“Pétalas Insanas” é o primeiro e auto-intitulado trabalho da banda gaúcha de hard n’ heavy, que levou quase uma década desde o início da gravação até o lançamento.
Abaixo você lê nossa resenha completa deste disco que foi lançado no Brasil via Insanity Records.
Por favor, olhe mais uma vez para esta capa do auto-intitulado primeiro álbum da banda Pétalas Insanas e me responda: alguma dúvida do estilo desta banda? Claro, só pode ser Hard Rock e, a julgar pela capa, segue todos os dez mandamentos do estilo! Julgar um disco pela capa é sempre perigoso, mas neste caso a satisfação é garantida, pois a arte de Marcos Miller captura muito bem a sonoridade desenvolvida baseada no hard rock de determinação heavy metal.
Até por isso, não somos surpreendidos pela fórmula musical da Pétalas Insanas que entrega exatamente o hard rock que bebe diretamente na fonte dos grandes nomes do gênero como Guns N’ Roses, Kiss, Motley Crue e AC/DC, com uma pitada do heavy metal (como em “Instinto Animal” e “A Besta”) e aquela sujeira metal punk do Motorhead na execução e na determinação deste álbum que demorou quase dez anos para ser finalizado.
Formada em 2005, na cidade de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, pela vontade de amigos do ensino médio em praticar a mesma música que gostavam de ouvir, a banda Pétalas Insanas sofreu com as mudanças de formação até 2010, quando enfim puderam trabalhar na musicalidade que queriam desenvolver.
A partir daí eles conseguiram desenvolver suas primeiras músicas e encarar os primeiros shows, motivando-os a gerar um primeiro álbum, cuja gravação começaria em 2013. No ano seguinte, os membros fundadores Matheus Insano (baixo e vocal) e Jailson “Véio” Dias (bateria), se juntam ao guitarrista Paulo Pereira para fixar a formação com um power trio.
Esta formação seguiria junta até 2017, quando Paulo Pereira deixa o posto. Mas neste ínterim, a Pétalas Insanas já havia lançado o single “Hey Menina” e começava a chamar a atenção no meio heard n’ heavy do país. Em 2020, saiu o lyric video para o single “Velha Estrada” que abriu espaço, enfim, para o primeiro álbum de estúdio, que chegaria em 2022, auto-intitulado.
“Pétalas Insanas”, o disco, chega com dez faixas gravadas e masterizadas no estúdio Hurricane, em Porto Alegre, produzidas por Sebastian Carsin, que também toca guitarra em três músicas. Aliás, a lista de participações no trabalho é grande, com a destaque à contribuição de Paulo Pereira, que tocou guitarra em todas as composições.
Claramente, a banda esbanja vontade e não está nem um pouco interessada em reinventar o estilo, exercitando fielmente seus cânones, gerando, em certos momentos, andamentos mais genéricos. Ou seja, temos guitarras incisivas e lascivas dançando sobre bases tradicionais, enquanto os vocais imprimem melodias determinadas até mesmo nos refrãos construídos para marcar, tudo com a sujeira na medida para ser cativante, apesar da produção ser carente de polidez.
Aliás, a produção gera um sentimento dual, pois ao mesmo tempo que pode ser vista como parte do conceito do espírito “do it yourself”, dando honestidade à abordagem da banda. Todavia este aspecto conceitual também não elimina a possibilidade de termos apenas um trabalho em estúdio diletante. Por ser crua demais (nas timbragens, texturas e no registro dos vocais) ela deixou tudo com sabor heterogêneo.
E mesmo com um trabalho em estúdio crú, faixas como “Garota da Noite” (uma típica abertura hard rock: peso, adrenalina e letra provocante), “Rodar a Cidade” (dona do melhor refrão do disco), “Hey Menina” (o velho conhecido single que não tem sabor datado), “Por Prazer” (com um arranjo de piano inspirado no hard boogie que funciona muito bem) e “Vai Garoto” (com peso acessível de potencial de ponto alto nos shows) são envolventes e retomam o saudoso espírito do hard rock insinuante, despojado e pesado, com solos de guitarra provocantes.
Aos meus ouvidos, este primeiro disco da banda Pétalas Insanas é uma ótima contribuição ao hard rock nacional, e agora eu só espero que o próximo álbum não demore mais quase dez anos para sair. Indicadíssimo, mesmo se o hard rock não é sua praia, pois o Pétalas Insanas vai além, pisando com força no heavy metal tradicional e nas raízes do punk rock!
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