Rock Nacional: Quais os 20 Melhores Discos dos anos 80?

 

Explorando o vibrante cenário do rock nacional dos anos 80, este artigo destaca as principais bandas que moldaram essa época, fundindo influências do punk, pop e new wave. Do surgimento do BRock ao sucesso estrondoso da Blitz, Barão Vermelho, Paralamas do Sucesso, até ícones como Legião Urbana, o texto oferece uma visão abrangente dessa era, revelando os 20 melhores discos que marcaram a história do pop rock brasileiro.

Lembre dos melhores 20 discos do Rock Nacional anos 1980 BRock

rock brasileiro começou na passagem da década de 1950 para 1960, sendo lapidado e injetado de personalidade própria na década de 1970, ao ser mesclado com as diferentes facetas da música brasileira, mas só foi explodir num sucesso retumbando no mercado fonográfico do Brasil na década de 1980.

Leia Mais: Como Era o Rock Nacional antes dos anos 1980?

Passada a primeira fase do rock nacional, onde as bandas vivam quase numa espécie de guerrilha artística, quem sobreviveu artisticamente passou a se organizar de modo mais profissional, dando início ao BRock, inspirado principalmente no que faziam a principais bandas inglesas da época.

O BRock foi a alcunha dada pelo jornalista Nelson Motta para diferenciar a geração de bandas de rock nacional dos anos 1980, que fundiam o rock com pop, new wave e pos-punk.

O que é BRock? É o Rock Nacional feito nos anos 80.

O BRock foi um filho da cena punk rock nacional com a cena progressiva que foi elaborada na virada da década de 1970 para a década de 1980. Nesse período, víamos surgir bandas de rock nacional que, embora não fossem tão radicais quanto as primeiras bandas do punk paulista, absorveriam alguns princípios do movimento.

Esta prole intermediária entre o punk nacional e o BRock veio de diversas partes do Brasil. Do Rio Janeiro sairia o Coquetel Molotov; de Porto Alegre, os Replicantes; de Salvador, o Camisa de Vênus;  e de Brasília, o lendário Aborto Elétrico (que geraria duas bandas clássicas do rock nacional oitentista: a Legião Urbana e o Capital Inicial).

Na época, havia lugares como o Circo Voador, no Rio de Janeiro, Napalm e Madame Satã, em São Paulo, que abriram espaço para as bandas iniciantes que exploravam estilos diferentes. Com isso, nomes que propunham inovações musicais dentro do rock nacional como Joelho de Porco e Gang 90 e as Absurdetes (do lendário Júlio Barroso). Cada um, à sua maneira, faziam música bem tocada e composta, mas alegre, dançante e com referências da cultura pop.

A Blitz dá início ao Rock Nacional feito nos anos 80.

Uma das características da Gang 90 eram suas apresentações teatrais, que acabariam inspirando Evando Mesquita, participante de um grupo de teatro chamado Asdrúbal Trouxe o Trombone, a montar uma banda de rock teatral.

Surgiu, desta ideia a Blitz, que trazia, além de Evandro Mesquita, Fernanda Abreu e Márcia Bulcão nos backing vocals, e o baterista Lobão, vindo da banda setentista Vimana (de onde também saíram Lulu Santos e Ritchie – esse último, aliás, dono do sucesso “Menina Veneno”, um dos marco do pop/rock nacional nos anos 1980).

Após uma série de shows no Rio de Janeiro no ano de 1982, conseguiram um contrato para grava o compacto de “Você Não Soube Me Amar”, que vendeu mais de cem mil cópias em apenas três meses, e deflagaria uma revolução no rock brasileiro.

Após o sucesso estrondoso do primeiro compacto, lançaram o disco “As Aventuras da Blitz”, em 26 de setembro de 1982, convencionado como o dia em que o rock nacional à moda dos anos oitenta definitivamente começou. Porém, a Blitz duraria pouco e em 1986, após mais um disco lançado, encerram as atividades.

Logo após o lançamento do primeiro disco da Blitz, Lobão deixou a banda e embarcou na sua carreira solo que renderia vários trabalhos importantes para o rock nacional dos anos 80, como o excelente “Vida Bandida” (1987).

O Rock Nacional feito nos anos 80 começou, de fato, em 1983!

Não tardou para o movimento, então batizado de BRock por Nelson Motta, começar a se espalhar pelo Brasil inteiro, com bandas que conseguiram apenas os tais “quinze minutos de fama” no eixo Rio-São Paulo.

O ano de 1983 veria o despontar para o sucesso de várias bandas que passariam para a história do rock brasileiro da época, com o Barão Vermelho, que nos três primeiros discos contava com o vocalista Cazuza e contou com uma força de Ney Matogrosso, que gravou a música “Pro Dia Nascer Feliz”, e alavancou o sucesso da banda, confirmado no ano seguinte com “Beth Balanço”. 

Rapidamente, Cazuza deixaria o Barão Vermelho e entraria numa bem sucedida carreira solo que marcaria os anos 1980 como um poeta maldito de sua geração.

