O Screamer é mais um nome de excelência oriundo da Suécia, mas sua devoção não é aos deuses do rock psicodélico mas sim aos demônios da tradição européia do heavy metal.

De saída, a introdução climática, com guitarras melódicas e dobradas, além da capa de motivos oitentistas nos remeterão diretamente ao heavy metal crú da NWOBHM.

E quando “Ride On” explodir com seus riffs pesados, alta intensidade nos vocais e solos vibrantes, não será difícil pensar numa mistura de Saxon e Judas Priest homogeneizada de forma orgânica pelo fogo da modernidade, assim como fazem Enforcer, Ambush e Night Demon atualmente.

Junto à faixa-título (com uma pegada mais hard rock lembrando algo do Demon, talvez?) e “Towers of Babylon” (outra com melodia hard n’ heavy e um refrão matador) elas serão as melhores dentro de um disco difícil de se estabelecer pontos de máximo pelo ótimo trabalho geral.

Já “Shadow Hunter”, “Out of the Dark”, “Caught in Lies” e “Rider of Death” farão a alegria de admiradores dos primeiros três discos do Iron Maiden e que também se emocionam com o clássico “Lightning to the Nations”, do Diamond Head.

Em menos de dez minutos as guitarras de extremo bom gosto, seja pelos riffs dobrados, as harmonias melódicas,  os solos bem estudados, mas espontâneos, ou pelas palhetadas cavalgadas te cativarão de modo fulminante.

E não só as guitarras, mas também os vocais de Andreas Wikström que não abusam do direito de exagerar (o vocalista se desdobra em influências de Sean Harris e Rob Halford) são excelentes e a cozinha é simples, mas pesada, é extremamente competente.

O segredo por aqui é que conseguiram imprimir muita honestidade, paixão e respeito pelas referências que escolhem como ponto de partida para operar sua musicalidade vintage.

Até mesmo em faixas mais genéricas como “Sacrifice” a banda não escorrega tanto assim. Já a veloz e pesada “Halo” irá te lembrar porque a NWOHBM foi a maior influência para a criação do thrash metal.

“Highway of Heroes” é o quarto álbum da carreira da banda e claramente é um disco fruto do entrosamento desta formação (que está junta desde 2016) ajustado na estrada.

Pela primeira vez todos os músicos do Screamer estavam juntos no processo de composição, o que justifica a coesão de todas as dez faixas que completam os pouco mais de trinta e cinco minutos do disco.

É interessante reforçar o fato de que este é apensa o segundo disco no Screamer do vocalista Andreas Wikström e do baixista Fredrik Svensson Carlström.

Cabe, por fim, mencionar também o excelente trabalho de estúdio, capitaneado por Gustav Hjortsjö, baterista dos conterrâneos do Bulllet, com mixagem de Tomas Skogsberg no lendário Sunlight Studio, além do fato deste ser o primeiro trabalho da banda pelo selo The Sign Records, que está se tornando o celeiro das ótimas bandas da Suécia.

Ah! E “Highway of Heroes” acabou de sair no Brasil via Hellion Records!

FAIXAS

1. Intro
2. Ride On
3. Shadow Hunter
4. Rider of Death
5. Sacrifice
6. Halo
7. Highway of Heroes
8. Out of the Dark
9. Towers of Babylon
10. Caught in Lies

FORMAÇÃO

Henrik Petersson (bateria)
Anton Fingal (guitarra)
Dejan Rosic (guitarra)
Andreas Wikström (vocais)
Fredrik Svensson Carlström (baixo)

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