Burning Witches – “The Witch of the North” (2021) | Resenha

 

“The Witch of the North” é o quarto álbum de estúdio da banda suíça de Heavy/Power Metal Burning Witches, lançado no Brasil pela parceria entre os selos Nuclear Blast e Shinigami Records.

Burning Witches - The Witch of the North (2021, Nuclear Blast, Shinigami Records) Resenha Review

O Burning Witches é um exemplo de uma banda que cresceu tão rapidamente dentro do cenário, quanto  mudou sua formação em seus quatro primeiros discos de estúdio.

Fundada em 2015, na Suíça, a banda já chegou causando impacto na Europa com sua demo de 2016, sendo ovacionada em revistas como a Metal Hammer e a Rock Hard.

Quando lançaram seu primeiro e auto-intitulado álbum, em 2017, o poderoso heavy metal old-school, com traços de power/speed metal, chamou a atenção dos fãs do gênero e também da imprensa especializada.

Uma recepção calorosa que motivou o quinteto a entrar novamente em estúdio para registrar o segundo álbum, “Hexenhammer” (2018), um disco inspirado no clássico livro “Malleus Maleficarum”, um dos tratados mais importantes já escritos sobre a caça às bruxas na Idade Média.

Já no álbum seguinte, “Dance With The Devil”, após mudanças significativas na formação, conseguiram manter a proposta de peso, melodia e velocidade intacta e entregaram um repertório mais consistente, pesado e dinâmico.

É neste caminho que chegamos a “The Witch of the North”, um disco inspirado pelo legado das bruxas nórdicas, devotas à deusa Freya, e alimentado por guitarras vibrantes, estrutura pesada e vocais intensos.

“The Witch of the North” foi gravado no final de 2020, após o adiamento da turnê ao lado de Ross The Boss, por causa da pandemia de COVID-19. Novamente o trabalho em estúdio se deu sob a orientação de V. O. Pulzer (responsável por produção, mixagem e masterização) e Schimier (o eterno líder do Destruction)

Se você acompanhou a banda em seus discos anteriores não irá se assustar nem com o tradicionalismo do heavy metal praticado pelo quinteto feminino nem com a chuva de clichês,  afinal, as quatorze faixas que completam “The Witch of the North” formam uma ode ao peso e à velocidade do metal clássico.

Novamente temos guitarras, melódicas, vertiginosas, bebendo da fonte dos clássicos dos anos 1980. Não existem flertes com outros estilos musicais, apenas um tributo e muita reverência aos deuses da era de ouro do heavy metal: de Judas Priest a Slayer, de Iron Maiden a Savatage, de Mercyful Fate ao Warlock.

“The Witch of the North” tem diluída em sua personalidade própria o reflexo de cada uma destas influências, com destaque à faixa-título (que praticamente abre o trabalho com um tormenta de riffs poderosos), além de “We Stand As One” (com a clima épico de hino de batalha), “Flight Of The ValKyries” (que inicia como uma balada até explodir num heavy metal agressivo), “The Circle of Five” (furiosa e com toque speed metal), “For Eternity” (com um “q” de power/thrash metal teutônico), e “Dragon’s Dream” (outra pedrada power/thrash com ótimo trabalho de guitarras), todas estruturadas com ótimos riffs, melodias certeiras e refrãos bem encaixados.

Em comparação ao que ouvimos no disco anterior, posso dizer que “The Witch of the North” é um trabalho mais direto e incisivo, encarnado do espírito inflamado e primitivo do rock n’ roll e ambientado pelo clima frio e pagão do inverno nórdico desde o tom folk da introdução “Winter’s Wrath”.

É fato que o Burning Witches continua oscilando entre vários momentos empolgantes e alguns mais genéricos (como em passagens de “Tainted Ritual”, “Thrall” e “Lady of the Woods” – esta apesar do ótimo trabalho da vocalista), mas agora a energia é alta em todos os momentos do disco e quando acertam a mão o resultado é muito empolgante.

Cabe aqui menção à excelente performance da vocalista Laura Guldemond que se mostra mais segura em sua versatilidade já apresentada no disco anterior. Em “Flight Of The ValKyries”, por exemplo, ela rouba a cena e dá provas irrefutáveis deste fato.

No âmbito geral sua voz consegue transitar por estilos diferentes, indo com facilidade do agressivo ao melódico, e o que ela faz em “Hall of the Mountain King”cover do Savatage, é de arrepiar.

O Burning Witches é liderado pela guitarrista Romana Kalkuhl que trocou novamente de companheira nas seis cordas, pois, logo após “Dance With The Devil”, álbum anterior, a formação teve mais uma alteração importante com a saída da guitarrista Sonia Nusselder, agora na banda Crypta, e a entrada de Larissa Ernst.

Enfim, mais um bom disco para a conta do Burning Witches.

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