Confira a proposta desta seção aqui...
Dia Indicado Pra Ouvir: Quinta-Feira;
Hora do dia indicada para ouvir: Sete da Noite;
Definição em um poucas palavras: Gótico, denso, e Classudo.
Estilo do Artista: Gothic Rock/Metal
Comentário Geral: Em 2001, “Believe In Nothing” renovou as esperanças dos fãs que clamavam pela volta sonoridade que o Paradise Lost exibia antes de começar a experimentar em sonoridades e texturas no álbum “One Second” (1997).
Ali, em “Believe In Nothing”, as guitarras retomavam o protagonismo, ainda muito distante do peso do passado, mas afinado ao que convencionamos a chamar de gothic rock/metal.
Mas, de fato, foi no álbum seguinte, “Symbol of Life” (2002) que o mundo do heavy metal pode festejar um Paradise Lost que retomava sua sonoridade clássica.
Um olhar exterior a este nicho do heavy metal deixa claro como o Paradise Lost estava à frente de seu tempo no heavy metal, caminhando na dianteira da vanguarda do novo milênio, mesmo quando retomava elementos clássicos de sua personalidade musical.
Afinal, o doom metal que o Paradise Lost ajudou a construir na década anterior só retornaria mais à frente, com mais proeminência em “Paradise Lost” (2005).
O passo seguinte da discografia era justamente “In Requiem”, que retomava o peso das guitarras, a melancolia estava impressa novamente nos fraseados e os vocais de Nick Holmes estavam impactantes e profundos já na abertura, a poderosa e arrastada “Never for the Damned”.
Nessa mesma faixa de abertura vemos que as influências góticas permanecem bem alocadas em passagens pontuais, convivendo com riffs pesados e solos incisivos, que guiam a faixa seguinte, “Ash & Debris”, com vocais guturais e densidade arrastada do death/doom metal aliviada por melodias bem aclimatadas, como também veremos mais à frente na agressiva faixa-título, e no destaque “Prelude to Descent” (com peso nas guitarras, mas sem os guturais).
“In Requiem” soa como uma releitura de si próprio feita pelo Paradise Lost investindo no atrito de contrastes. Peso doom com melodia gótica, criando por oximoros uma atmosfera densa e sombria, perfeitamente resumida em “Prelude to Descent” (com peso nas guitarras, mas sem os guturais, e até algo mais experimental em sua passagem acelerado na segunda parte, lembrando o antigo Black Sabbath).
Não há como negar que “In Requiem” potencializa a agressividade melancólica do Paradise Lost e faz deste um dos grandes discos da sua carreira, sem dúvidas o mais pesado desde “Draconian Times” (1995).
E mesmo que exista alarde sobre a retomada da sonoridade, não existe uma autocopia do passado. Na verdade, a originalidade e inventividade do Paradise Lost pode ser corroborada nos momentos mais simples, como na ótima e crua “Fallen Children”. Claramente não querem refazer um “Icon” (1993) ou um “Draconian Times” (1995).
E quando acha-se que o repertório caminhará para a negação de sua fase mais experimental o Paradise Lost gira os ponteiros de “In Requiem” em “The Enemy”, “Unreachable”, “Beneth the Black Skies”, “Your Own Reality”” e “Praised Lamented Shade”, invocando espíritos de “Believe In Nothing” .
Se você quer entender o que era o gothic metal no início do milênio pode ouvir estas faixas e você compreenderá o necessário.
Ou seja, inteligentemente o Paradise Lost mesclou tudo o que fizeram antes na carreira e podemos ver ainda o espectro de influência se ampliando de Metallica a Depeche Mode, passando por The Mission e Candlemass, se espalhando pelos arranjos com peso doom metal, aclimatado pelas melodias góticas e no resquícios do apelo pop desenvolvidos com pegada e impulsionado por riffs robustos.
É possível também observar um influência da crueza death rock do Christian Death e da música gótica do Fields of the Nephilim.
Nick Holmes investe em vocais variados, sim pendendo mais para os limpos que os guturais, enquanto Gregor Mackintosh e Aaron Aedy dão um show nas guitarras que com técnica, feeling e muita criatividade, além de uma aula de timbragem (ouça “Fallen Children”).
Já na seção rítmica, Stephen Edmondson traz um baixo encorpado, distorcido e robusto, e Jeff Singer deu mais crueza a sua timbragem na bateria que soa seca e orgânica ao máximo possível.
“In Requiem”, dentro da discografia da banda, impulsionaria uma proposta que seria melhor trabalhada em “Faith Divides Us – Death Unites Us” (2009) e “Tragic Idol” (2012).
Aproveite que a Shinigami Records está relançando este álbum e vá atrás, pois VOCÊ DEVIA OUVIR ISTO!
Ano: 2007
Top 3: “Praised Lamented Shade”, “Fallen Children”, e “Prelude to Descent”
Formação: Nick Holmes (vocais), Gregor Mackintosh (guitarra, teclados, programação e arranjos de cordas), Aaron Aedy (guitarra), Stephen Edmondson (baixo), e Jeff Singer (bateria)
Disco Pai: Fields of the Nephilim – “The Nephilim” (1988)
Disco Irmão: Candlemass – “Candlemass” (2007)
Disco Filho: Draconian – “A Rose for the Apocalypse” (2004)
Curiosidades: A edição especial de “In Requiem” trazia mais quatro faixas bônus, dentre elas um cover para o sucesso “Missing”, do Everything But the Girl, mostrando que a influência pop ainda existia nesta época.
Pra quem gosta de: Literatura gótica moderna, criaturas da noite, vinho tinto e reciclar estilos.
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