“Holy Land”, clássico segundo disco da banda ANGRA, é nossa indicação de hoje na seção VOCÊ DEVIA OUVIR ISTO, cuja proposta você confere nesse link.
Definição em um poucas palavras: Melódico, Alegre, Brasil, Classudo, Guitarra, Pesado.
Estilo do Artista: Heavy Metal.
Comentário Geral: Esqueça essa história de que o segundo álbum do Angra é um dos grandes trabalhos do Heavy Metal nacional.
Comece a aceitar que “Holy Land” é um dos grandes álbuns da música brasileira como um todo, numa investigação musical que merece todo o reconhecimento!
Tudo bem que misturar brasilidades musicais com o Rock não era novidade, afinal, Mutantes, Raul Seixas, Lobão, Nação Zumbi e Raimundos (pra citar superficialmente alguns nomes) já vinham manufaturando a mistura, assim como o Sepultura e seu “Roots”.
Mas a abordagem do Angra tem um sabor diferente!
Menos carnal e mais academicamente ousado, distante da volúpia tribal que o Sepultura mergulhou, Rafael Bittercourt e seus companheiros deram requinte, classe e eruditismo à mistura, numa exploração melódica da música brasileira.
A fusão já vinha sendo ensaiada desde o trabalho anterior, “Angel’s Cry” (1993), como prova a clássica “Never Surrender”, que flertava com o baião.
Mas ali era só um flerte e o conceito musical precisou de foco para ser bem desenvolvido, o que os levou à reclusão em um sítio, numa espécie de retiro musical, onde concretizaram o ousado projeto com sucesso.
“Holy Land”, foi lançado em 23 de março de 1996 e à época fora tratado como um amálgama de Dream Theater com Helloween, tamanha a eficiência melodia entremeada por passagens mais progressivas.
“Nothing To Say”, “Make Believe” e “Carolina IV” são destaques imediatos já na primeira audição, mas, com o tempo, outras composições ganham luz à medida que mergulhamos no conceito das letras e começamos a compreender os detalhes da música brasileira que permeiam o Heavy Metal.
Acredito que este foi o problema da compreensão inicial do álbum: poucos fãs do estilo estavam familiarizados com a música brasileira, principalmente de nomes como Hermeto Paschoal (que tem um trecho de composição aparecendo em “Carolina IV”).
Esse problema levou algumas pessoas a dizerem que o Angra havia copiado o Sepultura, quando, na verdade, o período de composição não permitiria tal fato, e ainda, leva a comparação trabalhos tão diferentes em seu conceito e concepção.
A ousadia era tamanha que em meio ao Speed Metal, Progressivo e Melódico temos batucada, flautas, tamborins, timbales, violão, triângulo, piano, música clássica, versos em português e até um pajé falando sobre ervas curativas em “The Shaman”.
Hoje em dia, isso tudo não é mais novidade, mas em meados da década de 1990 poderia enterrar a carreira de uma banda do estilo.
Isoladamente, cada um dos integrantes mostra grande domínio de suas funções, mas as guitarras de Rafael (com mais feeling em comparação à virtuose de Kiko) e as linhas vocais de André (confira “Deep Blue”) são destaques tão grandes que fogem à curva de suas performances dentro da discografia da banda.
O conceito lírico também se mostra inteligentíssimo ao tratar das grandes navegações da era do mercantilismo, centrando a época do Descobrimento do Brasil, sendo muito bem emoldurado por tonalidades musicais europeias e brasileiras.
Queiram ou não, este álbum abriu a mente de muitos fãs de Heavy Metal para a música brasileira e aproximou do estilo quem o rotulava por “apenas barulho”.
Por todos estes atributos, VOCÊ DEVIA OUVIR ISTO!
Ano: 1996;
Top 3: “Nothing To Say”, “Make Believe” e “Carolina IV”.
Formação: André Matos (vocal), Kiko Loureiro e Rafael Bittencourt (Guitarras), Luis Mariutti (baixo), Ricardo Confessori (Bateria).
Disco Pai: Viper – “Theatre of Fate” (1989).
Disco Irmão: Sepultura – “Roots” (1996).
Disco Filho: Bruno Mansini – “The Golden Soul” (2016).
Curiosidades: O clássico “Nothing To Say” teria um arranjo de cavaquinho, vetado pelos produtores, mas que chegou a ser gravado por Nica do Cavaco, pseudônimo do músico Marcello Nicastro, que foi guitarrista do Korzus por uma década.
Pra quem gosta de: Solos, ousadia, virtuose, caipirinha, RPG e história.
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