Outra banda que começaria sua escalada de sucesso em 1983 era o Kid Abelha e os Abóboras Selvagens, que foi descoberto quando da participação na coletânea “Rock Voador”. Sempre com Paula Toller à frente como símbolo da banda, sua melhor fase é a inicial que ainda tinha Leoni na formação, em discos como “Seu Espião” (1984) e “Educação Sentimental” (1985).

Também os Paralamas do Sucesso ganharam seu lugar ao sol no rock nacional em 1983, com o sucesso compacto de “Vital e Sua Moto”, que os levaria ao registro do primeiro álbum, “Cinema Mudo” (1983). Porém, o sucesso viria de vez no álbum seguinte, “O Passo do Lui” (1984), e consolidado com o excepcional álbum “Selvagem” (1983).

Com o destaque dado a essas primeiras bandas no estado do Rio de Janeiro (mesmo o Paralamas do Sucesso sendo de Brasília, explodiram quando mudaram para a capital fluminense), logo o mercado fonográfico buscou outros nomes novos, daí vindo bandas lendárias como Titãs, Ultraje a Rigor e Ira!, todos de São Paulo.

Ultraje a Rigor, formado no início dos anos 1980, seria o responsável por algumas das melhores músicas da geração BRock, como “Inútil”, “Eu Me Amo”, “Rebelde Sem Causa”, “Ciúme” “Nós Vamos Invadir Sua Praia”. Seus primeiros discos foram considerados clássicos do rock nacional e atingiram marcos históricos de compactos de sucesso e vendas de discos.

Olhando para os Titãs, eles iam na direção contrária dos conterrâneos do Ultraje a Rigor, com mais ousadia para recriar o som da Jovem Guarda pelo prisma oitentista no início, criando um estilo próprio que misturava de tudo um pouco, até lançarem o clássico “Cabeça Dinossauro” (1986), um dos discos mais emblemáticos da época, pelo peso e pelo experimentalismo.

Emprestando o acrônimo do nome do Exército Republicano Irlandês em inglês, o Ira! é o representante mais autêntico do rock paulista, bem definido em seus dois primeiros e melhores discos, “Mudança de comportamento” (1985) e “Vivendo e não aprendendo” (1986), mostrando a alta capacidade dos líderes Edgard Scandurra (guitarra) e Nasi (vocal) como compositores. A música “Flores em Você” chegou a ser tema de abertura de uma novela da TV Globo.

A cidade de Brasília apresentaria alguns dos grandes nomes do rock nacional dos anos 1980. A Plebe Rude, vinha com fortes influências do punk rock, e embora não tenha realmente feito um sucesso tão grande é considerada um dos expoentes do mimento, tendo registrado na época algumas das melhores músicas do rock de Brasília.

Já o Capital Inicial misturava pop, rock, punk new wave, tendo feito muito sucesso na época com seu primeiro e auto-intitulado disco de estúdio, que trazia músicas como “Fátima” “Música Urbana”, ambas com co-autoria de Renato Russo.

Mas, sem dúvidas, uma das bandas mais representativas do rock nacional oriunda de Brasília foi a Legião Urbana, que lançou oito discos entre 1985 e 1996, ano da morte do vocalista/letrista Renato Russo, um nome que gerou uma espécie de “culto messiânico” por parte de seus fãs.

Outro lugar que contribuiria com seu quinhão de artistas importantes para a época foi o Rio Grande do Sul, de onde vieram Nenhum de Nós, Garotos de Rua e, principalmente, os Engenheiros do Hawaii. Esta última acabou se tornando uma das mais cultuadas dentro do rock nacional dos anos 80, pela ousadia das letras e do instrumental, dotados de muita personalidade.

O ano de 1983 ainda viu o primeiro disco de uma das mais importantes bandas do BRock, o baiano Camisa de Vênus, liderado pelo carismático Marcelo Nova, desde a formação em Salvador no ano de 1982, que propunha uma mistura de punk rock com rockabilly e criava refrãos pitorescos como “bota pra fuder” “bete morreu!!!”.

No quesito sucesso dentro do BRock, ninguém supera o RPM de Paulo Ricardo. Eles conseguiram a proeza de emplacar todas as faixas de seu segundo disco, “Radio Pirata Ao Vivo”, que vendeu de forma inédita para um disco de pop/rock do Brasil, graças à superprodução do show dirigido por Ney Matogrosso, em que o público se deparava com raios lasers, gelo seco e um equipamento de som sofisticadíssimo.

Alguns outros nomes relevantes do BRock despontaram naqueles tempos. São eles: Cabine C, Heróis da Resistência (banda de Leoni, após sua saída do Kid Abelha), João Penca e Seus Miquinhos Amestrados, Inimigos do Rei, Dr. Silvana e Cia, Finis Africae, Zero, Lulu Santos (o mais hitmaker do pop rock nacional), Rádio Táxi, Leo Jaime, Kiko Zambianchi, Hojerizah, Eduardo Dusek, Hanói Hanói, Herva Doce, Metrô, Muzak, Mercenárias, Fellini, Violeta de Outono, Nau, 365, Voluntários da Pátria, De Falla, Tokyo, Varsóvia, Picassos Falsos, os Mulheres Negras, Azul 29, Metrô, Magazine (do lendário e saudoso Kid Vinil), Sempre Livre, Uns e Outros, enfim, a lista é enorme!

