Warshipper – “Past Essentials” (2022) | Resenha

 

“Past Essentials” é novo CD duplo do Warshipper que reedita os dois primeiros álbuns da banda em embalagem luxuosa com pôster e faixas bônus.

Abaixo você lê nossa resenha sobre este disco que foi lançado pelo selo Heavy Metal Rock.

Warshipper - Past Essentials (2022, Heavy Metal Rock) Resenha Review

A banda paulista Warshipper chamou muito a atenção no underground com seu mais recente trabalho de estúdio, “Barren…” (2020), um disco sufocante, ousado, desolador e pesado, tanto em música quanto em letras.

Este terceiro passo discográfico tem potencial para colocar a banda na vanguarda do metal nacional, simplesmente por dar ao metal extremo um vasto horizonte de possibilidades.

Mas a história da banda começou bem antes, pelas mãos de músicos experientes, como o próprio guitarrista e vocalista Renan Roveran nos contou quando representou a Warshipper em nossa seção SE7E PERGUNTAS: “Somos de Sorocaba, interior de São Paulo, e iniciamos as atividades em 2011. Apesar de sermos uma banda relativamente jovem, todos da banda possuem grande bagagem, a exemplo de nosso baixista Rodolfo Nekathor que é proveniente da importante banda de Death Metal dos anos 90, Zoltar, e eu que fui membro de uma igualmente expressiva e antiga banda chamada Bywar, de Thrash Metal.” 

A participação de Renan em nossa seção de entrevistas se deu antes do lançamento de “Barren…” (2020) e ele citou o título dos dois álbuns que possuíam, “Worshippers of Doom” (2015) e “Black Sun” (2018) como discos que mereciam serem ouvidos com atenção.

E estes são exatamente os dois trabalhos que chegam em “Past Essentials”, num belíssimo projeto gráfico em digipack e em formato duplo, mostrando bem como a Warshipper evoluiu em sua proposta de incluir diversos elementos em sua musicalidade, extrapolando o metal extremo.

“Worshippers of Doom”, o primeiro disco da banda, mostrava uma musicalidade bem estruturada dentro do death metal, num direcionamento brutal, por sua vez guiado por vocais guturais, ritmos acelerados, riffs pesadíssimos e blast beats.

Estes elementos construíram composições como “Warshipper”, “…And the Darkness Calls”, “Theatrical Dissection” “Absence of Colors – The Osbolete” como grandes destaques.

Apesar de ser um disco mais “purista” dentro das formas do death metal, “Worshippers of Doom” mostrava uma banda imprevisível nos arranjos e atenta aos detalhes, que manejava muito bem a sobreposição de estruturas velozes com riffs cadenciados.

Ou seja, em seu primeiro disco a Warshipper se apresentava como uma banda criativa e ousada, com amplo horizonte de crescimento e que sabia exatamente aquilo que queria fazer de sua música.

Se a ousadia ainda não tinha chegado ao nível do que ouviríamos em “Barren…”, o Warshipper continuava firme em sua evolução, imprimindo seu metal extremo de uma forma diferenciada simplesmente pela forma com que o executava.

Prova disso veio em “Black Sun”, segundo disco que chegou três anos depois de ‘Worshippers of Doom”. De cara, o novo trabalho mostrava evolução na produção, agora à cargo de Rafael Augusto Lopes, e na capa.

O trabalho em estúdio neste segundo disco ajudou a enaltecer uma das características mais marcantes da Warshipper: a alta capacidade de criar climas desoladores.

No caso de “Black Sun”, era gélido, frio e arrepiante, de onde emergem faixas pesadas e bem elaboradas como “Glowworm Dragon”, “Cry of Nowhere”, “Descending – Genesis & Ontogenesis” e ”Delusions of Grandeur“ que lembram muito a proposta escandinava do metal extremo, mas com identidade bem marcada nas linhas de guitarra.

Em ambos os trabalhos, superficialmente, podemos colocá-los no reino do death/thrash metal, pela sonoridade brutal, bateria veloz e guitarras nervosas que oferecem riffs incisivos.

Mas ainda assim temos andamentos rebeldes aos dogmas do estilo, permitindo a investida de arranjos diferenciados, bem como melodias imprevisíveis, virtuosas e densas.

Isso reflete bem aquilo que Renan Roveran nos disse sobre a musicalidade da banda: “Considero nossa musicalidade bastante original, por isso fica difícil sintetizar nossa musicalidade à comparação de uma banda apenas, de qualquer modo, creio que apreciadores e bandas de Death/Black Metal Europeu podem se identificar com nossa musicalidade.”

Por isso tudo, “Past Essentials” é um resgate mais do que necessário para o nosso metal nacional, principalmente pelo esmero da edição física à cargo do importantíssimo selo Heavy Metal Rock.

Em suma, este é um álbum para quem não somente gosta de som brutal, mas também de apreciar os detalhes.

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