Dark Asylum – “Deep in the Madness” (2021, EP) | Resenha

 

“Deep in the Madness” é o primeiro EP da banda gaúcha Dark Asylum, lançado de forma independente em abril de 2021, contendo cinco faixas.

Dark Asylum - Deep In the Madness (2021, EP Independente) Resenha Review Heavy Metal

A Dark Asylum foi fundada em 2003 pelo vocalista Aparício Neto com a intenção de mesclar o thrash metal com o metal tradicional, chegando a criar um nome forte dentro do underground até findar as atividades em 2008.

O conceito da banda é interessante: e se existisse um lugar que abrigasse a todos aqueles que foram infectados pelo heavy metal, uma espécie de hospício sombrio, “feito de puro heavy metal e erigido por um semideus metálico” que está pronto para levar os fãs que orbitam o underground para este lugar através da música da Dark Asylum.

Antes de findar as atividades, a banda chegou a gravar o EP “Deep in the Madness”, onde trazem novas versões de “Factory of Fools” “Feel the Heat”, faixas que estavam nas primeiras demos e mais duas novas faixas (ainda temos uma introdução interessante sobre a lavagem cerebral feita pela religião).

Na verdade, dois EPs foram gravados em 2007, no estúdio Marquise 51, sob a produção de André Brasil, porém, o material só pôde ser lançado agora, em 2021, pois a Dark Asylum abruptamente entrou em hibernação em 2008.

Ou seja, depois de treze anos, quando a Dark Asylum teve sua formação enfim renovada e a banda reativada pelo vocalista, eles resolveram lançar esse material que desfila o mas puro e insano heavy metal em pouco mais de vinte minutos

Em todas as quatro músicas eles transbordam influências de nomes clássicos como Nevermore, Sanctuary, Metal Church, Iced Earth, Metallica, Testament e Machine Head, com muita energia e determinação empregada pela formação da época, completada por Jonas Torres (baixo), Leonardo “Babyface” (guitarra), Vilmar Gusberti (guitarra) e o baterista convidado Everson Krentz (que só gravou o álbum).

Abusando de modo inteligente de suas influências, canções como a intensa “Feel The Heat” (a melhor do EP!), a groovada “Factory of Fools” (pesadíssima e com um toque progressivo) e “Final Link” (que resume toda a proposta da banda) empolgam e criam expectativa para o já anunciado segundo EP que deve sair em 2022.

Musicalmente, temos uma ampla variação de melodia, técnica, peso, groove e velocidade, em músicas cativantes pra quem gosta de uma linha moderna do heavy metal, mas estruturada pela musicalidade classuda da NWOBHM e aditivada pela intensidade do thrash/groove metal norte-americano.

Com muita energia cada instrumento dá aquilo que a música pede, sem firulas desnecessárias: muitos riffs e harmonias de guitarra bem desenhadas, solos longos dilacerantes e andamentos variados fornecem uma dinâmica envolvente e versátil.

Por falar em versatilidade, o vocalista Aparício Neto é um exemplo disso. Mesmo abusando do direito de exagerar em alguns momentos, ele se mostra hábil com seu timbre forte, conseguindo ser agressivo e épico com a mesma eficiência, além de ser o maior interprete do insano conceito da banda.

Mas não pense que a fórmula de “Deep in the Madness” é datada pela simples menção à roupagem clássica do thrash/heavy metal, ou por ser um material de 2007, pois as pedradas aqui presentes não perderam o impacto com o passar do tempo.

Além disso, a produção, mesmo que oscilante de uma faixa para outra, conseguiu amplificar todas as potencialidades da banda de forma orgânica, principalmente nas timbragens dos instrumentos (ouça “Feel the Heat” de novo e perceba cada instrumento aos detalhes e bom jogo entre os canais de áudio).

Eis aqui uma banda que merece muita atenção!

Leia Mais:

Dica de Livros Sobre o Tema:

Outros Artigos que Podem Ser do Seu Interesse:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *