Stay Tuned – Resenha de “Stay Tuned” (2018)

 

Stay Tuned

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Stay Tuned: “Stay Tuned” (2018 | Shinigami Records) NOTA:8,0

Você se lembra daqueles discos em que vários artistas se reuniam para arrecadar fundos para causas humanitárias? Os mais famosos foram os grandiosos “USA for Africa” e “Hear n’ Aid”.

Claro que existiram outros e ao longo dos anos eles foram distribuídos com maior ou menor repercussão, e o último pode ser este “Stay Tuned”, lançado em 2018. Uma celebração rock n’ roll com toda a renda revertida para a instituição de caridade Linda McCartney Fundraising Centre.

Um motivo mais do que admirável e justificável para que você adquira este trabalho!

Isso posto, vamos analisar o caráter musical das quatorze faixas lançadas neste álbum.

Discos onde algum compositor/produtor convida seus amigos músicos para dar vida às suas composições não são mais novidade há muito tempo.

Mas também não é novidade que nem sempre isso funciona.

No caso do Stay Tuned, podemos dizer que funcionou!

Liderado pelo multi-instrumentista e produtor austríaco Bernard Welz (homônimo de químico alemão), talvez o seu seja o nome menos conhecido da lista.

Sente só o naipe dos convidados: Ian Paice, Steve Morse, Suzi Quatro, Ian Gillan, Dan McCafertty, Steve Lukather, Don Airey, Jeff Scott Soto, Roger Glover, Steve Hackett e Tony Martin, só pra citar os mais impactantes.

Em resumo, o que se escuta nestas composições é um classic rock com espírito dos melhores anos do estilo, conjurado com sentimento e técnica por músicos que lá também estavam, como na ótima “I Don’t Believe That Rock n’ Roll Is Out”, a inspirada balada “Believe Me” e os arabescos e orientalismos de “Sacred Land” (que lembra vagamente um Led Zeppelin fundido ao Deep Purple).

Obviamente, assim como a lista de convidados indica, temos uma orientação ao hard rock em diversas faixas, como a “purpleneana” “Traffic Night” (com show de Carl Sentance, atualmente no Nazareth), a climática “Empathy” (com o sempre competente Jeff Scott Soto), e “Young Free and Deadly” (com Tony Martin brilhando).

Como grande destaque dentre as composições está a abertura instrumental “Jazz Police”, com seu clima de trilha sonora, instrumental que dança pelo progressivo e pelo jazz, com destaque ao slap bass de Mark King.

Só nessa faixa, são quatorze solos espalhados pelos instrumentos dominados por músicos distintos, uma vasta coleção de timbragens, um desfile de técnica apurada, e um ataque sonoro multifacetado, incluindo um solo de violino, e uma participação brilhante de John McLaughlin.

Porém, a grande estrela do repertório é a versão ao vivo de “Child in Time”, uma das duas faixas bônus, registrada em 2009, e com as participações dos saudosos Jon Lord e Steve Lee (que dá um show nos agudos desse clássico).

Nem tudo funciona em “Stay Tuned”. Dois exemplos são “Fading Away”, que parece uma versão envelhecida e mofada de “Stars” ou “We Are the World”, e  “Let the Stars Shine On You” que, apesar dos esforços de Steve Lukather, lembram fracas baladas dramáticas de Shirley Bassey ou Dionne Warwick.

Saldo final: “Stay Tuned” merece muito ser conferido! Não só pelo caráter beneficente.

Stay Tuned Cultura Pop e Underground Bernard Welz Stay Tuned Cultura Pop e Underground Bernard Welz Stay Tuned Cultura Pop e Underground Bernard Welz Stay Tuned Cultura Pop e Underground Bernard Welz Stay Tuned Cultura Pop e Underground Bernard Welz 

 

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