HÅRD:ON – Resenha de “Bad Habits Never Die”

 

Hard ON Bad Habits Never Die
HÅRD:ON – “Bad Habits Never Die” (2019 | Shinigami Records) NOTA:8,0

“Bad Habits Never Die” é o segundo disco da banda HÅRD:ON, capitaneada pelos irmãos Chris e Alex Hoff (Exxótica, 1853).

Em seu primeiro álbum, autointitulado (que resenhamos aqui), o  então quinteto paulista praticava um hard rock oitentista, com refrãos envolventes, guitarras maliciosas, bateria pulsante e baixo sinuoso, longe de qualquer preocupação com originalidade, mas com muita competência e honestidade em sua pegada que refletia uma abordagem mais voltada à primeira geração do estilo, com referências claras de Motley Crue, Quiet Riot e Ratt.

Agora, como quarteto (o guitarrista HP Elliot deixou a banda), nesse segundo capítulo que chega após três anos, o HÅRD:ON moderniza esses ensinamentos do hard rock oitentista, com composições festeiras, arranjos cheios de adrenalina e ganchos melódicos saborosos.

Foram compostas dezesseis músicas das quais a banda escolheu as nove que compõem o repertório e são divididas numa estrutura que remete aos antigos LPs, com duas aberturas, dois encerramentos e dois picos de intensidade, dispostas em aproximados quarenta minutos.

A faixa-título abre o trabalho com melodias instigantes, mas nada açucaradas, peso bem controlado, e malícia hard rock que me fez lembrar alguns momentos do L. A. Guns. Por falar em malícia, “Catwalk” esbanja esse quesito com seu ritmo bem marcado e linhas provocantes, quase como um Def Leppard mais sujo e crú!

Por essas primeiras faixas já percebemos como as guitarras estão intensas, o baixo encorpado e incisivo e a bateria mais robusta, formatando o hard rock direto e que bebe na fonte de todo o legado do gênero, desde a capa (que me lembrou algo do Aerosmith).

“Dr She”, chega na sequência e desfila um peso diferente do que ouvimos no restante do disco. Como uma afinação mais baixa, ela me lembrou o que bandas como Motley Crue e Skid Row faziam por volta de 1994 ou 1995.

Em seguida, “Touchdown” acelera um pouco o ritmo, esbarra levemente no heavy metal do Iron Maiden, além de nos dar o melhor solo de guitarra e o melhor refrão da primeira parte do álbum, que fecha com a boa “Sunset Drive” e seu refrão que gruda de primeira.

A segunda parte traz a energética “Open Your Eyes” e a melódica “Kings of the Pit” como os momentos mais genéricos de “Bad Habits Never Die” (e que parecem saídas do ano de 1984) retomando a qualidade com a interessante pegada oitentista de “Two to Tango” (uma das três melhores do disco) e a inspirada balada “Life”. 

“Bad Habits Never Die” deveria ter saído em 2017, mas problemas em cadeia adiaram-no. E basta uma primeira audição para certificar a evolução do quarteto e sua música, não só em composição, mas também em técnica, execução e exploração de timbres.

Além disso, por mais que a sonoridade pareça despojada, é nítido que as composições são pensadas aos detalhes, seja em estrutura, harmonias e pontualidades que dão o diferencial de cada uma delas.

Individualmente não dá pra negar que Alex Hoff esta numa rotação um pouco à frente do restante da banda; ele é o diferencial de criatividade e energia de todas as composições, oferecendo suporte ou protagonismo para as melhores partes de todas elas.

A produção do disco foi feita pela banda, ao lado do renomado produtor José “Heavy” Luís Carrato, e creio que mesmo resolvendo os problemas do primeiro trabalho, ainda não atingiram o ponto ideal em estúdio para potencializar o hard rock que o HÅRD:ON produz.

Porém, é perceptível a busca por aprimoramento em todos os aspectos do trabalho de estúdio.

É inegável também que estão no caminho certo e evoluindo do que apresentaram no primeiro disco, mas eu pensaria em dar ainda mais poder e impacto à sonoridade. Algo como a “transformação” que Bob Rock fez com o Motley Crue em “Dr. Feelgood” (1989).

Usando uma analogia com outra banda importante dos anos oitenta, esse “Bad Habits Never Die” é o equivalente para o HÅRD:ON do que o “7800º Fahrenheit” é paro o Bon Jovi. E não estou falando de semelhanças de musicalidade.

Explico.

Quando o Bon Jovi lançou “7800º Fahrenheit”, apesar das boas composições e do claro salto de profissionalismo da banda, o disco não saciou a expectativa criada com o primeiro álbum, autointitulado.

Creio que o mesmo acontece com “Bad Habits Never Die”. Apesar das boas idéias, performance segura e instigante dos músicos, fica a sensação de que falta algo. Falta um brilho, aquele elemento final na fórmula que arrebate o ouvinte de modo fulminante.

Veja bem, com isso não estou dizendo que o disco é ruim!

Longe disso.

Estou falando do HÅRD:ON atingir o máximo potencial que sua formação experiente pode dar.

E pra fim de conversa, se você gosta de Ratt, Mötley Crüe, Van Halen, Scorpions, L. A. Guns, Twisted Sister, Def Leppard, Skid Row, e adjacências,  pode conferir “Bad Habits Never Die” sem medo, pois o HÅRD:ON continua oferecendo música não apenas para os devotos do hard rock oitentista, mas também para os fiéis ao bom e velho rock n’ roll!

FAIXAS

1. Bad Habits Never Die
2. Catwalk
3. Dr She
4. Touchdown
5. Sunset Drive
6. Open Your Eyes
7. Kings of the Pit
8. Two to Tango
9. Life

FORMAÇÃO

Chris Hoff »» Vocal
Alex Hoff »» Guitarra/Teclado e Backing Vocals
Ricardo Bolão »» Baixo e Backing Vocals
Daniel Gohn »» Bateria

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