Descubra a magia de ‘Transmutante’ (2018), o impactante álbum independente de Tchella. Laira Arvelos nos leva por uma jornada íntima em sua resenha, explorando a fusão de influências de Elis Regina a David Bowie. Cada faixa é uma experiência única, um convite para transcender através da música. Conheça essa obra autêntica agora!
Descubra a musicalidade única de Tchella, a cantora e compositora brasileira, projetada inicialmente pela atuação em musicais e palcos internacionais.
Em sua jornada de 23 anos entre teatro, circo e música, Tchella superou desafios familiares para se destacar na cena musical, sendo premiada no Festival de Criatividade de Cannes e no Prêmio Profissionais da Música.
Seu álbum de estreia, ‘Transmutante’, conquistou reconhecimento e é resenhado abaixo.
Tchella: Resenha de “Transmutante”
Abaixo você lê nossa resenha completa do disco “Transmutante”, da compositora brasileira Tchella, escrita por nossa colaboradora Laira Arvelos:
“Ninguém tem culpa
É só uma desculpa,
da minha cabeça confusa”
Já disse uma vez que eu, leitora convicta, poderia imaginar uma vida sem livros, mas jamais uma vida sem música. A mistura de sons, silêncios e palavras coordenadas de modo sensível conseguem me provocar de forma íntima a cada momento de escuta.
Cada instante da vida tem uma trilha sonora, cada situação vivida nos remete a uma música e sentimento, e como obra do acaso, tive a grata surpresa de ser apresentada a Tchella, pelo disco “Transmutante” (2018); paixão à primeira nota, identificação no primeiro verso, conexão com história de vida.
Tchella transborda arte. Fruto do teatro, teve a oportunidade de nesta fase da vida, se encantar pela arte musical. A arte teatral envolve muito mais do que a atuação, com disciplina um caminho longo é percorrido, e envolve uma entrega global de corpo e mente, e exige uma participação e atualização das diversas capacidades possíveis. No palco Tchella foi convidada muitas vezes a tocar diferentes instrumentos e em outras a cantar.
Infelizmente teve que sofrer decepções na carreira para compor suas músicas, mas com muita força e competência, estudou muito e usou este momento de pedra, para trazer esta flor que é o seu trabalho. Ela que já havia passado por cursos de teatro, circo, dança, voz, para finalmente chegar à pós-graduação em Canção Popular na faculdade Santa Marcelina nos presenteia com este disco de expressão, de evolução, de arte, de envolvimento, de luz, de carinho. Transmutante!
O nome não poderia ser diferente, as músicas transmitem este processo de transformação e mudança, com os diferentes estilos e mensagens, vamos fluindo entre estados e sensações distintas. É impossível ouvir as músicas apenas cinco vezes (risos), é aquele tipo música que você ouve, você sorri, aprende a letra, mostra para quem você gosta, e agradece: “Eu agradeço por tudo que eu passo, cada pequeno passo, é tudo preposição…”
É difícil acreditar que este é o seu primeiro trabalho. O disco apresenta-se tão sólido que só é justificado por ser feito por uma pessoa que derrama inspiração. Entre suas influências estão nomes como Elis Regina, Rita Lee, Marina Lima, Maria Bethânia, Ney Matogrosso, Alicia Keys, David Bowie, Cazuza, Chico Buarque, e Zezé Motta.
Tudo isso, corroborado com uma equipe de peso que só acrescenta brilho a experiência: gravado nos estúdios Sala B, Sambatá e Lab de Sá, foi produzido e arranjado por Paco Nabarro, mixado e masterizado por Magí Batalha. Na banda estão Pedro Lauletta (bateria e percussão), Lucas de Sá (baixo), André Hemsi (guitarra), além das participações de Paco Nabarro, Antonio Dantas, Michelle Eufrasio e Pepe Cisneros.
A arte da capa foi feita por Luiza Braga; e a maquiagem das fotos de divulgação foi feita por Gisele Braga, belíssimas e sensíveis nos passam esta sensação de iluminação e energia que é tão presente nesta criação. A produção independente já está disponível nos diversos serviços de streaming, mas a vontade que fica é de ter o mais rápido possível o cd físico.
A bateria abre com a sincera e divertida “E aí você gostou? ”, trasmuta no pop rock (primeiro single lançado) “Pré-Sinto”, que é um desabafo para ouvir com volume alto e cantar junto, o bandolin rege a tranquila “Tudo o que eu queria te dizer” nos levando a um lugar agradável, transmutando na guitarra de “Sobrenatural” carregado por um interessante jogo de palavras e em “Indisciplinada” com um tom mais provocador.
O piano traz a fé em “Agradeço”, com um tom de gratidão, leveza e vida, e casa com “Meu tempo” que nos envolve com a atmosfera de reflexão e identidade dos sonhos tão nossos: “Meu tempo agora é meu (…)Eu quero estar comigo aqui.. Não quero mais negociar o meu bem-estar”. A música acaba com um suspiro que nos diz muito além do que a música em si.
“Lugar” e “Todos em nós” encerram o disco. Nesta segunda o tom de bossa nova finaliza com esmero esta deliciosa experiência de escuta e compartilhamento.
Tchella se reinventa e explora as diversas histórias que cada música sua transmite, e é em “Psicologia”, minha música preferida, (terapêutica) que a artista mostra a mulher que se reinventa através das marcas, em um momento bem particular vi nesta doce música um alento, porque é tão difícil e sufocante não conversar sobre nossos sentimentos.
Cada detalhe parece ter sido pensado e organizado sem perder a espontaneidade; pra ouvir, pra cantar e Transmutar. Estas várias personagens de Tchella são agora amigas, músicas, luz e arte. Um disco acolhedor e provocante, um antídoto aos maus momentos, arte pura e despida de vaidade.
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