Dia Indicado Pra Ouvir: Sexta-Feira
Hora do dia indicada para ouvir: Sete da Noite
Definição em um poucas palavras: Classudo, erudito, guitarra, pesado, ocultismo.
Estilo do Artista: Symphonic/Operatic Metal
Comentário Geral: O Therion foi uma banda que evoluiu de forma impressionante sua musicalidade. Do black/death metal ao grandiloquente symphonic metal, a banda sueca liderada por Christopher Johnsson apresenta uma coleção de clássicos em sua discografia, em especial a tríade “Theli” (1996), “Vovin” (1998) e “Deggial” (2000).
Nos anos noventa o metal extremo passava por transformações interessantes. O Amorphis explorava o apelo folk (como vimos nessa lista), o Paradise Lost mergulhava nas sombras góticas e o Therion se tornava o pioneiro do metal sinfônico com “Theli”, o álbum lançado em 1996, e que mudou de vez a personalidade da banda.
“Depois que este gênero explodiu [Death Metal] nós começamos, mais ou menos antes de todo mundo, a experimentar com teclados, misturando o metal dos anos oitenta e usando vocais femininos, bem como influências de música clássica e oriental junto com ópera”, contaria mais tarde Christofer Johnsson.
Mas essa metamorfose não foi assim tão simples de acontecer.
Após o fracasso do disco “Lepaca Kliffoth” (1995), Christofer estava disposto a acabar com o Therion e já tinha planos de fundar uma nova banda, chamada Theli, que se dedicaria a tocar um hard rock à moda setentista.
Porém, o chefe da gravadora Nuclear Blast daria carta branca para que ele fizesse o que fosse preciso para continuar o Therion. Resultado? O maior orçamento que a gravadora já tinha dispensado em um disco. Justo para uma banda com o futuro incerto e que vinha de um fracasso.
O universo tem suas próprias leis e o que era para ser o fim do Therion foi, na verdade, seu recomeço!
O projeto do álbum que viria a ser “Theli” foi retomado tendo como inspiração declarada o clássico “Into the Pandemonium”, do Celtic Frost. Nas palavras de Christofer Johnsson, um disco “pioneiro e inovador”.
Enfim a mente por trás do Therion conseguiria produzir a música que tinha imaginado e gravá-la no Impulse Studio, em outubro de 1995, em Hamburgo, na Alemanha. Ali ele limpou os vocais guturais de outrora que também contrastavam com as linhas operísticas, e o metal extremo foi transmutado para as formas oitentistas do rock/metal com geometria estrutural e melódica inspirada pela música erudita.
Porém, a inspiração para “Theli” não viria só do Celtic Frost.
Christofer também percebeu que “The Beauty in Black”, uma música mais gótica de “Lepaca Kliffoth” (1995), tinha cativado o público do heavy metal. Daí para incluir um toque gótico na metamorfose do Therion, que também incluía simbologia, orientalismos e referências multiculturais, foi apenas uma questão de ajuste.
Tudo isso rendeu um disco inovador que trouxe algo de novo ao heavy metal, como bem disse o próprio compositor: “Definitivamente, vale a pena mencionar que fomos cem por cento os primeiros em substituir o vocalista por um coral de ópera. E o conceito de não ter um único vocalista”.
Ao contrário do Nightwish e do Rhapsody, que também mesclavam música clássica com heavy metal à época, o Therion amplificava as sombras de sua música, usando o requinte como artifício para reforçar o profano e o grotesco. Isso fica claro nas faixas instrumentais que servem de interlúdio entre as composições principais e que são um destaque à parte no repertório (“Opus Eclipse”, por exemplo, é sensacional).
Com a energia feroz e vulgar do heavy metal mesclada ao temor e reverência inspirada pelo erudito, o Therion criou um lugar de paixão e fascínio, sofisticada por definição, mas envolta em mistérios com suas próprias leis. Aliado a esse apelo erudito musical vinham as letras de Thomas Karlsson, reforçando a temática ocultista de forma intelectual.
A dupla de abertura, “To Mega Therion” e “Cults of the Shadows” (claro, desconsiderando a introdução, até certo ponto deslocada no repertório), duas das melhores faixas do álbum, entrega tudo isso, mostrando também como a musicalidade pensada por Christofer Johnsson podia ser envolvente e palatável apesar de todo o requinte. Nestas duas faixas ainda percebemos toques do rock gótico, do folk escandinavo e do progressivo.
Na sequência, “In the Desert of Set” traz arabescos instigantes para outro ponto destacável do repertório, “Nightside of Eden” reforça o aspecto gótico inspirado nos anos oitenta, e “Invocation of Naamah” mostra o que de melhor a fórmula musical podia render naquele momento.
Claro que estamos diante de uma banda que inciava uma mudança radical em sua jornada, e numa primeira experiência a excelência dificilmente é atingida (como ouviríamos mais à frente). Em “Theli” podemos perceber uma certa indecisão em quais aspectos de fato reforçar dentro do direcionamento musical, e “The Siren of the Woods” é uma composição no mínimo chata, para não dizer pretensiosa.
Não há duvidas de“Theli” é o ponto de virada da musicalidade do Therion, o que só justifica seu sucesso imediato (após um mês já tinha vendido o dobro do álbum anterior), um resultado que fez a banda ser convidada para uma turnê com o Amorphis que à época lançava seu clássico “Elegy” (1996).
Aproveite que a Shinigami Records relançou recentemente este disco por aqui e confira já este pilar do metal sinfônico, pois, de fato, VOCÊ DEVIA OUVIR ISTO!
Ano: 1996
Top 3: “To Mega Therion”, “Cults of Shadow” e “Invocation of Naamah”
Formação: Christofer Johnsson (guitarras, teclados e vocais), Piotr “Docent” Wawrzeniuk (bateria e vocal), Lars Rosenberg (baixo), e Jonas Mellberg (guitarra, violão e teclados).
Disco Pai: Celtic Frost – “Into the Pandemonium” (1987)
Disco Irmão: Haggard – “And Thou Shalt Trust… the Seer” (1997)
Disco Filho: Luciferian Light Orchestra – “Luciferian Light Orchestra” (2015)
Curiosidades: A temática ocultista era trazida de um modo amplo em “Theli”, com referências ao mago Aleister Crowley (pra quem dedicamos esse texto), assim como misticismo draconiano e esoterismo hebraico. Cabe mencionar que a figura que aparece na capa é a do Deus Set.
Pra quem gosta de: Ocultismo, ópera, heavy metal e vinho tinto.
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