Slipknot – Resenha de “We Are Not Your Kind” (2019)

 

Slipknot - We Are Not Your Kind
Slipknot – “We Are Not Your Kind” (2019 | Roadrunner Records) NOTA:9,0

Enfim podemos conferir o novo álbum do Slipknot que chega cinco anos após “.5: The Gray Chapter” (2014).

Sexto álbum de estúdio da banda – se não contarmos à partir do independente “Mate. Feed. Kill. Repeat.” (1996)-, “We Are Not Your Kind” mostra mais coragem que seus antecessores para experimentar traços diferentes da própria personalidade do Slipknot, dando uma dinâmica diversificada ao peso da banda que vai do hard rock ao thrash metal, até com alguns fortes esbarrões no death metal.

A faixa de abertura, “Insert Coin”, funciona basicamente como um introdução que insere o Slipknot como mais um devoto da ambientação “retrô-moderna”, dando um certo onirismo à prometida tensão e psicopatia de sua imagética.

Esse é um artifício que continua funcionando, e as “vinhetas” de ambientação ajudam a manter o senso de loucura, pesadelo e absurdo que sempre espreitou a música pesada do Slipknot.

Até por isso não é exagero dizer que estão resgatando, em “We Are Not Your Kind”, a tensão sombria e o peso primitivo de seus primeiros discos, mas sem emular o passado e sim desdobramentos auto-referenciais, principalmente no que tange à agressividade dos riffs rasgados e sujos, e nas tangências com o hardcore dos primeiros anos.

Exemplos onde isso acontece? “Unsainted”, “Spiders”, “Nero Forte” “Solway Firth” (que fecha o disco com algo de industrial), só pegar as faixas mais óbvias.

Mas vamos passear por “We Are Not Your Kind” com calma.

“Unsainted” é, de fato, a abertura do disco e ela poderia estar em “Vol. 3: (The Subliminal Verses)”, sem nenhum problema, por sua explosão de clima e melodias certeiras. Mas aqui ouvimos o primeiro diferencial: um coral inteligentemente colocado até que o peso surja trampado e acachapante. A marca do Slipknot está impressa nessa faixa à ferro e fogo, sendo impossível não se empolgar com cada detalhe, harmonia e virada de bateria.

Já “Nero Forte” traz a melhor introdução do disco. É impossível não praticar o headbangin’ com essa música, que só não afirmo ser a melhor do disco porque existe “Liar’s Funeral” (uma faixa climática, de angústia represada evoluindo da balada ao violão até a melancolia arrastada quase doom/death metal, com variações obscuramente progressivas) que também duela pelo posto.

Estas duas músicas são o ápice da renovação musical do Slipknot.

Outra faixa excelente é “Spiders” , carregada de tensão surrealista quase cinematográfico, sendo uma das mais instigantes (atenção ao solo) e acessíveis do disco.

Por último destaque especial temos “My Pain”, talvez a mais experimental do trabalho, misturando algo do Massive Attack e do Kraftwerk com o próprio Slipknot.

Aos meus ouvidos, o Slipknot buscou a mesma fórmula que o Ghost usou para oxigenar sua música no último álbum. Claro, cada um a seu modo, com suas identidades, perfis e influências, mas as duas propostas buscam a fonte oitentista das trilhas sonoras do cinema para seus climas, e da música para as melodias mais acessíveis.

E o Slipknot é uma banda ímpar em sua geração para criar climas.

“We Are Not Your Kind” traz o groove do thrash metal e os ganchos melódicos renovados, amplificando a sensação de retomada, de reencontro com seua própria fórmula quase tribal que mistura ritmo, simplicidade, letras densas e refrãos contundentes, mas melódicos.

“Birth of the Cruel”, por exemplo, dá ainda mais peso, energia e angustia a alguns ensinamentos experimentais do Faith No More, com a personalidade da banda, obviamente, num caminho que vem ainda melhor marcado em “Orphan”, “Critical Darling”, “Red Flag” “Not Long for This World”.

Todas essas faixas mostram como conseguiram expandir sua musicalidade sem maculá-la, exibindo ainda a capacidade de amadurecer junto a seu público, gerando um dos discos mais interessantes de sua carreira, com dinâmica versátil e inteligente.

Como único porém de “We Are Not Your Kind” aos meus ouvidos está a produção .

Até bem orgânica pelo padrão que ouvimos da banda, o problema aqui está longe de ser o aspecto clínico da sonoridade, e sim o resultado comprimido e abafado, num aparente objetivo de ser claustrofóbico.

Mesmo assim, depois da terceira audição a produção não é mais problema, pois a mistura musical de “Iowa”  (2001) com “.5: The Gray Chapter” (2014) destas quatorze músicas empolgavam mais do que o trabalho de estúdio incomodava.

Até que enfim, com “We Are Not Your Kind”, posso dizer que gosto de um disco todo do Slipknot!

FAIXAS

1 Insert Coin
2 Unsainted
3 Birth of the Cruel
4 Death Because of Death
5 Nero Forte
6 Critical Darling
7 Liar’s Funeral
8 Red Flag
9 What’s Next
10 Spiders
11 Orphan
12 My Pain
13 Not Long for This World
14 Solway Firth

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