Bang – Resenha de “The Maze” (2019 | relançamento)

 

Bang - The Maze
Bang – “The Maze” (2004 | 2019, relançamento Hellion Records)

“The Maze” era o segundo trabalho do Bang após o retorno às atividades em 1996, encerrando um hiato de quase duas décadas.

Nos anos setenta, quando a banda surgiu, as comparações com Black Sabbath, Grand Funk Railroad e Led Zeppelin eram constantes e seus três discos naquele período deixaram sua marca de ousadia e intensidade no rock norte-americano.

A primeira coisa que se destaca em “The Maze” é a retirada da sonoridade sintética do álbum anterior, “Return to Zero”, que havia deixado a sonoridade um tando desconexa em forma e conteúdo.

Agora, o trabalho em estúdio esta melhor ajustado e o proto-metal do Bang, que oscilava entre o Blue Cheer e o Black Sabbath dialoga muito com o inflado nicho do vintage metal, mantendo viva sua determinação heavy metal direta e sem complexidades desnecessárias, apesar dos arranjos bem pensados.

Algo que chama a atenção de saída é que “The Maze” a faixa-título afinal rompe com a ideia de  desviar da orientação do blues que os acompanhou em sua primeira encarnação, da qual apenas Frank Ferrara (vocal e baixo) e Frank Gilcken (guitarra) ainda permanecem.

Essa faixa ainda nos mostra como são bons em criar melodias cativantes e harmonias expressivas, com o sabor do passado, mas sem soar datado, algo que também aparece em “Mama Rock”, um classic rock com cara de balada progressiva setentista.

Aliás, esse clima progressivo é permanente durante todo o disco, como em “Eve of the End” e “Isle of Hope” que trazem algo do Styx para o jogo. Já “Sad and Lonely” chega a lembrar o Pink Floyd de “A Momentary Leapse of Reason” ou “Division Bell” em seus devaneios climáticos iniciais, até tomar cara própria como uma belíssima balada hard/prog.

Baladas de extremo bom gosto é o que não falta nesse repertório com quinze faixas. Dentre elas, além de “Sad and Lonely”, destaco “There Are Times” (com um sabor britânico delicioso), “In This Time of Mine”, e “Love Sonnet” (com algo de Beatles no arranjo).

“The Maze” é um disco cerebral, focado na força e pluralidade proporcionada pelo ato de criar música orientada para o rock ao mesmo tempo que olham para o legado da banda, pois cada composição acompanhada com o “2” possui uma história anterior, seja uma regravação, releitura ou resgate.

“Bow to the King 2” se liga ao segundo trabalho ainda nos 1970. “RTZ 2”, outro exemplo, faz uma ligação com o álbum anterior e explora a simplicidade do rock remetendo ao Blue Oyster Cult,  enquanto “Popcorn Dreams” faz o mesmo trazendo a tensão e o peso do proto-metal novamente à baila mesclado a melodias que remetem ao Cheap Trick.

Ou seja, podemos ver que temos um trabalho de excelência, que vai do peso do heavy rock setentista aos luxuosos aspectos climáticos da música progressiva, misturando o que fizeram em seus três primeiros discos nos anos 1970: o peso do primeiro (“Bang” -1971), a classe do segundo (“Mother / Bow to the King” – 1972) e a ousadia progressiva do terceiro (“Music” – 1973).

Isso acompanhado do espírito de quem está se divertindo enquanto compõe e executa um novo material, donde ainda podemos destacar o heavy rock “413”.

“The Maze” é aquele disco ideal para um dia em que tudo o que você quer é ouvir um classic rock bem feito, com algumas baladas de bom gosto, mas também não esta a fim de consumir nenhuma banda “bê-a-bá”.

Além disso, pode colocar “The Maze” na lista de bons serviços prestados pelo selo Hellion Records, pois esta pérola perdida estava fora de catálogo até mesmo no mercado internacional. Ou seja, se você é colecionador, pode correr atrás já!

FAIXAS

1 The Maze
2 Mama Rock
3 Sad And Lonley
4 Rtz 2
5 There Are Times
6 Popcorn Dreams
7 Dressing Room Suite
8 Bow To The King 2
9 Love Sonnet 2
10 413
11 Motion
12 Eve Of The End
13 In This Time Of Mine
14 Isle Of Hope
15 Redneck Riviera

FORMAÇÃO

Frank Ferrara (vocal e baixo)

Frank Gilcken (guitarra)

Rick Bowen (teclado)

Mark Vaquer (bateria)

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