Ian Gillan & The Javelins – Resenha de “Raving With Ian Gillan & The Javelins” (2018)

 

Ian Gillan & The Javelins
Ian Gillan & The Javelins: “Raving With Ian Gillan & The Javelins” (2018 | Shinigami Records) NOTA:8,0

A biografia de Ian Gillan, um dos maiores vocalistas da história do rock, colecionador de clássicos do gênero com o Deep Purple e presente num dos mais importantes disco do Black Sabbath, começa, na música, de forma mais profissional, com o The Javelins, nos anos 1960.

Sua primeira banda foi o Moonshiners, quando Gillan ainda tinha dezesseis anos e acumulava as posições de baterista e vocalista, mas ao ver a dificuldade de cumpri-las com destreza decidiu apenas empunhar o microfone quando se juntou à banda The Javelins.

O Javelins era uma banda de amigos que viajavam tocando suas músicas favoritas dos anos 50 e 60,  de artistas americanos de pop, soul, country, jazz blues, num repertório amplo em termos estílicos, o que ajudou Gillan a amadurecer sua técnica vocal e sua interpretação marcante.

A banda se separou em 1964, quando o guitarrista Gordon Fairminer trocou o Javelins pelo que seria o embrião da banda Sweet. Gillan foi então para a banda Wainwright’s Gentlemen, um grupo que investia também em coverse, posteriormente, para o Episode Six, antes de entrar no Deep Purple.

“Raving With Ian Gillan & The Javelins”, o primeiro disco da banda, só foi gravado em 1994, quando o grupo de amigos se reuniu novamente para registrar uma seleção de covers dos primórdios do rock n’ roll. 

Porém, o título daquele trabalho que demorou trinta anos para ser gravado era “Sole Agency and Representation”, e havia sido lançado apenas por um selo fundado por um fã-clube.

Ou seja, “Raving With Ian Gillan & The Javelins” é o resgate de um material que estava praticamente esquecido, que ganha uma edição nacional à cargo da Shinigami Records.

E o repertório é nada menos que uma festa, reverenciando não somente a gênese do rock n’ roll, bem como toda a imagética dos anos 1950 e 1960, quase como pegar uma reprodução musicada de um quadro de Norman Rockwell.

Por falar em arte, a escolhida para a capa talvez seja o único escorregão do material, pois nem conseguiu recriar a estética  vintage como parece ser o objetivo, sendo apenas feia, mesmo!

Mas falemos de música!

Dentre os destaques, temos “Too Much Monkey Business” e “Roll Over Beethoven”, ambas de Chuck Berry, “Can I Get A Witness” (sucesso na voz de Marvin Gaye), “Rave On” (clássico de Buddy Holly), “Something Else” (do rebelde Eddie Cochran) e “Money (That’s What I Want”), sendo que muitos deles por causa do excelente trabalho de guitarras.

Nessas faixas Ian Gillan pode mostrar todas as suas influências de Little Richard e Elvis Presley, seus ídolos da adolescência, com interpretações nada exageradas e a emoção exata em cada uma, mesmo nas que funcionam menos em sua voz (como “You Really Got A Hold of Me” e “Let’s Dance”).

Além disso, é interessante ouvir músicas como “It’s Only Make Believe”, “Blue Monday” (do genial Fats Domino), “Love Potion Nº 9” e a emblemática “Poison Ivy” (famosa com os Coasters e que no Brasil ganhou uma versão pelos Golden Boys, mais tarde regravada pela Rita Lee) em sua voz, pois são caminhos diferentes do que nos acostumamos a ouvir dele.

Ao seu lado temos uma banda que traz toda a vibe vintage através de um trabalho de estúdio orgânico que deu honestidade e muita energia ao repertório. Dentre os músicos, há de se destacar o trabalho do guitarrista Gordon Fairminer, com linhas brilhantes e solos vibrantes (ele salva a execução de “Let’s Dance”).

Vinte e quatro anos depois, ainda trazendo a formação original da banda com Gordon Fairminer (guitarra), Tony Tacon (guitarra), Tony Whitfield (baixo), e Keith Roach (bateria), completada por ninguém menos que Don Airey nos teclados, eles lançariam o segundo capítulo, intitulado simplesmente como “Ian Gillan and the Javelins” (que resenhamos aqui)

Tanto em repertório quanto em execução creio que o álbum de 2018 seja melhor, o que não tira o mérito deste “Raving With Ian Gillan & The Javelins”!

Confira, sendo, ou não, fã do Deep Purple!

TRACK LIST

1. Too Much Monkey Business
2. It’ll Be Me
3. You Really Got A Hold Of Me
4. It’s Only Make Believe
5. Can I get A Witness
6. Poison Ivy
7. Rave On
8. Blue Monday
9. You Better Move On
10. Somethin’ Else
11. Money (That’s What I Want)
12. Love Potion No. 9
13. Let’s Dance
14. Roll Over Beethoven

FORMAÇÃO

Ian Gillan »» Vocal
Gordon Fairminer »» Guitarra
Tony Tacon »» Guitarra
Tony Whitfield »» Baixo
Keith Roach »» Bateria

https://youtu.be/sGYQt3LpXm4

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