Sirenia – “Riddles, Ruins & Revelations” (2021) | Resenha

 

“Riddles, Ruins & Revelations” é o 10º álbum de estúdio da banda norueguesa de gothic metal Sirenia, capitaneada por Morten Veland, um dos fundadores do Tristania. O disco foi lançado em 12 de fevereiro de 2021 pela Napalm Records e chegou ao Brasil pela parceria com o selo nacional Shinigami Records, em uma bela edição em digipack.

Sirenia - Riddles, Ruins & Revelations (2021, Shinigami Records, Napalm Records)

“Riddles, Ruins & Revelations” chega três anos após o último disco de estúdio do Sirenia, “Arcane Astral Aeons” (2018), um trabalho que levou a banda capitaneada por Morten Veland a um novo patamar de produção, técnica e composição.

Este novo disco dá continuidade a estav evolução ao mesmo tempo que olha para o poder de cativar do celebrado “The Seventh Life Path” (2015), desde as similaridades em sua capa. De certa forma, estas novas dez músicas trazem a sonoridade do Sirenia, sinfônica, densa e melódica, para a modernidade ainda mais evidente que aquela feita no disco anterior, investindo em pinceladas de elementos eletrônicos sobrepostas a outros elementos da sua identidade mais pura, como os bons riffs de guitarra.

“Riddles, Ruins & Revelations” já é o terceiro disco com a vocalista Emmanuelle Zoldan, que soa ainda mais encaixada à musicalidade do Sirenia, sendo destaque em diversos momentos pela versatilidade e pela maneira com que ela insere sua voz em meio ao instrumental requintado, sendo esta uma das ferramentas que permitem ao Sirenia ampliar os horizontes de sua musicalidade sem agredir sua personalidade.

Uma prova disso mora no cover de “Voyage Voyage”, clássico do eletropop oitentista que chega como bonus na edição nacional de “Riddles, Ruins & Revelations”. A música famosa na voz da cantora francesa Desireless resume muito bem como o gothic metal de motivos sinfônicos foi fundido aos elementos eletrônicos.

Cabe mencionar que a formação ainda é completada pelo guitarrista Nils Courbaron e pelo baterista Michael Brush (que estréia em estúdio com a banda). Todos os demais instrumentos da música do Sirenia neste disco foram gravados por Morten Veland, que ainda mixou e masterizou o trabalho, por sua vez, gravado em sua maior parte no Audio Avenue Studios, na Noruega.

Por todos os aspectos musicais apontados e também pelas duas músicas apresentadas como singles, “Addiction No 1” (uma faixa desafiadora; melódica e enérgica) e “We Come to Ruins” (mais fiel ao som tradicional da banda), podemos perceber que “Riddles, Ruins & Revelations” é um disco diversificado, sendo estes, dois destaques do repertório (por motivos distintos) junto com “Downwards Spiral”, onde Emmanuelle faz um dueto com o vocalista Joakim Næss.

Em alguns momentos do disco eu me peguei pensando: será que era assim que o Amaranthe queria soar, mas não consegue? Isso porque a fusão de elementos eletrônicos com heavy metal moderno me soa muito mais genuína na forma empregada pelo Sirenia em partes de “Riddles, Ruins & Revelations”.

Não que tudo no disco funcione. “The Timeless Waning”, por exemplo, é um ponto muito fraco do repertório. Mas é fato que os fãs do Sirenia terão uma farta parcela daquilo que gostam, além de serem desafiados em diversos momentos com elementos novos dentro do pré-estabelecido conceito musical.

Sem dúvidas, Morten Veland sinaliza com “Riddles, Ruins & Revelations” que o Sirenia quer entrar em sua terceira década ainda relevante musicalmente em seu nicho, sem cultuar anacronismos e também não se escorar em seus álbuns mais celebrados. ‘Sempre em frente, mas sem perder a essência’, este parece ser o mandamento a ser seguido por Morten Veland e o Sirenia.

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