Burning Witches – Resenha de “Dance With The Devil” (2020)

 

Burning Witches - Dance With The Devil
Burning Witches – “Dance With The Devil” (2020 | Nuclear Blast, Shinigami Records)

O Burning Witches foi fundado em 2015, na Suíça, e vem causando impacto na cena europeia.

Seu poderoso heavy metal old-school, com traços de power/speed metal, chamou a atenção dos fãs do gênero e também da imprensa especializada.

Tanto que seus dois discos de estúdio, o primeiro auto-intitulado e “Hexenhammer”, tiveram recepção calorosa que motivou o quinteto a entrar novamente em estúdio para registrar este terceiro álbum, “Dance With the Devil”.

E como em time que está ganhando não se mexe, rumaram para o mesmo estúdio novamente sob a orientação de V. O. Pulzer (responsável por produção, mixagem e masterização) e Schimier (sim, o líder do Destruction), e saíram de lá com  novas composições.

Se o segundo disco, “Hexenhammer”, caminhava pelo mesmo terreno do heavy metal tradicional de outrora, remetendo ao Judas Priest e também ao Warlock, oscilando entre vários momentos empolgantes e alguns mais genéricos, agora conseguiram um repertório mais consistente, pesado e dinâmico.

As mudanças de formação sempre foram uma constante na biografia do Burning Witches e logo após “Hexenhammer” sofreram uma alteração importante com a troca da vocalista: Seraina Telli deu  lugar à holandesa Laura Guldemond e este terceiro disco chega para responder a questão de como a banda soará com a nova vocalista.

E se você quer a resposta rápida pode ouvir a última faixa do disco, “Battle Hymn”, um cover do Manowar com as participações de Ross The Boss (ex-Manowar) e baixista Michael Lepond, onde Laura mostra que é tão determinada quanto versátil em suas linhas vocais.

Além de ter conseguido inserir sua personalidade ameaçadora e sedutora na musicalidade do Burning Witches, ela deu à banda possibilidades que até então não existiam simplesmente por sua voz conseguir transitar por estilos diferentes, indo com facilidade do agressivo ao melódico.

Mas eu aconselho a dar o play em “The Incantation”, a introdução, e esperar chegar “Lucid Nightmare”, para ver que tudo aquilo que fez da banda cativante permanece, mas agora com uma dose extra de dramaticidade, algumas vezes cinematográfica, além de peso, com algo me remetendo ao trabalho do mestre King Diamond.

Certamente “Lucid Nightmare” será uma das melhores músicas não só deste terceiro disco, mas da carreira da banda!

Já “Wings of Steel” irá forçar as fronteiras do power/speed metal, lembrando uma versão atualizada do Exciter ou do Avenger, enquanto “Sea of Lies”, “Threefold Return” e “Necronomicon” se embrenham nos preceitos cadenciados e mais sombrios do power/heavy metal, até tangenciando o thrash metal alemão.

Guitarras, melódicas, vertiginosas e bebendo da fonte dos clássicos dos anos 1980 continuando guiando as composições que estão muito bem impressas por um magnífico trabalho de estúdio.

Se em “Hexenhammer” o Burning Witches manteve o melodias de seu primeiro disco e aumentou a velocidade, agora, em “Dance With the Devil”, dão upgrade no dinâmica e no peso, injetando mais adrenalina.

“Six Feet Underground” vem nos mostrar isso de forma ainda mais clara. Heavy metal tradicional  que troca de forma justa originalidade por ímpeto e determinação.

A impressão que dá ao ouvir essas novas doze composições é que o grimório de Romana Kalkuhl, a mentora intelectual da banda, ao invés de sortilégios e feitiços, possui todos os ensinamentos e encantamentos do metal clássico, estudado às minúcias.

Além disso, ela encontrou em Sonia Nusselder uma parceira ideal para instilar técnica e feeling nos arranjos de guitarras bem sustentados pelo baixo e pela bateria robustos.

É evidente que o entrosamento gerado pela estrada deu mais fluidez ao diálogo musical das duas guitarristas. Ouça “Necronomicon” com atenção às guitarras e você vai entender o que quero dizer.

A faixa-título e “The Final Fight” exploram aquele hard n’ heavy de linhas vocais pra se cantar junto, ritmos cadenciados e refrão certeiro, mostrando que as influências de Warlock permanecem intactas.

Já “Black Magic” é quase um alívio dinâmico no repertório, além de mostrar o quão versátil e emocional a nova vocalista pode ser. Há tempos não ouvia uma power ballad tão boa! Uma das melhores do disco ao lado de “The Sisters of Fate” e da já citada “Lucid Nightmare”.

Com esse disco o Burning Witches se confirma como uma realidade do metal atual, e justifica o fato de ser uma das mais enaltecidas bandas do metal europeu.

Infelizmente, a banda divulgou uma nota anunciando a saída de Sonia Nusselder da banda, quatro dias após ela ser confirmada como membro da banda Crypta, ao lado de Fernanda Lira e Luana Dametto, ex-membros da Nervosa, e de Tainá Bergamaschi (ex-Hagbard).

Aproveite que o disco saiu pela Shinigami Records e vá atrás, pois vale muito a pena!

FAIXAS:

1. The Incantation
2. Lucid Nightmare
3. Dance With The Devil
4. Wings Of Steel
5. Six Feet Underground
6. Black Magic
7. Sea Of Lies
8. The Sisters Of Fate
9. Necronomicon
10. The Final Fight
11. Threefold Return
12. Battle Hymn feat. Ross The Boss & Michael Lepond

FORMAÇÃO:

Laura (vocal)
Romana (guitarra)
Sonia (guitarra)
Jay (baixo)
Lala (bateria)

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