Running Wild – “Blood On Blood” (2021) | Resenha

 

“Blood On Blood” é o décimo sétimo álbum de estúdio da banda alemã de power/heavy metal Running Wild,lançado em 2021 no Brasil pela parceria entre os selos SPV/Steamhammer e Shinigami Records.

Running Wild - Blood On Blood

O incansável Rolf Kasparek, que também atende pela alcunha Rock ‘n’ Rolf, entrega o décimo sétimo álbum de estúdio de sua banda, o Running Wild, um nome importante do power/heavy metal alemão, com uma história de quatro décadas de fidelidade ao estilo.

“Blood On Blood” é sim uma continuação do que ouvimos em “Resilient” (2013), “Rapid Foray” (2016) e no EP “Crossing the Blades” (2019), com aquela impressão moderna e com tempero hard rock dinamizando sua identidade heavy metal à moda old-school bem marcada como sempre.

De fato, “Blood On Blood” não traz nada além daquilo que se espera do Running Wild, mas, também, é fato que estas novas dez composições estão bem desenvolvidas em estúdio e com arranjos mais detalhados, principalmente no trabalho de guitarras (desenhando boas melodias e solos interessantes), e isso já o faz pelo menos mais interessante que os dois últimos discos de estúdio.

A faixa-título, que também é a faixa de abertura, resume bem estas duas observações, com um riff típico do power/heavy metal do Running Wild oitentista e linhas vocais envolventes pelas melodias bem encaixadas e empolgantes, assim como também farão em “Wings os Fire”, só que neste caso mais voltado ao hard n’ heavy, lembrando algo do Saxon.

Outra faixa com estas características amalgamadas é “The Shellback”, que remete à fase noventista da banda, podendo facilmente estar em “Pile of Skulls” (1992), “Black Hand Inn” (1994) ou “Masquerade” (1995), com com riffs ultra rápidos, bateria explosiva e refrão certeiro.

No geral, “Blood On Blood” é um disco bem variado (“One Night, One Day” até soa como uma power ballad inspirada Nazareth), mais pensado nos detalhes (claramente percebemos Rolf tentando fugir das saídas mais fáceis), mas sem perder a espontaneidade do metal tradicional (“Say Your Prayers” traz referências ao Judas Priest), gerando um um conjunto de faixas honesto com o legado do Running Wild (tem a tradicional faixa épica no fim, aqui batizada de “The Iron Times [1618 – 1648]”) e tendo seus melhores momentos em composições como “Diamonds & Pearls” (a essência pura do Running Wild), “Crossing the Blades” (com riff e ritmo certeiros) e “Wild, Wild Nights”, além de “The Shellback”, justamente aquelas que parecem tratar o heavy metal como uma religião.

Ainda assim senti falta de um pouco mais de velocidade e energia em alguns movimentos, que dariam uma dinâmica ainda melhor a toda esta variação de uma faixa para outra. Se bem que o fato de Rolf estar diminuindo cada vez mais as notas altas (seja por escolha ou pela imposição da idade) de suas linhas vocais é muito positivo para a musicalidade atual da banda.

O único real problema de “Blood On Blood” mora nas linhas de bateria. Muito simples, diretas e com pouco feeling, se restringem a marcar o tempo e impor uma força artificial que destoa de todos o esforço orgânico demonstrado na construção de cada estrutura e no acabamento das músicas. Creio que a ideia da programação da bateria já devia ter sido abandonada há tempos por qualquer banda de rock/metal.

Cabe mencionar que toda a produção, toda a mixagem e toda a gravação foram feitas por Rolf, que além de cantar e tocar todas as guitarras-base, foi responsável pela gravação do baixo e programação da bateria. Só os solos que foram gravados por Peter Jordan, músico de estúdio que trabalha com Rolf desde 2012.

Por fim, “Blood On Blood” é um bom álbum, no mesmo nível de “Rapid Foray” (2016), o que já significa que estamos diante de um dos melhores trabalhos do Running Wild desde “The Brotherhood” (2002).

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