Steve Hackett – “Blues With a Feeling” (1994) | Você Devia Ouvir Isto

 

“Blues With a Feeling”, clássico disco de blues do guitarrista STEVE HACKETT, é nossa indicação de hoje na seção VOCÊ DEVIA OUVIR ISTOcuja proposta você confere nesse link.

Steve Hackett - Blues With A Feeling (1994) Resenha Review

Definição em um poucas palavras: Guitarra, Raiz, Classudo.

Estilo do Artista: Blues Rock.

Comentário Geral: “Um cara muito sábio uma vez disse que o Blues nada mais é do que um bom homem se sentindo mal por pensar numa mulher com quem já esteve”. Esta frase, um dos diálogos do filme “A Encruzilhada” (1986), alegoricamente resume a simplicidade do Blues: impossível de ser construído artificialmente, sem sentimento.

Não basta saber a estruturas rigorosa dos 12 compassos, divididos em três partes iguais, sublinhando cada parte com um acorde diferente.

Não basta dominar a métrica do pentâmetro jâmbico. Em verdade, para praticar o blues, não é necessário nem saber do que se trata esta teoria, basta sentir o que chamam de “notas sujas”.

Certamente, Steve Hackett, guitarrista histórico da fase áurea do Rock Progressivo, que dividiu seu talento entre o Genesis, o espetacular GTR e uma prolífica carreira solo, tem total domínio da teoria musical do Blues e quando disse que “o Blues é um estilo musical que é intensamente emocional e excitante”, sabia que sua natureza musical apurada estava diametralmente oposta ao feeling do Blues puro.

Sendo assim, quando decidiu mergulhar neste universo para o álbum “Blues With a Felling”, levou consigo uma gama de estilos, praticando uma forma particular de Blues.

Como fruto de uma época, as faixas trazem o clima noventista do Blues Rock, fortemente influenciado pelo Hard Rock e pelo AOR e com nuances de nomes como Gary Moore, Richie Sambora, Ry Cooder e Robert Cray, preenchendo o silêncio entre os acordes com linhas de guitarra eloquentes e virtuosas.

A pegada roqueira (com base groovada, guitarra virtuosa e inserções dilacerantes de naipe de metais ou harmonicas) se mistura alternadamente com o blues mais explícito, destacando as faixas “Born In Chicago”, “Big Dallas Sky” (balada sombria e de pegada progressiva), “Tombstone Roller” (com andamentos intrincados) e a faixa-título.

Mantendo uma dinâmica interessante, baseada na alternância de abordagens e de faixas instrumentais com outras donas de ótimas linhas vocais, temos um registro mais que interessante, num claro exemplo da versatilidade de Hackett, mesmo com vocais que não se encaixam perfeitamente no estilo (talvez por serem elegantes e refinados demais).

Mesmo assim, com toda essa qualidade musical, ainda ecoa na minha mente a frase do professor do personagem de Ralph Macchio, ainda no filme “A Encruzilhada”: “não dá pra servir a dois senhores!” Mesmo assim, VOCÊ DEVIA OUVIR ISTO!

Ano:1994;

Top 3: “Born In Chicago”, “Big Dallas Sky” e “Blues With a Feeling”

Formação: Steve Hackett (Guitarra, Harmonica, vocais), Dave “Taif” Ball (Baixo), John Chapman (Sax Baritone), Julian Colbeck (teclados), Hugo Degenhardt (Bateria), Matt Dunkley e John Arthur Lee (Trompete), Pete Long (Sax Tenor), Jerry Peal (Órgão) e Doug Sinclair (Baixo e Guitarra).

Disco Pai: Albert Collins, Robert Cray and Johnny Copeland – “Showdown!” (1985)

Disco Irmão: Alvin Lee – “Pure Blues” (1995)

Disco Filho: Trevor Rabin – “Jacaranda”  (2012)

Curiosidades: Em 24 de junho de 2016, a Esoteric Recordings (um selo da Cherry Red Records) relançou o álbum adicionando duas novas faixas bônus que foram gravadas especialmente para o relançamento, à saber: “On Cemetery Road” e “Patch of Blue”.

Pra quem gosta de: Se reinventar, riffs de guitarra, discos de vinil, uísque escocês.

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