O Fim do Rock Nacional feito nos anos 80 tem data!

Claro que dizer que o rock nacional dos anos 1980 acabou seria um exagero, pois várias das principais bandas continuaram a lançar discos relevantes, mesmo que clicotimicamente em vários casos. Mas o fato é que o rock nacional na década de 1990 já teria um nova cara, influenciado fortemente pelas formas alternativas do rock internacional.

Em 7 de outubro de 1989, morreria Cazuza, o que seria para os roqueiros dos anos 1980, o marco do fim. E, em 21 de agosto do mesmo ano, quem partiria seria Raul Seixas, sepultando os movimentos setentistas e oitentistas do rock nacional.

Embora muitas bandas e artistas ligados ao BRock surgidos nesta época prosseguiram até os dias atuais, nenhum deles obteve mais tanto êxito quanto antes, possível consequência da crise econômica que assolou o Brasil a partir do final dos anos 1980.

Rock Nacional: Quais os 20 Melhores Discos nos anos 80?

  1. Blitz – “As Aventuras da Blitz” (1982)
  2. Barão Vermelho – “Barão Vermelho” (1982)
  3. Lulu Santos – “O ritmo do momento” (1983)
  4. Paralamas do Sucesso – “O Passo do Lui” (1984)
  5. Kid Abelha – “Educação Sentimental” (1985)
  6. Ultraje a Rigor – “Nós vamos invadir sua praia” (1985)
  7. Camisa Vênus – “Batalhões de estranhos” (1985)
  8. Plebe Rude – “O concreto já rachou” (1985)
  9. Capital Inicial – “Capital Inicial” (1985)
  10. Titãs – “Cabeça Dinossauro” (1986)
  11. Heróis da Resistência – “Heróis da Resistência” (1986)
  12. Ira! – “Vivendo e não aprendendo” (1986)
  13. Mercenárias – “Cadê As Armas?” (1986)
  14. Engenheiros do Hawaii – “A Revolta dos Dândis” (1986)
  15. Legião Urbana – “Dois” (1986)
  16. RPM – “Rádio pirata ao vivo” (1986)
  17. Lobão – “Vida Bandida” (1987)
  18. Nenhum de Nós – “Nenhum de Nós” (1987)
  19. Cazuza – “Ideologia” (1988)
  20. Inimigos do Rei – “Inimigos do Rei” (1989)

E pra você? Quais seriam os bons discos do pop rock nacional dos anos 1980 que não entraram na lista?

Leia Mais:

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Abaixo estão algumas ofertas de discos das bandas do BRock, o rock nacional dos anos 1980. Usando nossos links (em azul) para compra na Amazon ao longo deste artigo você apoia o trabalho do site Gaveta de Bagunças.

  1. Cazuza e Barão Vermelho – “Melhores Momentos” [CD]
  2. Legião Urbana – “Legião Urbana” [Disco de Vinil]
  3. Ultraje A Rigor – “30 Anos” [Box 5 CDs]
  4. Lulu Santos – “Tão Bem” [Box 4 CDs]
  5. Titãs – “Cabeça Dinossauro” [Disco de Vinil]

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8 comentários em “Rock Nacional: Quais os 20 Melhores Discos dos anos 80?”

  1. Faltou um ícone dos anos 80. Léo Jaime com o disco SESSÃO DA TARDE. Emplacou vários sucessos nas rádios. Figurinha carimbada no Cassino do Chacrinha

  2. Sem dúvidas este discos listados são muito bons, até icônicos, mas nesta mesma época houve outros discos antológicos como o “viva” do camisa de vênus, o “sexo” do ultraje a rigor, “legião 3” com q país é esse…. Entre outros.

  3. David de Souza Miranda

    Bastante informativo. Legal. Talvez faltou citar nomes como Itamar Assunção e Arrigo Barnabé da cena underground paulista.

  4. Olá Demétrius!

    Realmente, listas são controversas, e os sábios já diziam que os melhores itens são sempre aqueles que não estão nelas.

    Sobre a pergunta do Raul Seixas, é simples: seus melhores discos são dos anos 1970. E nesta lista quis contemplar as bandas do chamado BRock! Mas o Raulzito ganhou posição de destaque neste nosso artigo sobre o rock nacional antes dos anos 1980: https://gavetadebaguncas.com.br/como-era-o-rock-nacional-antes-dos-anos-80/

    Talvez você goste deste nosso artigo! Abraços!

  5. ESSE TIPO DE LISTA É SEMPRE CONTROVERSO E GERA DEBATES…
    VAMOS LÁ….
    O QUE JUSTIFICA NÃO TER UM DISCO DO RAUL SEIXAS NESSA LISTA??!!

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