Back Door: A banda de Jazz Rock de baixista do Whitesnake

 

Prepare-se para uma jornada musical única enquanto exploramos a incrível história da banda inglesa Back Door. Com uma formação inusitada e uma abordagem ousada que misturou jazz, rock e progressivo, eles desafiaram as convenções da indústria musical e deixaram uma marca indelével. Descubra como eles superaram obstáculos e conquistaram seu lugar na história da música.

No mundo da música, raramente encontramos bandas que desafiam as convenções e exploram territórios musicais desconhecidos. O Back Door, uma banda do underground inglês dos anos 70, fez exatamente isso.

Com uma formação única e uma fusão corajosa de jazz, rock e progressivo, eles conquistaram um lugar especial no cenário musical. Neste artigo, vamos mergulhar na incrível jornada do Back Door, explorando sua origem, evolução musical e impacto na indústria.

Prepare-se para descobrir uma banda que desafiou o status quo e deixou uma marca indelével na história da música.

Back Door: A Força do Jazz Rock Britânico

O Back Door é uma banda do underground inglês que misturava jazz, progressivo e rock, com uma formação inusitada: o virtuoso baixista Colin Hodgkinson, o saxofonista e flautista Ron Aspery e o versátil baterista Tony Hicks, mais tarde substituído por Adrian Tilbrook.

Musicalmente o Back Door é muito além de curioso pela sua formação, com Colin Hodgkinson chamando toda a responsabilidade ao desfilar sua virtuose, não só no que tange aos arranjos, cumprindo simultaneamente os papéis de guitarra e teclado na estrutura musical contemporânea.

O Back Door foi uma verdadeira força de mudança no cenário musical dos anos 70. Seu som inovador não só impressionou audiências, mas também influenciou várias gerações de músicos. Vamos explorar em detalhes a carreira da banda, seus álbuns notáveis e o impacto que tiveram na cena musical.

O Início da Jornada: Encontro de Talentos

A história do Back Door começou com um encontro notável entre Colin Hodgkinson e Ron Aspery enquanto ambos estavam tocando na showband de Eric Delaney. A discussão sobre formar sua própria banda surgiu em 1969, e em 1971, essa ideia se tornou uma realidade quando Tony Hicks se juntou à bateria. Esses músicos talentosos estavam prestes a criar algo verdadeiramente único.

A Formação Única: Desafiando as Normas

O Back Door destacou-se desde o início devido à sua formação única. Colin Hodgkinson, um virtuoso no baixo, não só assumiu a responsabilidade do instrumento, mas também desempenhou os papéis de guitarra e teclado, criando uma sonoridade complexa e rica. Isso desafiou as convenções musicais da época, onde o baixo geralmente fazia parte da seção de ritmo.

Se você acompanha a carreira do Whitesnake, já ouviu falar de Colin Hodgkinson, afinal ele entrou na banda de David Coverdale na reformulação feita após o lançamento de “Saints & Sinners” (1982), no lugar de Neil Murray, e chegou a registrar a versão inglesa do clássico “Slide It In” (1984), além do ao vivo “Live at Castle Donington” lançado no ano anterior.

Ele se tornou um músico extremamente requisitado e ainda trabalhou com Cozy Powell, Mick Jagger, Spencer Davis, Paul Butterfield, Chris Rea, Jon Lord e Ten Years After, além de gravar,  em 1977, junto com Ron Aspery, a faixa “Bullfrog”, de Carl Palmer, no disco “Works Vol 2”, do Emerson Lake & Palmer.

Voltando ao Back Door, a ousadia não era restrita à formação inusitada para os padrões do rock, afinal o que os levou a assinar o contrato com a Warner foi um primeiro disco auto-intitulado, lançado em 1972 de forma independente.

“Back Door” – O Álbum Inovador

O álbum de estreia autointitulado do Back Door, lançado em 1972, é uma peça de música instrumental que desafiou as expectativas. “Back Door”, o primeiro álbum, é um todo instrumental, com uma força e rusticidades únicos, advindos do atrito de técnica, velocidade e liberdade artística. Esse primeiro trabalho é tão crú quanto criativo e traz movimentos inspiradíssimos.

