Os primeiros discos do Sabaton foram lançados pelo selo sueco Black Lodge Records. Quando o reconhecimento mundial ao heavy metal cativante da banda chegou e eles assinaram com a Nuclear Blast para o lançamento de “Coat of Arms”, os fãs não conseguiam encontra-los facilmente .

Desta forma, o Sabaton, com o apoio da gravadora Nuclear Blast, comprou da Black Lodge Records os direitos dos discos e relançaram-nos numa série intitulada de Re-Armed.

Ou seja, esse “Attero Dominatus: Re-Armed” nada mais é do que o relançamento do segundo álbum da banda, originalmente lançado em 2006, onde eles reforçavam sua identidade sustentada musicalmente pelo power metal e conceitualmente por eventos importantes da história militar.

Nesse contexto, a faixa título abre o trabalho com todo o apelo épico pelo qual a banda ficou conhecida, com arranjos sinfônicos bombásticos, perpassados pelas guitarras vibrantes e típicas do power metal, numa fórmula que apareceria novamente em “In the Name of God” e Light in the Black” .

A sequência, com “Nuclear Attack”, e posteriormente com “Back in Control”, mostrava o alto potencial que estes suecos tinham para levar o legado de Accept, Gamma Ray, Judas Priest e Hammerfall para um rumo diferente e não menos cativante. É fato que o Sabaton mostrava como se desviar de modo inteligente da saturação que o power metal vinha sofrendo naquela primeira década do novo milênio.

Apesar de já se valerem de um conceito bélico para seus discos, o Sabaton ainda variava dentro deste tema, buscando personagens como Adolf Hitler e eventos como a banda atômica, a Guerra das Malvinas e até o terrorismo.

Com isso, o Sabaton mostrou que dava para renovar a temática do power metal sem descaracterizá-lo como estilo musical, sendo musicalmente épico, bombástico, pesado e melódico como seus principais congêneres.

Como provas disso temos a longa e cadenciada “Rise of Evil” (com sua dramaticidade sombria e guitarras inspiradíssimas), “Angels Calling” (e seus arabescos e efeitos instigantes) e vale, também, uma atenção à letra de “Metal Crüe”.

Ou seja, o Sabaton criou neste segundo álbum um hinário power metal de batalhas históricas, com cheiro de pólvora e brilho cromado.

Esse era o primeiro disco com o tecladista Daniel Mÿhr, pois foi o próprio vocalista Joakin Broden quem gravou o teclado de “Prima Victoria” (2005), o disco anterior. Porém, quem brilha mesmo nessas composições são as guitarras da dupla Rickard Sundén e Oskar Montelius, que desfilam todos os segredos dos cânones do instrumento no heavy metal de forma impiedosa.

O segredo dos suecos já pode ser percebido neste disco: dar uma abordagem envolvente aos temas históricos sem querer emular uma aula de história, narrando fatos por pontos de vista alheios ao academicismo.

Claro que ainda tínhamos uma banda buscando sua identidade e com a fórmula que os consagraria ainda em andamento. Até por isso, algumas passagens soam mais genéricas e constantemente temos déjà–vus provocados por clichês fáceis.

Porém, a essência da música que fez do Sabaton grande está aqui, um diamante bruto que seria lapidado até o que ouviríamos em “Carolus Rex” e “Heores”. 

Este relançamento chega ao Brasil via Shinigami Records e  traz cinco faixas bônus, entre elas o ótimo cover de “Fur Immer”, de Doro Pesch, e o vibrante “Metal Medley”, gravado ao vivo.

Vale muito conferir este petardo!

FAIXAS

1. Attero Dominatus
2. Nuclear Attack
3. Rise Of Evil
4. In The Name Of God
5. We Burn
6. Angels Calling
7. Back In Control
8. Light In The Black
9. Metal Crüe

10. Für Immer (DORO Cover)
11. Långa Bollar På Bengt (Svenne Rubins Cover)
12. Metal Medley (Live In Falun)
13. Nightchild
14. Primo Victoria (Demo Version)

FORMAÇÃO

Joakim Brodén »» vocal
Rickard Sundén »» guitarra e backing vocals
Oskar Montelius »» guitarra e backing vocals
Pär Sundström »» baixo
Daniel Mullback »» bateria
Daniel Mÿhr »» teclado

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