Sex Pistols – “Nevermind the Bollocks…” (1977) | Você Devia Ouvir Este Disco

 

“Never Mind The Bollocks, Here’s The Sex Pistols”, clássico primeiro, e único, disco da banda britânica SEX PISTOLS, é um dos pilares do punk rock. Ele ainda é tão relevante que torna obrigatório ouvi-lo de novo!

Este clássico do punk rock é nossa indicação de hoje na seção VOCÊ DEVIA OUVIR ISTOcuja proposta você confere nesse link.

Sex Pistols Never Mind The Bollocks 1977 resenha review god save the queen anarchy in the UK

Definição em um poucas palavras: punk, clássico, iconoclastia, anarquia, armação.

Estilo do Artista: Punk Rock

Comentário Geral: A banda foi forjada por Malcolm McLaren no fundo de sua loja de roupas em Londres. Sid Vicious tinha mais pose do que talento empunhando seu baixo. Steve Jones era um guitarrista medíocre e Johnny Rotten era fake. Mas o fato é que a química existiu e funcionou para conjurar um dos três pilares do punk rock, ao lado de “Rocket to Russia” do Ramones e “London Calling” do Clash.

O primeiro (e único) álbum do Sex Pistols, “Never Mind The Bollocks, Here’s The Sex Pistols”, merece e deve ser ouvido, mesmo que a banda seja uma espécie de projeto de marketing  de Malcolm McLaren para divulgar as roupas de sua loja, a Sex, para a juventude londrina dos anos 1970. Afinal, esse disco é o símbolo máximo do punk rock. Crú, simples, direto e ofensivo como uma cuspida na cara.

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Porém, uma outra verdade inquestionável é que o grupo sempre foi maior do que sua música. A banda sempre foi associada à atitudes extremas e polêmicas. A simples capa do disco foi censurada pelas palavras obscenas ali contidas em letras garrafais e a banda quase foi acionada na justiça por causa de seu cartão de visitas em forma de disco.

A banda era uma “armação” de Malcolm McLaren e era sobre isso que Johnny Rotten estava falando quando perguntou ao público que os assistia em San Francisco, na Califórnia, no último show da banda: “Como se sentem sendo enganados?”. McLaren era um empresário da decadente Londres que mudou para Nova York em 1974. A cena musical da cidade americana experimentava uma transição com o surgimento de nomes como Ramones, Patti Smith, Blondie e Richard Hell.

Ele nunca escondeu que os Sex Pistols eram sua tentativa de fazer dar certo aquilo que tentou nos Estados Unidos com o New York Dolls. “(Eu) estava pegando as nuances de Richard Hell, a veadagem pop dos New York Dolls, a política do tédio e misturando tudo pra fazer uma afirmação, talvez a minha afirmação final. E irritar aquela cena rock n’ roll, era isso que eu estava fazendo. Eu não estava começando nada de novo, estava esperando a minha vezpra fazer a declaração que tentava fazer desde que tinha quatorze anos” ele confessou a Legs McNeil e Gillian McCain, no livro “Mate-me, por favor: A História Sem Censura do Punk Rock”. “Os Sex Pistols eram idênticos aos New York Dolls” analisou McLaren. “David Johansen era como Johnny Rotten, Johnny Thunders era exatamente como Steve Jones, Arthur Kane era exatamente como Sid Viscious e, de certo modo, Paul Cook era como Jerry Nolan, exceto que não usava drogas”. 

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Mesmo assim, “Never Mind The Bollocks, Here’s The Sex Pistols” é uma excelente peça do punk rock. Sem trocadilhos com o título do álbum, as músicas contidas naquele bolachão era um verdadeiro chute entre as pernas da sociedade conservadora do reino da rainha. O Sex Pistols podiam não ser tão genuínos quanto o Ramones e muito menos engajados e articulados quanto The Clash, mas ninguém tira deles o fato de que esse primeiro (e realmente único) é marcante tanto em estética e estilo quanto em música e postura.

Seu comportamento definiu a primeira geração do punk e este disco é, antes de tudo, um conceito artístico da decadência e da depreciação. O primeiro destaque, “Holidays In The Sun”, anunciava aos quatro cantos do mundo que o rock n’ roll estava passando por mudanças e que surgia uma nova geração que iria salvar o estilo que já se tornava enfadonho.

“Anarchy In The U. K.” é um hino eterno, talvez a mais famosa peça do álbum, mas nada se iguala à fúria de “God Save The Queen”. Johnny Rotten quase vomita tais canções e sua performance vocal era inovadora. À época, os críticos massacraram a banda, que cantava as dores da juventude inglesa, alegando que não tinham técnica musical e que suas canções eram muito simples. Mas o que não conseguiam ver – e que os adolescentes ouviam de maneira límpida – era que a música dos Pistols era carregada de emoção primitiva e provam que a música não precisa ser técnica para ser admirada ou marcar época.

De fato, as músicas são simples, sem sair dos afamados três acordes, vocalizações altamente previsíveis, a bateria na mesma marcação e um baixo inaudível. O guitarrista Steve Jones não é nenhum exemplo de técnica apurada e não consegue mais do que arpejos e licks esparsos. Se pensarmos em Freddie Mercury, Elvis Presley, Robert Plant e Ian Gillan, chamar Johnny Rotten de cantor seria, no mínimo, um sacrilégio.

Já Sid Vicious é um caso à parte. Musicalmente, ele nunca seria um ícone do rock e tal status só foi atingido por sua vida de excessos, sua postura destrutiva e sua morte trágica. A prova de tais argumentos é que depois deste álbum, ninguém ouviu falar dos seus integrantes. Apenas Johnny tentou algo com outro grupo de talento indiscutível, o Public Image Ltd.

Se nada disso garante a robustez do disco, basta notar que ele carregou durante muito tempo todo um movimento, não só musical, mas ideológico, nas costas e deu status de banda histórica à um grupo que lançou apenas este disco com canções inéditas; um dos discos mais importantes da história da música moderna; a banda era genial no comportamento e musicalmente pouco acima da média.

Isso tudo só pode nos fazer louvar ainda mais o grupo, pois copiaram pelo menos um par de bandas americanas no que se refere à performances e até canções, pioraram o comportamento destrutivo de Jim Morrison, lançaram apenas um disco que tem composições que se destacam mais pela energia do que pela qualidade delas, se implodiu de modo trágico e mesmo assim são tidos como deuses do rock.

Ano: 1977

Top 3:  “God Save The Queen”, “Anarchy in the U.K.” “Pretty Vacant”.

Formação: Johnny Rotten (vocais), Steve Jones (guitarra), Sid Vicious (baixo) e Paul Cook (bateria)

Disco Pai: New York Dolls – “New York Dolls” (1973)

Disco Irmão: The Clash – “The Clash” (1977)

Disco Filho: Sigue Sigue Sputnik – “Flaunt It” (1986)

Curiosidades: Em fevereiro de 1977 Sid Vicious entrou para o Sex Pistols no lugar de Glen Matlock, mas ele não gravou nenhuma das linhas de baixo do disco que foram registradas pelo próprio Matlock.

Pra quem gosta de: Iconoclastia, bandas montadas por empresários, discos históricos, marketing do caos e de ser enganado.

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