energéticas, e ainda melhor registradas neste disco ao vivo estão clássicos como “Crush”, “So Musch to Say”, “Dancing Nancies” (em sua versão definitiva), “Ants Marching”, “Don’t Drink the Water”, e “What Are You Going”, além de releituras como “All Along the Watchtower” e “Cortez, the Killer”, essa última com o mestre Warren Haynes.

Sem dúvidas, a Dave Matthews Band foi uma das melhores parcelas que a música pop nos deu nos anos 1990, pegando o que contemporâneos como Counting Crows, Hootie and the Blowfish, Ben Harper e Collective Soul faziam e elevando a uma potência ainda maior de ousadia musical!

Conclusão

A Dave Matthews Band é um tesouro musical, uma banda que desafia fronteiras e gêneros. A jornada de Dave Matthews, das influências africanas à paixão pelo folk e ao sucesso mundial, é uma história de inspiração e inovação. Sua música continuará a encantar e emocionar as gerações vindouras.