Gravado rapidamente, em apenas oito horas, e misturado em quatro horas, o álbum capturou a essência crua e criativa da banda. Cerca de 1.000 cópias foram impressas e inicialmente vendidas no bar do The Lion Inn em Blakey Ridge e em algumas lojas de discos locais.

No entanto, o álbum ganhou atenção quando uma cópia chegou às mãos de Charles Shaar Murray, crítico da NME, que elogiou a banda. Isso levou a uma reviravolta na história do Back Door e despertou o interesse das gravadoras.

O Back Door Consegue Algum destaque

Com a reviravolta da sorte, o Back Door se viu tocando regularmente no The Senate em Peterlee e conquistou uma residência de três semanas no prestigiado clube de Ronnie Scott em Londres, abrindo para Chick Corea.

John Peel, um influente locutor de rádio, também apresentou a banda em seu programa, aumentando ainda mais sua visibilidade. As gravadoras, que inicialmente haviam hesitado, mudaram de ideia e várias ofertas foram feitas à banda. A escolha final foi assinar com a Warner Brothers.

“8th Street Nights” e a Mudança Sonora

Em 1974, o Back Door embarcou em uma jornada musical que os levou a Nova York para gravar seu segundo álbum, “8th Street Nights”. Este é o grande trabalho de estúdio do Back Door, gravado em Nova York, no Electric Lady Studios, sob a produção de Felix Pappalardi, que foi determinante para aprimorar a sonoridade intrincada do trio.

Ex-produtor do Cream e baixista do Mountain, Pappalardi aproximou o trio também do blues e do folk, mas sem que perdessem a força das suas inspirações no fusion. Além das habilidades instrumentais, Colin Hodgkinson começou a fornecer vocais.

Felix Pappalardi, também tocou em algumas faixas, o que adicionou uma camada única à música do Back Door. Estes novos elementos davam uma cara mais acessível à sonoridade da banda, mas nada que descaracterizasse sua personalidade. Porém, o Back Door rumou para uma “normalização” de sua proposto musical no terceiro álbum, “Another Perfect Mess” (1974).

Turnês e Reconhecimento Internacional

O lançamento de “8th Street Nights” não apenas consolidou a posição do Back Door na cena musical, mas também os levou a uma série de turnês emocionantes. A banda teve a oportunidade de tocar nos Estados Unidos, muitas vezes como ato de abertura para gigantes da música, como Emerson, Lake & Palmer.

As turnês subsequentes incluíram uma colaboração com Alexis Korner na Alemanha e shows lotados em universidades no Reino Unido.

“Another Fine Mess” – Explorando Novas Direções

A medida que a banda evoluía, a formação também passou por mudanças. Dave MacRae se juntou ao Back Door como pianista em 1975, e a banda lançou o álbum “Another Fine Mess” no mesmo ano. Este álbum trouxe uma mudança notável no estilo da banda, incorporando mais efeitos, processamento e sons eletrônicos. No entanto, a essência do jazz-rock ainda estava presente. Algumas guitarras foram adicionadas, e a sonoridade começava a ser um paralelo do prog rock/pop dos primeiros discos de bandas como Supertramp, 10cc, Electric Light Orchestra e afins.

“Activate” e o Último Capítulo dos Anos 70

O último álbum do Back Door na década de 1970 foi “Activate”, lançado em 1976 e produzido por Carl Palmer. Neste ponto, a banda já havia enfrentado mudanças na formação, com Adrian Tilbrook assumindo a bateria. O álbum apresentou uma nova abordagem sonora, mas também sinalizou o início do declínio da banda.

A Separação e as Carreiras Individuais

Por volta de 1977, o Back Door começou a se desfazer, e seus membros seguiram caminhos individuais. Ron Aspery se tornou um músico de sessão, e Colin Hodgkinson participou de vários projetos, incluindo The Spencer Davis Group e colaborações com Alexis Korner.

A banda deixou um legado marcante na música, mas sua história estava longe de terminar.

Reuniões e Projetos Posteriores

Em 1986, a formação original do Back Door se reuniu brevemente, inicialmente para uma noite no Ronnie Scott’s. No entanto, isso evoluiu para uma pequena turnê pelo Reino Unido, reacendendo a chama da banda.

