Widowmaker – “Stand By For Pain” (1994) | Você Devia Ouvir Isto

 

“Stand By For Pain”, clássico segundo disco da banda WIDOWMAKER, é nossa indicação de hoje na seção VOCÊ DEVIA OUVIR ISTOcuja proposta você confere nesse link.

Widowmaker - Stand By The Pain

Definição em um poucas palavras: pesado, agressivo, sombrio, denso, alternativo, anos 1990.

Estilo do Artista: Heavy Metal

Comentário Geral:  “Stand By For Pain” é o segundo e último disco do Widowmaker, banda liderada por Dee Snider, mais conhecido pelo relevante e influente trabalho ao lado do Twisted Sister nos anos 1980.

Com o Twisted Sister, banda formada em 1973, Dee Snider lançou discos emblemáticos, com destaque a “Stay Hungry” (1984), que foi um sucesso comercial gigantesco, guiado pelos clipes de “We Not Gonna Take It” e “I Wanna Rock”.

Porém, nos discos seguintes, a banda começaria a decair, e após a tentativa fracassada de um disco comercial com “Love Is For Suckers” (1987) a gravadora Atlantic rescindiu o contrato e o Twisted Sister acabou no mesmo ano.

Neste último disco do Twisted Sister estava na formação o baterista Joey ‘Seven’ Franco, substituto de AJ Pero, que apareceria em dado momento na próxima banda de Dee Snider, o supergrupo Desperado, que durou entre os anos 1988 a 1990.

O Desperado, formado também por Clive Burr (Iron Maiden), ao lado do mestre Dee Snider (Twisted Sister), Bernie Tormé (Gillian e Ozzy Osbourne) e Marc Russel, chegou a gravar um álbum em 1988, denominado “Bloodied But Unbowed”, mas não conseguiu nem lançá-lo à época por decisão da gravadora Elektra, falindo antes mesmo de estrear. O álbum só seria lançado em 1996, pela Destroyer Records.

Em 1990, quando o Desperado dava seus últimos suspiros, o baterista Clive Burr já havia sido substituído por Joe Franco e, à exceção de Bernie Tormé, a banda continuou com o nome Widowmaker, chamando o guitarrista Al Pitrelli para o posto, advindo da banda de Alice Cooper, onde estava desde 1989. Ele também estava tocando com o Asia, na ápoca.

Em teoria, o Widowmaker era o segundo supergrupo de Dee Snider, mas agora ele não tinha que começar do zero, pois podia retrabalhar as composições do Desperado naquele que seria o primeiro disco da nova banda, chamado “Blood and Bullets” (1992), e que soava como uma versão amadurecida do heavy rock praticado na década anterior, pelo próprio Twisted Sister.

A musicalidade do Widowmaker mesclava de modo instigante heavy metal, hard rock e até mesmo blues rock, porém nem toda a maturidade e qualidade das músicas eram suficientes para superar o espírito da época, onde só havia interesse no grunge e em bandas alternativas.

Pode parecer cruel, mas o Widowmaker nasceu anacrônico. Com isso, “Stand By For Pain” saiu em 1994 tentando se adaptar à nova realidade do rock de forma consciente, investindo em peso e agressividade, além de uma produção extremamente crua, como mostra a pulsante e eletrizante faixa-título.

Comercialmente não deu certo, como era de se esperar, e a banda acabaria em 1995, não antes de Marc Russel ser substituído por Freddy Villano. Digo que já era de se esperar, pois, apesar da alta qualidade do material apresentado em “Stand By For Pain”, o Widowmaker era uma banda de intrusos oriundos do ultrapassado e afetado rock oitentista que parecia tentar surfar na onda do grunge/alternativo. Por melhor que fosse o repertório, o Widowmaker não soava legítimo, como várias bandas oitentistas que tentaram fazer o mesmo.

No âmbito musical temos um trabalho excelente, cheio de energia e intensidade como mostram as duas músicas que saíram como singles: “Long Gone” (com aquele atrito de peso e melodia melancólica) e “Ready To Fall” (com peso determinado e refrão fácil) – ainda com traços da musicalidade oitentista, algo presente também em “Protect and Serve” (com o peso chapado e clima urbano) e “All Things Must Change”.

Já na faixa de abertura, “Killing Time”, os riffs pesados de Al Pitrelli mostravam a nova postura do Widowmaker, mais densa e sombria, como também farão “The Iron Road”, “Bad Rain” (cadenciada e dramática), “Circles” e “Your Sorrow”, faixas que também evidenciavam a inspiração nos modos sabáticos renovados para a década de noventa. O repertório ainda traz uma pérola perdida: o blues rock pesado e insinuante de “Cry A Dying Man’s Tears”.

Após o fim do Widowmaker, Al Pitrelli foi para o Savatage gravar “Dead Winter Dead” (1995), enquanto Dee Snider embarcou numa turnê pelos Estados Unidos tocado clássicos do Twisted Sister. Essa turnê foi pouco divulgada na época, mas rendeu um material ao vivo registrado no ano de 1995 e lançado em 1997 com o título “Dee Snider’s SMF – Twisted Forever”. Recentemente este disco foi relançado com o título de “S.M.F – Live in USA”.

Aproveite que o selo Hellion Records relançou este segundo disco do Widowmaker em formato slipcase e confira esta pérola escondida do heavy rock noventista.

Ano: 1994

Top 3: “Ready To Fall”, “The Iron Road” e“Bad Rain.

Formação: Dee Snider (vocais), Al Pitrelli (guitarra), Marc Russell (baixo) e Joe Franco (bateria)

Disco Pai: Alice In Chains – ” Facelift” (1990)

Disco Irmão: Fight – “War of Words” (1993)

Disco Filho: Skid Row – “Subhuman Race” (1995)

Curiosidades: Entre 1975 e 1977 existiu uma outra banda chamada Widowmaker, na Inglaterra, que na formação trazia o baixista Bob Daisley, mais conhecido pelo trabalho com o Rainbow e Ozzy Osbourne, e que lançou apenas dois álbuns. O pai de Marc Russell havia sido roadie deste outro Widowmaker e ajudou Dee Snider a entrar em contato com Bob Daisley e conseguir sua permissão para usar o nome em sua nova banda.

Pra quem gosta de: Dirigir de madrugada, jeans rasgado, o filme “Seven” e tempo nublado.

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