Massacre – “Resurgence” (2021) | Resenha

 

“Resurgence” é o quarto álbum de estúdio da lendária banda de death metal Massacre, liderada pelo icônico vocalista Kam Lee, um personagem que estava presente na gênese do gênero ao lado de Chuck Schuldiner, do Death. Lançado em 2021, o disco chega ao Brasil pela parceria entre os selos Shinigami Records e Nuclear Blast. Abaixo, você lê nossa resenha deste disco.

Massacre - Resurgence (2021, Shinigami Records, Nuclear Blast) Resenha

O Massacre que chega a 2021, lançando “Resurgence”, trinta e sete anos após sua fundação, é bem diferente daquele que fez história na formação do death metal. Da áurea era de “From Beyond” (1991) e do EP “Inhuman Condition” (1992) apenas Kam Lee permanece no time que chega reformulado com músicos de peso dentro do death metal.

Na formação temos a volta de Mike Borders, baixista que esteve numa das primeiras encarnações do Massacre, mas que saiu em 1986, e a vinda do ótimo guitarrista Scott Fairfax, que tocou no Benediction e no Memoriam. Junto a eles temos o baterista Brynjar Helgeton (Crypticus, Johansson & Speckmann, ex-Ribspreader) e os guitarristas Rogga Johansson (Paganizer, Johansson & Speckmann, Putrevore, Revolting) e Jonny Pettersson (Gods Forsaken, Wombbath).

Ou seja, um Massacre que foi totalmente reformulado em 2019 em suas estruturas, mas musicalmente fiel à sua proposta old-school de misturar death metal com thrash metal através de uma produção suja na medida certa, algo já denunciado na capa assinada pelo renomado artista Wes Benscoter (Deceased, Slayer, Mortician, Autopsy). Para completar, o disco traz convidados de peso como Marc Grewe (Insidious Disease), Dave Ingram (Benediction), Anders Odden (Cadaver) e Pete Slate (Druid Lord) em momentos pertinentes do repertório.

E o trio de guitarristas é, de longe, o destaque de “Resurgence”, principalmente nos riffs que são os elementos que tiram muitas das músicas que completam o trabalho do abismo do “genérico” dentro da estética old-school death metal. Isso porque, musicalmente, o disco soa como uma tentativa (com relativo sucesso, diga-se) de retomar de onde pararam em “Inhuman Condition” (1992), quase como se Kam Lee quisesse recriar a linha do tempo do Massacre.

Nesse sentido, creio que os guitarristas, principalmente Scott Fairfax, conseguiram recriar o impacto nos riffs que Rick Rozz criava no passado e que se tornaram parte das marcas registradas do Massacre, mesclando a objetividade rítmica da velha escola de guitarristas de death metal, que dialogam com a bateria simples, aos solos mais elaborados e inspirados pelo thrash metal oitentista. Em suma, essa é proposta do Massacre em “Resurgence”, mesmo que ela estacione no lugar comum quase ao longo de todo o trabalho.

A produção, à cargo de Dan Swanö (ex-Edge of Sanity, ex-Bloodbath) no estúdio Unisound AB, junto com a mixagem do guitarrista Jonny Pettersson, foram muito eficientes na organicidade e oxigenação da proposta clara em recriar as formas clássicas do death metal norte-americano, além de dar coesão à organização das gravações que aconteceram em diversos estúdios diferentes.

Um detalhe muito interessante de “Resurgence” é que as músicas são separadas em capítulos, como num conto de terror, e as letras trazem doses cavalares de referências às histórias de H. P. Lovecraft e este é um dos maiores atrativos do trabalho que traz como faixas de destaque “Into The Far-Off Void”, “Eldritch Prophecy” “Innsmouth Strain”, dentro de um repertório que padece de criatividade e muito apegado às tradições mais enrijecidas do death metal, com músicas que no fim da audição soam muito similares entre si.

O que não significa que “Resurgence” não possa cativar o ouvinte. Eu confesso que minhas expectativas eram bem menores do que de fato eu ouvi neste disco, principalmente após o fraquíssimo “Back from Beyond” (2014). Além disso, o simples fato de que este é o álbum de mais um retorno do Massacre, uma banda basilar do death metal, faz dele importante e merecedor da sua atenção para ao menos uma audição, principalmente se és um devoto da nostalgia old-school do gênero.

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