“Clockwork Immortality” é mais novo trabalho da aposta atual do metal japonês, que por sua vez tem grandes representantes.
O mais celebrado e lembrado deles é, sem dúvidas, o Loudness.
Mas é sempre importante registrarmos nomes como Earthshaker, Anthem, EZO, X-Japan, Sigh e Sabbat como representantes de peso do multifacetado metal japonês.
A mais nova aposta da terra do sol nascente no âmbito do heavy metal é o Lovebites, um quinteto feminino que parte das influências das bandas ocidentais clássicas do gênero para criar uma fórmula musical particular, eclética e até excêntrica
Seu primeiro trabalho, lançado em 2017, foi um EP autointitulado, logo seguido de um primeiro full lenght intitulado “Awakening From Abyss”.
Nesse disco, o quinteto explorava uma sonoridade oitentista no trivio de thrash metal, power metal e heavy metal com aquela adrenalina e histrionismo japonês, meslando influências de Helloween, Gamma Ray, Judas Priest, e, obviamente, Loudness.
Claro que a sensação da falta de espontaneidade e verdade no Lovebites existe, principalmente se você constrastar a imagem das musicistas (na forma com que ela é explorada) com a música que praticam, tudo aqui me parece direcionado a um público específico.
Mas não dá pra negar que a banda teve resultados com esse primeiro trabalho, fazendo shows na Inglaterra abrindo para o Judas Priest e participando no festival Wacken, além de ser destaque como revelação do ano da revista Metal Hammer.
Com esse histórico, cresceu a ansiedade por seu segundo full lenght, este “Clockwork Immortality”, lançado em 2018.
O disco apresenta uma formatação diferente da proposta melódica e veloz do debut, dando ainda mais destaque ao ótimo vocal de Asami, que vai da determinação metálica aos ganchos melódicos com a mesma qualidade.
Além disso, é necessário um pouco mais de dedicação a estas dez músicas para assimilar e perceber suas qualidades.
Nesse sentido, “Clockwork Immortality” é menos cativante em termos metálicos que “Awakening From Abyss”, pois mesmo que o peso seja valorizado junto às suas raizes fincadas no power metal de antes, existem elementos de pop mais expostos desta vez, seja na orientação sinfônica, ou na exploração constante de ganchos melódicos açucarados (como na balada “Epilogue”, cuja melodia me lembrou de “Opening Out”, do Renaissance).
Não seria estranho especular que o quinteto abriu o espectro de estilos que aborda com a intenção de ampliar a base de fãs impulsionada pelo hype gerado com o primeiro trabalho.
É interessante notar que o repertório possui dois ciclos similares, o que lembra duas partes de um vinil, com duas aberturas velozes, dois apíces melódicos e dois desfechos.
Fora a exploração de estilos e uma amainada na intensidade, não ha como negar que “Clockwork Immortality” mantem a “fritação” à moda metal melódico numa zona controlada (Midori e Miyako, responsáveis pelas guitarras, certamente estudaram todas as progressões já usadas por Malmsteen na vida – ouça “We United”) e tem seus bons momentos.
Vários, alias!
“Addicted”, por exemplo abre o disco mostrando uma preocupação maior com os arranjos ao mesmo tempo que esbanja peso, melodia e velocidade, assim como em “M.D.O.”, que abre a segunda parte do disco esbarrando no speed/thrash metal.
Por falar em peso, esse é um artigo que não falta em “Mastermind 01”, com seus riffs secos e ritmo urgente.
Por outro lado, “Rising” mostra mais cadência e maleabilidade nos arranjos, lembrando as bandas noventistas de metal melódico/sinfônico, enquanto “Empty Daydream” tem todos os predicados de um hit de melodic rock, além do melhor solo de guitarra do disco.
Já a veia hard rock destas japonesas é bem explorada em “Journey To The Otherside”.
Não será a oitava maravilha do mundo do heavy metal, mas o quinteto japonês mostra que amadureceu e entregou um disco conciso e sem perder sua identidade.
Faixas:
1. Addicted
2. Pledge Of The Saviour
3. Rising
4. Empty Daydream
5. Mastermind 01
6. M.D.O.
7. Journey To The Otherside
8. The Final Collision
9. We The United
10. Epilogue
Formação:
Asami »» vocal
Midori »» guitarra
Miyako »» guitarra/teclados
Miho »» baixo
Haruna »» bateria
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