Satan’s Fall – “Final Day” (2020) | Resenha

 

O Satan’s Fall é uma banda de heavy metal formada em 2015 na Finlândia, sendo “Final Day” seu primeiro álbum, lançado em 2020, e que chega ao Brasil via Hellion Records.

Satan's Fall - Final Day (2020, Hellion Records, High Rollers Records) Resenha Review

Oriundo da cidade de Helsinki, o quinteto  pratica uma forma tradicional do heavy metal, guiada por harmonias melódicas cativantes nas guitarras à cargo da dupla Tomi Mäenpää e Lassi Tiainen, estruturadas sobre uma seção rítmica sólida e enérgica formada pelos músicos Joni Petander (baixo) e Ville Aatsinki (bateria).

Como cartão de apresentação eficiente, “Final Day” mostra que o Satan’s Fall aprendeu cedo que o segredo do heavy metal mora nos riffs potentes e nos refrãos certeiros, como nos mostram as faixas “Madness (Finds a Way)”, “They Come Alive” “There Will Be Blood”, fatalmente os grandes destaques do trabalho, captando aquele espírito oitentista clássico por clichês bem encaixados.

Além dessas, dentre as oito composições de “Final Day” devemos destacar também “Forever Blind” (a abertura inspirada nos primórdios do Helloween), “Juggernaut” e “Final Day” como faixas que representam a forma com que esses finlandeses bem trabalham a dinâmica entre peso, velocidade e melodia.

O grande trunfo do material está no senso de diversão e entrosamento que transpira pelos solos harmônicos e refrãos bem encaixados, ambos impressos com energia, personalidade e força em sua tipicamente escandinava fusão de hard rock e heavy metal, ambos da escola européia.

Basicamente, o Satan’s Fall segue a premissa de outros nomes escandinavos de fazer uma releitura para as novas gerações com cheiro, sabor e sonoridade clássica da NWOBHM temperado pelo peso do power/heavy metal alemão (mais explicitamente Helloween e Grave Digger).

“Final Day” foi gravado e mixado no LT Studio, produzido pela própria banda sob a liderança do guitarrista Lassi Tiainen, e masterizado no Finnvox Studios pelo veterano Mika Jussila, e o trabalho em estúdio conseguiu amplificar as potencialidade e qualidades da banda, com timbres bem escolhidos, tirando o perigoso efeito anacrônico da proposta.

Ao mesmo tempo, porém, este trabalho orgânico de estúdio não conseguiu amenizar o incômodo causado pelos vocais Miika Kokko, que soa desencaixado em alguns momentos, como de colocássemos o Kai Hansen de “Wall of Jericho” no Judas Priest ou no Iron Maiden.

Creio que trabalhando melhor os vocais o Satan’s Fall pode ir longe na carreira dentro de seu segmento, pois esse é o único ponto que precisa de lapidação na proposta e não depende apenas de tempo para amadurecer.

Em resumo, “Final Day” traz uma banda se valendo de todos os truques que a cartilha da música pesada demanda e que no fim, somando os prós e os contras, consegue empolgar e gerar expectativa pelos próximos passos discográficos.

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