Blood Red Throne – “Imperial Congregation” (2021) | Resenha

 

“Imperial Congregation” é o décimo disco da banda norueguesa de death metal Blood Red Throne, lançado em 2021 e que chega ao Brasil pela parceria entre os selos Shinigami Records e Nuclear Blast. Abaixo está nossa resenha sobre este disco.

Blood Red Throne - Imperial Congregation (2021, Shinigami Records, Nuclear Blast)

A Noruega é um país tradicional dentro do metal extremo, mas muito pelas bandas clássicas que definiram uma geração do black metal. Porém, o Blood Red Throne mostra ao longo de quase duas décadas e meia que a Noruega também produz death metal, e dos bons! Se bem que o Blood Red Throne nasceu pelas mãos de músicos com passagens por Satyricon, Emperor, Carpathian Forest, Einherjer e do Green Carnation no final dos anos 1990, a maioria nomes relevantes no cenário black metal.

Daquele início, apenas o baterista Freddy Bolsø e o guitarrista Død ainda permanecem em “Imperial Congregation”, mas o som do Blood Red Throne está mais fiel à sua proposta inicial de brutalidade e tradicionalismo dentro do death metal do que nunca. Ou seja, o quinteto norueguês espreme o old-school death metal até a última gota, brandando contra a hipocrisia da humanidade em letras antirreligiosas, mas não só.

O primeiro grande destaque de “Imperial Congregation” (2021) vai para a capa belíssima à cargo de Marcelo Vasco, talvez o melhor artista para criar capas de discos de metal extremo na atualidade, pela organicidade e requinte que usa para criar imagens de impacto. Neste disco do Blood Red Throne ele foi muito feliz na arte que traduz a hipocrisia e a conspiração que envolve o mundo religioso em relação às classes imediatamente inferiores da sociedade.

Musicalmente, a faixa “Itika”, um dos primeiros singles do disco, é uma ótima referência para a forma consistente com que conjuram o peso, a brutalidade e os riffs agressivos do death metal. Ao lado desta, “Inferior Elegance”, “Hero-Antics” “Conquered Malevolence” se apresentam como os maiores destaques de um repertório formado por dez faixas coesas e orgânicas, que equilibram groove no meio de um lamaçal de distorções instrumentais, atonalidades e vocais guturais.

No geral não existe espaço para inovações, só os esperados esbarrões na técnica instrumental usada pelo thrash metal e na brutalidade do grindcore, assim como as passagens groovadas e clichês que tornam este álbum exemplo de mais do mesmo infalível. Você se pega pensando “já ouvi isso antes em algum lugar” (principalmente nos solos fortemente inspirados pelo black metal) com a mesma frequência que pratica air guitar (com riffs cavalares herdados das escolas norte-americana e escandinava), air drums e os sempre saudáveis headbangins.

Resumindo: em “Imperial Congregation” (2021), as guitarras, inteligentemente timbradas de modo mais sujo, são cortantes e brutais, com mais espaço para os riffs do que para solos virtuosos; os vocais variam dentro do gutural, indo do urrado para o gritado, e vice-versa; as mudanças de andamento são rápidas e constantes; e a cozinha é responsável pela dinâmica e estruturação das faixas. Qualquer pontuação além disso é pura digressão.

É mais do mesmo? Sim, é! Mas mesmo assim, este é um dos melhores discos da banda desde “Altered Genesis” (2005), bem mais dinâmico e variado que seu antecessor “Fit to Kill” (2019).

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