Em meados dos anos 80, o heavy metal conhecia suas formas mais brutais.
Rótulos como thrash metal, black metal ou death metal, eram somente ensaiados e itens de um futuro não muito distante daquele presente, onde o heavy metal da NWOBHM se fundia a elementos do punk rock e era envolvido sob a nomenclatura de speed metal.
Paralelamente à evolução musical e o nascimento de estilos e sub-estilos múltiplos, as artes gráficas que estampavam estas formas rápidas e brutais de se tocar o heavy metal precisavam se mostrar condizentes e contextualizadas, tanto à sonoridade, quanto à mensagem que as bandas cujos integrantes trajavam jeans, couro, faziam cara de malvados e empunhavam suas cruzes invertidas, gostariam de passar em suas letras.
Desta necessidade nasce a arte thrash metal, quase que simultaneamente ao advento de estilo musical homônimo, cujos traços e cores se tornaram quase um padrão para as bandas naturais dos modos mais extremos de se fazer música.
Claro que não existe um estilo artístico definido com esta nomenclatura e voltada para os discos de metal extremo, mas a alcunha, digamos de uma forma coloquial, “pegou”.
Os temas principais deste pseudo-segmento artístico são as guerras nucleares, política e o terror clássico. Sem sombra de dúvidas, o maior nome que assinava as capas dos álbuns, e o possível responsável por criar as normas para a “arte thrash metal”, foi Ed Repka.
A influência de seus traços permeia o trabalho de outros artistas, sendo o equivalente a Derek Riggs no Thrash Metal.
Ed Repka: O Artista
Edward J. Repka, artista americano, foi o responsável por definir todo o visual clássico das capas que apresentavam o metal extremo.
As habilidades começaram cedo e ainda na infância ele já se dedicava a ilustrar monstros, como os que apareciam nas histórias em quadrinhos que lia.
Na verdade, as revistas de terror foram suas primeiras influências, ao lado dos desenhos animados e filmes de monstros.
O séquito de nomes que expressavam sua arte através destes veículos, como H. R. Giger, Steve Dikto, James Bama, Reynald Brown e Robert McGinnis, foram os responsáveis por mostrar ao infante Ed Repka que sua obsessão por estes temas e sua habilidade poderiam se tornar uma profissão.
Mas até atingir este patamar, se dedicou aos estudos frequentando a Parsons School of Design e desenvolveu sua técnica única, embasada num visual granulado e arenoso, obtido com uma escova de dentes, numa época em que não existia o airbrush.
Rapidamente foi contratado por inúmeras gravadoras que nasciam já segmentadas para o público heavy metal, vindo a ser o nome que assinava as capas mais interessantes dos álbuns das bandas que surgiam naquele novo movimento de som pesado e rápido.
Seu estilo que contrastava cores fortes com humor negro só fazia o interesse dos selos e das bandas aumentar em relação ao seu trabalho.
Assim como Derek Riggs, artista responsável por ilustrar os clássicos do grupo britânico Iron Maiden, Repka se destacou por ter dado cores a um dos maiores mascotes do thrash metal: Vic Rattlehead, o esqueleto mascote do grupo Megadeth.
Apesar do paralelo, o artista afirma que Riggs nunca fora uma influência e que seu espelho eram as obra de Michael R. Whelan, responsável por artes de bandas como Sepultura e Obituary.
Ed Repka e Mr. Vic Rattlehead
O trabalho que trouxe maior reconhecimento do público para o trabalho de Ed Repka esta impresso nas capas de alguns clássicos do Megadeth.
Nestas estampas, Repka conseguiu estabelecer melhor o mascote que se tornaria a marca de uma banda, assim como Eddie está para o Iron Maiden.
Vic Rattlehead foi idealizado por Dave Mustaine, líder do Megadeth, ainda para a capa do primeiro lançamento, mas a ideia precisava de aperfeiçoamentos artísticos.
Quando o Megadeth estava em fase de produção de seu novo álbum em Nova York, se viu defronte o prédio da ONU e, de imediato, o contexto gráfico do novo álbum veio como um flash na mente de Dave Mustaine: a caveira que aparecia na foto do primeiro álbum, agora desenhada em frente a uma ONU destruída.
Tão rápido quanto a arte da capa do novo álbum, o título apareceu como se os dois elementos fosse indissociáveis em um universo paralelo: Peace Sells… But Who’s Buying?
A história deste mascote é contada na canção Skull Beneath the Skin, e sua imagem foi transferida da mente de Mustaine para a capa do disco por Ed Repka, que ainda assinou mais algumas imagens para o Megadeth que seguem abaixo.
A arte de Ed Repka nos álbuns de Heavy Metal
Com o passar do tempo, Repka se tornou um dos nomes favoritos das bandas mais rápidas e extremas. Muitos álbuns clássicos ou pioneiros vieram embalados por uma imagem desenvolvida por ele.
Listei alguns dos mais interessantes trabalhos gráficas desenvolvidos por Ed Repka que estampem álbuns de heavy metal.
Para começar, a banda Death, uma das precursoras do Death Metal que teve a capa de seus dois primeiros álbuns, os pioneiros Scream Bloody Glore e Leprosy desenvolvida pelo artista.
Outra gema do death metal que trabalhou com Ed Repka foi o Massacre, banda que contava com Kam Lee (um dos membros da banda Mantas, que contava com Chuck Schuldiner do Death), Rick Rozz (que integraria o Death no álbum Leprosy) e Allen West (que também integrou o fenomenal Obituary).
Repka ficou responsável pelas capas dos clássicos From Beyond e Inhuman Condition.
Ainda no campo dos pioneiros do metal extremo, o Possessed se valeu da arte de Ed Repka na capa do álbum Beyond the Gates.
O artista ainda trabalhou com outros nomes relevantes da cena da música pesada e algumas destas bandas que tiveram os traços de Repka em suas capas foram o Vio-Lence, Toxik, Evil Dead, Nuclear Assault, Whiplash e o S.O.B. A grande maioria das capas esta exposta abaixo.
As coincidências neste mundo são, às vezes, muito cruéis para serem verdadeiras.
Ao mesmo tempo em que o Thrash Metal perdia popularidade no início dos anos 90, as bandas, além de alterarem sua sonoridade, buscando algo mais moderno, ou simplesmente encerrarem suas atividades, começaram a buscar artes trabalhadas na emergente computação gráfica, fazendo com que a “arte Thrash Metal” ficasse fora de moda, sendo rejeitada até o revival da sonoridade clássica do estilo em meados dos anos 2000.
Assim, bandas novas ou antigos grupos se reuniram em prol, não só de uma sonoridade que remetia aos lançamentos dos anos oitenta, como também buscaram aquele tipo de trabalho gráfico que se desenvolveu quase como um irmão do estilo musical.
Como o rei pode até perder o trono, mas nunca o título, o rei desta arte, Ed Repka, retornou às capas dos álbuns, como veremos nos exemplos a seguir.
A arte de Ed Repka além dos álbuns de Heavy Metal.
As habilidades de Ed Repka não são desfiladas somente nas capas de álbuns que trazem músicas brutais e rápidas.
As mais diversas revistas já lançaram mão de suas ilustrações com traços e cores se fundindo de modo original.
Uma pequena mostra destas investidas em outras áreas além da música são apresentados nas próximas imagens, que só corroboram com a verdadeira proclamação de Ed Repka como o Rei da Arte Thrash Metal em temas como Star Wars e Marte Ataca.
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