Eluveitie – Resenha de “Ategnatos” (2019 | Shinigami Records)

 

Eluveitie Ategnatos
Eluveitie: “Ategnatos” (2019 | Nuclear Blast, Shinigami Records) NOTA:9,0

Os últimos anos foram atribulados para a banda suíça Eluveitie.

Não bastasse a conturbada recente turnê por aqui, anos antes, em 2016, Anna Murphy (hurdy gurdy, Vocais), Merlin Sutter (bateria) e Ivo Henzi (guitarra), três nomes importantes na alquimia Folk/Melodic Death Metal que fez da banda grande, desfalcaram a formação e fundaram o Cellar Darling.

Para seus lugares foram recrutados a vocalista Fabienni Erni, o baterista Alain Ackermann, o guitarrista Jonas Wolf e Michalina Malisz comandando o hurdy gurdy. 

Essa nova formação foi testada, e aprovada com louvores, no disco “Evocation II – Pantheon”, lançado em 2017 (e que resenhamos aqui), segunda parte do marcante trabalho de audaciosa proposta folk estritamente acústica.

Ou seja, será que os novos músicos conseguiriam manter a química de sua proposta mais pesada?

Essa era uma questão ainda gritante na mente dos fãs, que foi um pouco amainada pelo lançamento do single “Rebirth”, lançado em 2017, que antecipava  o que ouviríamos em “Ategnatos”, recém-lançado oitavo álbum do Eluveitie.

De fato, “Rebirth” era uma música que antecipava o retorno ao heavy metal da banda!

Agora, com “Ategnatos” em mãos, podemos enfim conferir o que Chrigel Glanzmann e seus companheiros estavam preparando em estúdio!

A faixa-título abre o álbum com apelo climático sombrio e melancólico, ao mesmo tempo prometendo um retorno ao peso do death metal melódico dos tempos de “Slania” (2008).

Promessa cumprida em faixas como “Worship” (com o peso sombrio da percussão celta dando um tom ainda mais belicoso ao death metal violento com participação de Randy Blythe, do Lamb of God) e “Threefold Death”, duas das composições mais pesadas da história da banda, para figurar ao lado de “The Nameless”, presente no álbum “Origins” (2014).

Aliás, no quesito metal extremo, “Ategnatos” é ainda melhor que “Helvetios” (2012) e “Origins” (2014).

Por essas primeiras observações vemos que o nome do álbum não poderia ser melhor escolhido, afinal ategnatos pode ser traduzido do gaulês como renascer.

Após todas as mudanças dos últimos anos e uma primeira audição no trabalho vemos que ele abarca todo um conceito de transformações e da luz surgindo das sombras.

No geral, parece que Chrigel Glanzmann – que soa bestial em seus vocais por diversas vezes – propõe o renascimento à partir do ponto em que pararam em “Slania”, seu melhor disco, à começar pela parceria em estúdio com Jens Bogren, que sabe deixar a sonoridade da banda moderna e orgânica, além de potencializar a harmonia do tempero celta com o metal extremo, como bem ouvimos em “The Slumber”, uma das melhores composições de “Ategnatos”.

Já no início do álbum, “Deathwalker” e “Black Water Dawn” mostram como o renascimento foi de fato realizado e porque o Eluveitie é o grande nome do folk metal: por seus climas bem criados, refrãos potentes, e a rica instrumentação folk e os vocais melódicos orbitando os aspectos do metal extremo.

Desta forma, temos sim guitarras desenhadas pelo melodic death metal da escola de Gotemburgo, retomando o som pelo qual são louvados, até fora do nicho folk metal, bem registrado em “A Cry in the Wilderness”“Mine Is the Fury”, duas outras grandes faixas do disco.

Mas nem só de melodia death metal vive esse renascimento do Eluveitie.

“Ategnatos” é um disco intenso, emocional, e inteligente na dinâmica de misturar a melodia celta com o peso, mas também ao oferecer movimentos que beiram a acessibilidade pop, gerando um atrito envolvente em composições como “Breath” (com seu desfecho de emocionar de tão belo), “Ambiramus” ou em “The Raven Will” (talvez a mais envolvente faixa do álbum).

Uma dinâmica que não seria possível sem a presença da vocalista Fabienni Erni, dona de um timbre belíssimo que além do poder altíssimo de emocionar (ouça “Eclipse” com atenção), dá novas possibilidades para a música da banda, casando bem com a agressividade de Glanzmann pelo contraste.

Claro que as rápidas composições instrumentais contribuem para a dinâmica e a ambientação do álbum, dando fôlego para que o ouvinte consiga assimilar a próxima parte do trabalho, criando uma fluidez ainda maior com as transições bem feitas.

Ou seja, “Ategnatos” renova não só sua música, como o folk metal,  ao voltar ao passado e retomar a melhor forma de sua sonoridade rica, mas nada pretensiosa, emergindo da fusão de várias simplicidades, conseguindo desviar dos clichês cansativos do gênero com destreza.

“Ategnatos” é um leitura menos épica, mais climática, sombria e melancólica do folk metal, que chega como um dos grandes trabalhos do segmento nesse ano, e que vai recolocar o Eluveitie na liderança de seus congêneres.

A edição nacional, à cargo da Shinigami Records, ainda  nos oferece três faixas bônus em formato acústico, um medley e versões de “Ategnatos” e “Ambiramus”. 

TRACK LIST

1. Ategnatos
2. Ancus
3. Deathwalker
4. Black Water Down
5. A Cry In The Wilderness
6. The Raven Hill
7. The Silvern Glow
8. Ambiramus
9. Mine Is The Fury
10. The Slumber
11. Worship
12. Trinoxtion
13. Threefold Death
14. Breathe
15. Rebirth
16. Eclipse
Bonus:
17. Ategnatos (Acoustic Version)
18. Ambiramus (Acoustic Version)
19. Threefold Rebirth (Acoustic Folk Medley)

FORMAÇÃO

Chrigel Glanzmann (Vocal, Flauta Tin Whistle, Mandola, Gaita de foles, Bodhran)
Fabienne Erni (Vocal, Harpa Celta, Mandola)
Alain Ackermann (Bateria)
Rafael Salzmann (Guitarra)
Jonas Wolf (Guitarra)
Kay Brem (Baixo)
Michalina Malisz (Sanfona)
Matteo Sisti (Flauta Tin Whistle, Gaita de foles, Mandola)
Nicole Ansperger (Violinos)

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