Savatage – “Sirens” (1983) | Você Devia Ouvir Isto!

 

“Sirens”, clássico primeiro disco da banda SAVATAGE, é nossa indicação de hoje na seção VOCÊ DEVIA OUVIR ISTOcuja proposta você confere nesse link.

Savatage - Sirens (1983, 2020, Shinigami Records) Resenha Review

Definição em um poucas palavras: pesado, guitarra, metal.

Estilo do Artista: Heavy Metal

Comentário Geral:  A origem do Savatage data do ano de 1978, na cidade de Tampa, na Flórida.

Muito antes daquela cidade ficar conhecida como a meca do death metal, os irmãos Jon Oliva (vocal, teclados e baixo) e Christopher Oliva (guitarrista) fundaram a banda Metropolis, ao lado do baterista Joe Conn.

Após a entrada do baixista Tony Ciulla o Metroplis foi rebatizado como Avatar e já no ano seguinte, em 1979, começam as mudanças na formação enquanto a banda se desenvolvia no circuito underground.

Já com Steve Walchoz na bateria e Keith Collins no baixo, o Avatar consegue lançar um single com as faixas “City Beneath the Surface”, “Sirens” e “The Whip”, em janeiro de 1983, chamando a atenção da Metal Blade.

Logo veio o convite para integrar a histórica coletânea “Metal Massacre 1”, ao lado de Steeler, Bitch, Malice, Ratt, Cirith Ungol e Metallica.

A mudança de Avatar para Savatage veio por causa de problemas legais que levaram o single a ser recolhido, e o que poderia ser danoso não impediu que entrassem em estúdio para gravar o primeiro álbum, “Sirens”.

“As lembranças das sessões são confusas, para ser honesto… Nós não sabíamos o que estávamos fazendo…”, lembrou Jon Oliva na época do relançamento deste disco. Ele continua: “Uma coisa que lembro muito bem, sobre este disco, era que tudo tinha que ser feito muito rápido”.

Os músicos entraram no estúdio Morrisound, em Tampa, na Florida, com o produtor Dan Johnson, montaram o equipamento como se fossem tocar um show e gravaram o repertório de uma taca só, adicionando os solos e os vocais posteriormente.

Sobre as influências da banda naquela época, Oliva lembra que “quando começamos nós éramos muito influenciados pelas bandas britânicas de hard rock. Criss amava UFO, Rainbow e obviamente Deep Purple. Um de seus guitarristas favoritos era Mick Box do Uriah Heep, ele realmente amava a música dele.”

Estas influências ficam claras quando ouvimos faixas como “Out In The Streets” (essa com um belíssimo solo de guitarra), “Rage”“On The Run”, “Twisted Little Sister” “Scream Murder”, todas ligadas de alguma forma a uma sonoridade mais hard rock, ou heavy rock se você preferir.

Mas também existia o Accept: “Nós adorávamos Accept! Quando começamos nós chegamos a tocar covers de algumas de suas músicas”.

Lançado pela Metal Blade Records em julho de 1983, “Sirens” logo chamou a atenção para a banda por causa de pedradas como “Holocaust” (com seus riffs poderosos sustentados por uma bateria de ritmo urgente), “I Believe” (um puro metal épico que começa dramático e explode numa onda de fúria) e a emblemática faixa título, todas representantes clássicas do puro heavy metal norte-americano.

Todas as músicas, incluindo as dos EP que chegaria futuramente, foram compostas pelos irmãos Oliva em cinco meses, mas pouco antes das gravações eles tiveram que acelerar o processo de lapidação das músicas, pois algumas delas ainda não estavam completas.

Faixas como “Rage”, “Living For the Night” “I Believe” foram finalizadas na semana anterior a entrarem em estúdio para gravar “Sirens”, e tem um acabamento mais apressado do que as demais.

As letras foram inspiradas por temáticas diversas, pois o Savatage ainda estava muito longe dos discos épicos e conceituais pelos quais seria conhecido. “Sirens”, por exemplo, era inspirada liricamente pela mitologia grega, enquanto “City Beneth the Surface” veio de um sonho de Jon Oliva.

Musicalmente, “Sirens” tem uma primeira metade impecável, mas vai perdendo força ao longo da segunda parte que soa ainda muito ligada aos padrões setentistas do heavy rock.

Esta inconsistência no repertório, inerente a uma banda que ainda busca sua identidade, não aconteceria com a EP gêmeo, que viria no ano seguinte e batizado de “Dungeons Are Calling”.

De certa forma, “Dungeons Are Calling” antecipava o peso e o heavy metal agressivo que seria ouvido em “Hall of the Mountain King”, principalmente a faixa-título que é uma das melhores de todo o heavy metal norte americano nos anos 1980.

Em 1984, entraria em cena Robert Zemzsky, que passaria a ser empresário do Savatage e levaria a banda para a Atlantic Records.

Para manter o nome da banda em alta lançam o já citado EP ainda em outubro de 1984. O material do pesadíssimo “The Dungeons Are Calling” havia sido gravado durante as sessões de “Sirens” e serve como uma continuidade daquele primeiro trabalho, onde os teclados começavam a ganhar mais espaço e o peso era melhor administrado.

Neste EP temos músicas sensacionais desta primeira fase do Savatage, antes da chegada de Paul O’Neil, como “By the Grace of the Witch” (com fúria e um clima sombrio nas guitarras cortantes e muita dramaticidade nos vocais), “Visions” (um speed metal à moda norte-americana) e “Midas Night”, além da faixa-título e das músicas que estavam naquele primeiro single da banda, “City Beneath the Surface” (com óbvias referências ao Black Sabbath) e “The Whip”.

Anos mais tarde, “Sirens” “The Dungeons Are Calling” foram relançados juntos na primeira versão em CD do primeiro disco, no ano de 1988, tornando os dois discos indissociáveis e um dos grandes momentos da carreira do Savatage.

O primeiro full lenght a ser lançado pelo novo selo, a Atlantic Records, seria o cultuado “Power of the Night”. Neste segundo disco de estúdio, lançado em 1985, o Savatage nos oferecia mais alguns bons momentos de seu repertório, como “Warriors”, “Necrophilia”, “Washed Out”, “Stuck on You” “Power of the Night”.

Mas aí já é assunto para um outro artigo!

Cabe mencionar que “Sirens” junto com “The Dungeons Are Calling” foi relançado no Brasil em 2020, pelo selo Shinigami Records, numa série de relançamentos do catálogo do Savatage.

Ano: 1983

Top 3:  “Holocaust”, “I Believe” “Sirens”

Formação: Jon Oliva (vocais e teclados), Criss Oliva (guitarra), Keith “Thumper” Collins (baixo) e Steve “Doc” Wacholz (bateria).

Disco Pai: UFO – “Lights Out” (1977)

Disco Irmão: Malice – “In the Beginning…” (1985)

Disco Filho: Burning Starr- “No Turning Back” (1986)

Curiosidades: “Sirens e Dungeons Are Calling foram gravados e mixados em vinte e quatro horas e deveriam ter sido o debut”, conta Jon Oliva no encarte do relançamento. Os dois discos foram separados em um LP e um EP por causa do tempo que cabia num disco de vinil. Anos mais tarde, quando lançado em CD o projeto como concebido foi reunido.

Pra quem gosta de: solos, virtuose, camiseta preta, jeans, tênis branco e cerveja (mesmo quente).

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