Outlaw Blood – “Outlaw Blood” (1989) | Você Devia Ouvir Isto

 

“Outlaw Blood”, clássico primeiro disco da banda OUTLAW BLOOD, é nossa indicação de hoje na seção VOCÊ DEVIA OUVIR ISTOcuja proposta você confere nesse link.

Outlaw Blood - 1989 - ATco - Resenha Review Você Devia Ouvir Isto

Definição em um poucas palavras: Baladas, Festeiro, Glam, Urbano.

Estilo do Artista: Hard Rock

Comentário Geral:  Eis uma das pérolas perdidas do hard rock oitentista que voltou ao berço do ostracismo graças ao advento do grunge. Não encare esta afirmação como uma desculpa com motivações recalcadas, mas se este primeiro álbum do Outlaw Blood ganhasse vida dois anos antes, certamente a história seria outra.

Como tenho esta certeza? Basta uma primeira audição na faixa de abertura, “Tower of Love”, para admitir que não há dúvidas quanto a excelência do Outlaw Blood no que se propunha a fazer. Esta canção em si já é um verdadeiro caleidoscópio de influências roqueiras, amalgamando as melodias típicas do Def Leppard com uma certa melancolia das bandas de rock gótico oitentista, refrões grudentos, solos de guitarras dilacerantes e base coesa, lembrando também o The Cult.

Mesmo longe de toda a afetação inerente ao estilo, a banda não consegue se livrar de certa malícia juvenil, principalmente nas suas letras carregadas de duplos sentidos (ou você ainda não entendeu qual é a torre do amor que intitula a faixa?), versando sobre os tradicionais temas do hard rock: mulheres, sexo e paixões rápidas.

Mas não se atenha somente a este fato, pois, além dele fazer parte da cartilha do estilo, as canções estão embaladas num melodic hard rock variado, com doses de southern rock e pitadas de Memphis Soul, não nos esquecendo das pinceladas de gothic rock. Neste contexto, abusam dos power chords, da malícia bluesy e das melodias com bastante groove, em um álbum que agrupava o que de melhor existia no hard rock naqueles tempos.

A segunda faixa, “Body & Soul”, é um exemplo disso, mesclando a veia bluesy do Aerosmith com as melodias do Def Leppard, enquanto a balada “Everyday I Die” trazia certo requinte às melodias utilizadas pelo Poison, com linhas de guitarras dilacerantes. E quando o espirito boogie/rock n’ roll de “Soul Revival” ecoar nos seus ouvidos, será impossível não lembrar do Bon Jovi (fase “New Jersey”) e “I’m N Shock” tem um “q” de Alice Cooper.

Todavia, não pense que falta identidade ao Outlaw Blood. Todas estas influências estão devidamente diluídas em um sonoridade cheia de identidade, e não apenas um Frankenstein de referências roqueiras. Neste sentido, “Last Act” ainda se destaca dentro de sua beleza southern/blues junto com o rock n’ roll travestido de hard rock de “Fall Thru The Cracks”.

Mas a pérola mais brilhante deste colar musical é a balada “Slave To Love”. Emoldurada de modo instigante em uma estrutura envolvente, esta balada se vale de todos os elementos do álbum para transpor emoção em uma aula de hard rock grudento. Não posso deixar de mencionar a versatilidade do vocalista Marc McCoy, que ainda ajudou na produção do álbum ladeado pelo guitarrista Marti Frederiksen e Jeff Paris.

Este foi o primeiro e único álbum da banda que já saiu por uma grande gravadora (ATCO), mas foi engolido pelo furacão alternativo que vinha assolando o hard rock no início dos anos 1990, se tornando uma peça praticamente conhecida apenas por arqueólogos iniciados no estilo e de difícil aquisição.

Após o encerrar das atividades da banda, Marc McCoy se tornou pastor, falecendo em 2000, vítima de um câncer. Não perca tempo, pois eu tenho certeza de que você devia ouvir isto!

Ano: 1991

Top 3: Slave To Love”, “Tower Of Love” e “Body & Soul”.

Formação: Marc McCoy (vocal), Marti Frederiksen e Rick Harchol (guitarra), Nick Parise (baixo), Larry Aberman (bateria).

Disco Pai: Def Leppard – “Pyromania” (1983)

Disco Irmão: The Cult – “Sonic Temple” (1989)

Disco Filho: Motherland – “Peace 4 Me” (1994)

Curiosidades: Sem dúvidas, Marti Frederiksen é o nome que mais se destacou na banda após suas dissolução, se tornando um dos grandes compositores dentro do rock/pop da década de 1990, com parcerias envolvendo Def Leppard, Ozzy Osbourne, Aerosmith e Scorpions. Além disso, emprestou sua voz para a banda ficcional Stillwater, no filme “Quase Famosos”.

Pra quem gosta de: Arqueologia musical, anos 1980, glamour gótico, baladas, cerveja e tempero sulista.

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