Anneke van Giersbergen & Arstidir – “Verloren Verleden” (2016) | Resenha

 

“Verloren Verleden” apresenta uma ampla seleção de importantes obras clássicas e tradicionais, retrabalhadas e reinventadas no universo sonoro da parceria entre o grupo Árstíðir e a cantora Anneke van Giersbergen.

Anneke van Giersbergen and Arstidir - Verloren Verleden (2016, Agua Recordings)

A voz abençoada pelos deuses de Anneke ficou mais conhecida no meio Heavy Metal em decorrência de sua carreira com a excepcional banda The Gathering.

Todavia, já temos quase uma década de sua saída da banda e, neste período, ela apresentou trabalhos muito interessantes, que abrilhantaram ainda mais sua carreira, como acontece neste álbum em parceria com o grupo islandês de folk neoclássico Arstidir.

“Verloren Verleden” apresenta uma seleção de peças eruditas ou tradicionais remodeladas para o universo de ambos, buscando nomes como Gottfried Stölzel, Leonard Bernstein e Henry Purcell.

A voz angelical e melódica de Anneke casou perfeitamente com a inspiração erudita que permeia o trabalho, através de arranjos orquestrados encharcados de sensibilidade musical.

Claro que o instrumental é belíssimo, de um riqueza e requinte impressionantes (como bem evidenciam os arranjos de “Het Dorp”, que remetem a Schubert), mas uma faixa como “Solveig’s Song”, uma peça de beleza inestimável composta por Edvard Grieg, mostra que a grande estrela da companhia é o canto onírico de Anneke.

No conjunto da obra, esta sobreposição de texturas musicais cria um álbum voltado para canções de esmero irrepreensível.

Se ainda existiam dúvidas da singularidade da voz de Anneke, sua performance neste álbum dissipa qualquer uma delas, sendo que suas linhas vocais brilham tanto nos momentos mais minimalistas quanto em abrasivos andamentos orquestrados e eruditos.

Todavia, se mesmo depois de toda esta minha apologia ainda estiver com dúvidas se dedica um pedaço do seu dia para conhecer este trabalho, deixe que os arranjos de cordas belíssimos de “When I Am Laid In Earth” e o requinte de “Pavanne” te convençam.

Certamente, um dos grandes álbuns da última década que merecem ser redescobertos!

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