The Vintage Caravan: Resenha de “Voyage” (2014)

 

The Vintage Caravan Voyage
The Vintage Caravan: “Voyage” (2014, Nuclear Blast | 2019, Shinigami Records) NOTA:9,0

Há quase três anos, enumeramos 23 discos pra conhecer novas bandas de rock.

Uma pequena lista com intuito de mostrar que existe vida além das reuniões amputadas de grandes nomes do rock que jogam para uma torcida cega pelo fanatismo e, muita das vezes, surda para uma performance ultrapassada, manjada e vexatória.

Ou seja, para você parar de falar que o rock bom é só o antigo!

+ confira nossa lista de 23 discos pra conhecer novas bandas, aqui.

Dentre as bandas citadas estava o The Vintage Caravan, com seu disco “Arrival”, de 2015, mas com menções mais do que honrosas ao trabalho anterior, “Voyage”, que a Shinigami Records acaba de lançar no Brasil.

A mesma Shinigami Records que lançou por aqui, no ano passado, o quarto e mais recente álbum do trio islandês, “Gateways” (resenhado aqui), que, musicalmente, equilibra o espírito progressivo deste “Voyage”, segundo disco, com as inspirações metálicas de “Arrival”, terceiro álbum, pelo fulcro da abordagem setentista, investindo em complexidade entremeada a melodias certeiras.

E mesmo que seja mais voltado ao progressivo, “Voyage” não deixa de ser um álbum pesado! Instigante! Provocante!

Formado na Islândia, por Óskar Logi Ágústsson (vocal e guitarra) e Guðjón Reynisson (bateria), em 2006, quando ambos ainda tinha apenas doze anos, o The Vintage Caravan só começou a crescer à partir de 2009, quando os músicos decidiram que queriam viver de música, tanto que o primeiro disco, auto-intitulado de 2011, foi gravado de forma independente.

O baixista Alexander Örn Númason só chega em 2012, mesmo ano que assinam com o selo islandês Sena, responsável por lançar ainda naquele ano o segundo trabalho a banda, “Voyage”.

As influências de Led Zeppelin, Rush e Gentle Giant estão latentes em passagens pesadas e nos climas mais sombrios, mas sem ser complexo, que àquela altura credenciavam o The Vintage Caravan como uma das novas bandas de hard rock com maior potencial da cena, investindo em viagens psicodélicas, solos e riffs nervosos, experimentações, linhas de blues e um acachapante peso groovado.

Algo que a gravadora Nuclear Blast, responsável pelo relançamento do disco em 2014, também percebeu ao vê-los num festival na Islândia.

Sob a tutela da gravadora alemã (a maior do meio heavy metal hoje no mundo) e a potência que tinham em mãos impressa em “Voyage”, a banda alcançou repercussão mundial e se apresentou no festival Wacken Open Air por dois anos consecutivos, 2013 e 2014.

Faixas como “Craving”, “Expand Your Mind” e “Midnight Meditation” apresentam um groove pesado, direto e guiado por riffs de ganchos saborosos e refrãos cativantes, enquanto “Let Me Be” e“Cocaine Sally” (um rock construído sobre as possibilidades do blues) se desdobram em arranjos inspirados, cadenciados e técnicos. Ao mesmo tempo, “M.A.R.S.W.A.T.T” até pisa no terreno das grandes jam bands dos anos setenta. Porém, o grande destaque deste segundo disco reside em “The Kings Voyage”, uma épica composição que reunia todo o potencial que a banda apresentou nos discos posteriores.

Cabe ressaltar que neste segundo disco, Óskar Logi Ágústsson já mostrava ser um guitarrista de talento ilimitado, pois o trabalho de guitarras do álbum é irrepreensível e cristalino.

Claro que ajuda o fato dele estar muito bem amparado por uma cozinha sólida, mostrando que o Vintage Caravan ainda estava mais para Led Zeppelin do que para Black Sabbath, num momento claro de maturação e definição de sua identidade musical.

Em 2015, aproveitando o frisson em torno de seu nome o Vintage Caravan já disponibilizava o pesado e maduro “Arrival”, seu terceiro disco, mas aí já assunto pra outro dia.

TRACK LIST

  1. Craving
  2. Let Me Be
  3. Do You Remember
  4. Expand Your Mind
  5. M. A. R. S. W. A. T. T.
  6. Cocaine Sally
  7. Winterland
  8. Midnight Meditation
  9. The King’s Voyage
  10. Psychedelic Mushroom Man (Bonus Track)

FORMAÇÃO

Óskar Logi (vocal, guitarra)
Alex Örn (baixo)
Guðjón Reynisson (bateria)

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