Apesar do termo supergrupo ser cunhado e aplicado ao rock apenas no final da década de 1960, para rotular grupos musicais formados por nomes consagrados no cenário musical, foi na década seguinte que o formato viveu seus melhores anos.
Com os anos 60 ficando para trás e abrindo alas para os libertinos anos 1970, o rock vivia uma revolução, o flower-power perdia espaço para os grupos de hard rock, o sonho acabava com a dissolução dos Beatles e nascia o heavy metal. E os supergrupos continuavam sua caminhada com toda a força.
Neste início de década, Eric Clapton se consagrava o rei dos supergrupos. Em 1970, se cansou do Blind Faith e de suas rusgas com Steve Winwood e montou o Derek And The Dominos ( uma corruptela de “The Eric and The Dominos”) que lançou o grande álbum “Layla and other Assorted Songs” em novembro daquele mesmo ano.
O disco traz o grande hit “Layla” e a bela canção “Bell Bottom Blues”, além de regravações para clássicos do blues como “Key To The Highway”, de Big Bill Broonzy, e “Little Wing”, de Jimi Hendrix. O grupo era formado por Carl Radle (Delaney and Boonie), Bobby Whitlock (Delaney And Boonie) e Jim Gordon (Little Richard e músico de estúdio). A gravação ainda contou com Duanne Allman (The Allman Brother Band) em todas as faixas.
A década anterior havia visto o nascimento das grandes bandas de rock progressivo (Pink Floyd, King Crimson, Gentle Giant…), que se consolidaria à partir de 1971 com álbuns emblemáticos para o gênero. Até por isso, um dos primeiros supergrupos da nova década foi formado por ex-membros destes grandes combos que tocavam uma música ousada e intrincada. O Emerson, Lake & Palmer com certeza foi um dos supergrupos mais bem sucedidos da história do rock.
Keith Emerson (The Nice), Greg Lake (King Crimson) e Carl Palmer (Atomic Rooster) lançaram grandes álbuns do rock progressivo e vinham com uma proposta de música erudita aplicada ao rock com destaque para o disco de 1971, “Pictures At An Exibition”. Vale a pena conferir os ainda álbuns “Tarkus”, também de 1971, e “Brain Salad Surgery”, de 1973.
O ano de 1972 se iniciava e dois supergrupos começavam suas atividades. O Beck, Bogert & Appice, como o próprio nome diz era a junção de três grandes nomes do rock: Jeff Beck (Yardbirds), Carmine Appice (Vanilla Fudge, Cactus) e Tim Bogert (Vanilla Fudge, Cactus). Lançaram seis álbuns entre idas e vindas até 2005.
O outro supergrupo que lançava seu primeiro álbum em 1972 era o Capitain Beyond. Grupo formado por um time dos sonhos: Rod Evans do Deep Purple, Larry Reinhardt e Lee Dorman do Iron Butterfly, e Bobby Caldwell (Johnny Winter). Lançaram dois álbuns muito bons, mas não emplacaram. O primeiro, auto-intitulado é uma obra-prima do hard rock setentista.
Em 1973 surgia o Bad Company, umas das melhores bandas inglesas de todos os tempos. Seu primeiro álbum é um clássico absoluto do rock mundial. Formado por Paul Rodgers e Simon Kirke do Free, Mick Ralphs do Mott The Hoople e Boz Burrell do King Crimson, o grupo marcou um dos maiores sucessos comerciais da década de 70 e consagrou Rodgers como um dos maiores vocalistas da história do rock, chegando a substituir Freddie Mercury no Queen em seu último lançamento de estúdio, intitulado “Cosmos Rocks” (2008).
Ainda em 1973, nos Estados Unidos, surgia o Journey, um dos definidores do AOR. Gregg Rolie e Neal Schon, oriundos da banda do mestre mexicano das seis cordas, Carlos Santana, se juntaram a Aynsley Dunbar (Jeff Beck Group, David Bowie e Frank Zappa) e Ross Valory (Steve Miller Band) para formar um supergrupo que obteve um mega sucesso a partir de 1977, com a entrada do vocalista Steve Perry.
Este grupo se tornou o maior expoente do que se chamou de AOR (Adult Oriented Rock), segmento roqueiro muito popular nos anos 80 e seguido por bandas como Kansas, Boston, Survivor, Europe, etc. Destaque para os álbuns “Infinity” de 1977 (que traz “Wheels In The Sky”, “Lights” e “Anytime”), “Escape” de 1981 (com os hits “Don’t Stop Believe In”, “Stone In Love” e “Open Arms”) e “Frontiers” de 1983 (“Send Her My Love”, “Separate Ways” e “Faithfully”). Esta é uma das melhores bandas norte-americanas em todos os tempos no rock e vale a audição de toda a sua discografia.
Chegávamos ao meio da década de 1970 e em 1975, após a dissolução do Deep Purple, Ritchie Blackmore funda o Rainbow. No line-up, após várias trocas de formação, Ronnie James Dio (Elf), Blackmore (Deep Purple), Jimmy Bain (Elf), Cozy Powell (Jeff Beck) e Tony Carey formaram uma das maiores bandas de heavy rock da história. A união de rock pesado com a música clássica tem seu casamento perfeito nos primeiros discos do Rainbow. O grupo lançou álbuns fantásticos em sua primeira fase até 1980. Destaque para o clássico do rock “Rising” de 1976.
Creio que estes foram os principais supergrupos desta década ímpar para a história do rock n’ roll. Certamente houve outros, porém estes supergrupos não foram muito longe e suas trajetórias fracassadas foram abordadas em outra parte de nossa viagem pelo mundo dos supergrupos.
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