Sodom – “Genesis XIX” (2020) | Resenha

 

“Genesis XIX” é o décimo sexto álbum de estúdio da lendária banda alemã de thrash metal Sodom. Lançado em 2020, o disco chegou ao Brasil através da parceria entre os selos SPV/Steamhammer e Shinigami Records.

Sodom - Genesis XIX (2020, Shinigami Records, SPV Steamhammer) Resenha Review

“Genesis XIX” traz consigo a impressionante marca de ser o décimo sexto álbum de estúdio do Sodom, uma instituição do thrash metal alemão.

Sucessor de “Decision Day” (2016), esse novo trabalho apresenta uma banda renovada, tanto em musicalidade, quanto na formação, que agora é um quarteto.

No ínterim entre os dois discos, o mentor Tom Angelripper ganhou a companhia do velho conhecido Frank Blackfire e de Yorck Segatz para as guitarras e, mais recentemente, Toni Merkel veio para substituir o baterista Husky.

Ou seja, da formação que gravou o disco anterior, somente o baixista e vocalista permanece no Sodom.

Até por isso, posso dizer que ouvimos uma banda diferente, mais inspirada e diversificada, remetendo a seus grandes clássicos, mas com a sonoridade moderna.

É importante lembrar que  Frank Blackfire (que atualmente também toca no Assassin) era o guitarrista que gravou discos como “Persecution Mania” (1987) e “Agent Orange” (1989), dois marcos indiscutíveis do Sodom, além do ao vivo “Mortal Way of Live” (1988).

Sendo assim, existe um lastro histórico na música pesada deixado pela dupla Tom Angelripper/Frank Blackfire  que nos faz ter muita curiosidade sobre o que iremos ouvir neste “Genesis XIX”.

Tudo bem que a longa faixa-título já havia aparecido no EP “Out of the Frontline Trench” (2019) e dava o tom do que seria esse disco: fluida, ousada e com diferentes momentos e abordagens dentro da estética tradicional do Sodom.

Um detalhe interessante é que a bateria da faixa-título foi regravada por Toni Merkel para entrar no disco, pois no EP ainda tínhamos o baterista Husky na formação.

O fato é que essas doze composições se situam, de modo diversificado, entre o Sodom clássico e o moderno, algo que é ilustrado pela belíssima capa do disco, à cargo de Joe Petagno.

Esta impressão vem de um atrito criativo entre as duas metades do quarteto. Se Angelripper/Frank Blackfire são a parcela “valvulada” do speed/thrash metal old-school do Sodom, Segatz/Merkel representam a metade contemporânea, aberta às possibilidades atuais de estúdio e aos modos modernos no metal extremo.

Nesse contexto temos toques de punk, melodia e até uma “volta fora da caixa” em faixas mais épicas como “Genesis XIX” (épica, e a melhor do disco!), “Occult Perpetrator”, “Harpooneer” e “Waldo & Pigpen”. 

Mas calma, não espere nada muito ousado, pois esse disco transpira thrash metal old-school, sem experimentos, divagações instrumentais, ou extravagancias climáticas.

“Genesis XIX” é um disco crú, ríspido e incisivo!

Um proposta eficiente e impactante que gera ótimas composições como “Glock ‘n’ Roll” (que título sensacional!), “Nicht mehr mein Land” (mantendo a tradição de faixas em alemão de forma pesadíssima e groovada), “Euthanasia” (um thrash metal à moda antiga do Sodom), “Sodom & Gomorrah” e “Dehumanized”.

O álbum foi produzido por Siggi Bemm (que o mixou analogicamente) e masterizado por Patrick W. Engel. Esse time de produção foi eficiente em captar o som clássico e caótico do Sodom, com aquele timbre sujo de guitarra, baixo encorpado e bateria maciça, sem tornar as músicas amorfas. Tudo é audível e separável.

Cabe menção de que o décimo nono capítulo do livro bíblico de Gênesis fala sobre a destruição de Sodoma e Gomorra, sendo óbvia a primeira uma referência ao nome da banda.

Por favor, não deixe “Genesis XIX” passar batido!

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