Em 2003, uma reunião mais significativa ocorreu, resultando no lançamento do álbum “Askin’ the Way”. Este álbum consistiu em retrabalhos de músicas antigas e novas gravações. A banda tocou mais alguns shows, mas a saúde de Ron Aspery estava se deteriorando, o que tornou a estrada uma tarefa árdua para ele.

A Perda dos Membros Fundadores

Em 10 de dezembro de 2003, Ron Aspery faleceu em sua casa em Saltdean, Sussex, encerrando uma era na história do Back Door.

No entanto, a banda continuou a tocar shows em 2005 com Rod Mason no saxofone, incluindo apresentações no Guildhall no Brecon Jazz Festival e no Hull Jazz Festival, além de outros shows esgotados em Blakey.

O Legado Continua

Apesar das mudanças na formação e das dificuldades ao longo dos anos, o Back Door deixou um legado inegável na cena musical. Seu som inovador, que desafiou as normas, continua a inspirar músicos e amantes da música de todas as idades.

O impacto do Back Door na fusão de gêneros musicais e na abordagem criativa da música é inegável.

Projetos Pós-Separação

Após a dissolução do Back Door, os membros continuaram a contribuir para a música em várias capacidades.

Ron Aspery, até o final de sua vida, trabalhou como músico de sessão, empenhando-se em uma variedade de projetos.

Colin Hodgkinson também teve uma carreira notável, colaborando com artistas de renome, incluindo The Spencer Davis Group, Alexis Korner e até mesmo entrando para o Whitesnake.

Reunião da Formação Original

As reuniões da formação original do Back Door foram eventos memoráveis. Em 2003, eles se reuniram para gravar “Askin ‘the Way” e fizeram algumas apresentações, incluindo um lançamento oficial no The Lion Inn em Blakey Ridge, onde a banda começou em 1971. No entanto, a saúde de Ron Aspery não permitiu uma carreira extensa na estrada.

A Partida de Tony Hicks

Em 13 de agosto de 2006, a notícia triste do falecimento de Tony Hicks em Sydney, na Austrália, marcou o fim de uma era.

Sua contribuição à bateria foi fundamental para o som do Back Door e sua presença nos palcos será lembrada por todos os que tiveram a sorte de testemunhar a banda ao vivo.

O Back Door Continua

Apesar das perdas, o legado do Back Door não foi esquecido. A música que eles criaram, as influências que deixaram para trás e o espírito inovador que personificaram permanecem vivos na memória de fãs e músicos que continuam a descobrir seu som único.

Colin Hodgkinson Group

Após a separação do Back Door, Colin Hodgkinson não parou de fazer música. Em 2007, ele formou o Colin Hodgkinson Group, ao lado de Rod Mason no saxofone e Paul Robinson na bateria.

Em 2008, eles lançaram “Back Door too!”, um álbum que misturou números antigos do Back Door com novo material, mantendo a chama da inovação musical acesa.

Membros da Banda e Seu Legado

A formação original do Back Door consistia em Colin Hodgkinson no baixo e vocais, Ron Aspery no saxofone soprano, flauta e piano elétrico, Tony Hicks na bateria (substituído por Adrian Tilbrook em 1976) e Dave MacRae no piano e teclados a partir de 1975.

Cada membro deixou sua marca única na história do Back Door e continuou a influenciar a cena musical em suas carreiras subsequentes.

O Impacto Duradouro

O Back Door deixou um impacto duradouro na música. Sua coragem em desafiar as normas e explorar novos territórios musicais é uma inspiração para músicos em todo o mundo.

Eles provaram que a música é uma jornada de experimentação e descoberta, e seu legado continua a ecoar nas notas de músicos e na memória de fãs que apreciam sua música inovadora.

Conclusão:

A história do Back Door é uma jornada musical extraordinária. Desde suas origens humildes até o estrelato, as mudanças em sua sonoridade e a influência que deixaram na cena musical, esta banda do underground inglês dos anos 70 é uma lição sobre coragem e inovação na música.

O Back Door desafiou as normas, construiu um som único e deixou um legado duradouro que inspira músicos até os dias de hoje. Seu som eclético e energia criativa continuam a cativar e influenciar amantes da música em todo o mundo. Este é o legado eterno do Back Door.

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