Aerosmith – “Nine Lives” (1997) | VOCÊ DEVIA OUVIR ISTO

 

“Nine Lives”, décimo segundo disco da banda AEROSMITH, é nossa indicação de hoje na seção VOCÊ DEVIA OUVIR ISTOcuja proposta você confere nesse link.

Definição em um poucas palavras: Drogas, Guitarra, Baladas, Toque Bluesy, Anos 90.

Estilo do Artista: Hard Rock.

Aerosmith - Nine Lives (1997, Columbia)

Comentário Geral: Se não bastasse ser lançado após a multi-platinada coletânea “Big Ones”, “Nine Lives” ainda é o sucessor do também multi-platinado “Get A Grip”, o álbum de maior sucesso comercial do já veterano Aerosmith.

Assim, a pressão em se compor um novo álbum era enorme, mas eles conseguiram.

“Nine Lives” é um clássico do começo ao fim e o último grande álbum entregue por Steven Tyler e Joe Perry, uma das mais emblemáticas duplas do rock norte-americano, sempre comparada à dupla inglesa Mick Jagger e Keith Richards.

Tanto que se a dupla Jagger/Richards era conhecida como The Glimmer Twins, do outro lado do Atlântico, Tyler e Perry eram os Toxic Twins, pela forma assombrosa com que abusavam de drogas.

Claro que o paralelo era feito pela impressão de semelhança física entre os vocalista das duas bandas e a sonoridade do primeiro álbum do Aerosmith.

Algo que começaria a mudar, ao menos musicalmente, no segundo disco, “Get Your Wings”(1974), onde a herança do bluesy que ambas compartilhavam eram exploradas de modos distintos, e o Aerosmith optava por aumentar um pouco o peso de sua música.

Porém, entre “Get Your Wings”(1974) e “Nine Lives” (1997) a banda foi do céu ao inferno e experimentou a redenção que os alçou novamente à glória no mainstream.

Ao longo de sua biografia, o Aerosmith sobreviveria às pontuais mudanças de formação, problemas com abuso de drogas, renascendo nos nos 1990  para ser ainda maior que na década de 1970.

Claro que a crítica especializada não aprovava a fórmula digna de um Midas musical gerada à partir de “Pump” (1989), e as críticas eram ferozes ao apelo comercial e acessível, além do excesso de baladas.

Nesse cenário, “Nine Lives” era um disco era o primeiro disco do Aerosmith fora da Geffen.

Geffen, aliás que usaria do mesmo expediente que a Columbia aplicou em 1980, e lançaria a coletânea “Big Ones”, que incluía as melhores músicas do Aerosmith entre 1987 e 1994.

Ou seja, o novo disco da banda tinha que competir com a melhores músicas presentes na trinca “Permanent Vacation” (1987), “Pump” (1989) e “Get a Grip”, além de faixas inéditas e outras que não saíram em discos oficiais.

Até por isso, mas não só, “Nine Lives” (1997) seria fruto de uma fase complicada para o Aerosmith internamente.

Steven Tyler declararia que:“este foi o disco mais angustiante que já fizemos”. Ele continua:

“Nós passamos por muito. Tanta coisa aconteceu além da música, quero dizer, com a gestão e outras coisas. Então era loucura. Este álbum me levou tão longe quanto eu sempre quis ir e me trouxe de volta.”

Nesse clima, a dupla Tyler e Perry chamou novamente Desmond Child, que colaborou com eles em sucessos como “Angel”, “Crazy” e “Dude (Looks Like a Lady)”, o produtor e compositor Marti Frederiksen, e Glen Ballard, que produziu e co-escreveu o álbum “Jagged Little Pill” de Alanis Morissette, para ajuda-los a escrever as músicas de “Nine Lives”.

Inclusive, Ballard inicialmente também fez trabalho de produção em “Nine Lives”, mas foi substituído por Kevin Shirley, pois as gravações atrasaram e Ballard tinha compromissos com o Van Halen.

“Nine Lives” é aquele tipo de disco que os fãs gostam injustamente de detonar. Porém suas músicas são excelentes e dão ao álbum um clima de coletânea, como se eles encarnassem o espírito setentista na fórmula de “Get a Grip”.

Claramente, mesmo com todos os problemas que tiveram com a Geffen, com o antigo empresário Tim Collins, e com as vidas pessoais dos músicos, eles parecem estar se divertindo nestas composições.

Até por isso, em “Nine Lives” o Aerosmith soa como uma banda que já passou por tudo na carreira e faz a música que quer, sem preocupações estéticas e estílicas.

Foram sucessos imediatos músicas como “Pink”, “Falling In Love (Is Hard On The Kness)“, “Hole In My Soul” (que é uma das mais belas baladas já lançadas pelo grupo e com um clipe genial), “Full Circle” e em algumas edições a música “I Don’t Wanna Miss A Thing”, gravada originalmente para a trilha sonora do filme “Armageddon” (1998), era incluída como faixa bônus.

Mas além dos hits tenho o dever de destacar “Ain’t That A Bitch”, “Nine Lives”, “Crash”, “Taste Of India”, “The Farm”, “Something’s Gotta Give” e “Kiss Your Past Goodbye” como excelentes composições do Aerosmith, que mereciam mais atenção.

Ouça o disco, vale a pena, não fique se apegando ao discurso de que o Aerosmith acabou nos fim dos anos 70, muito pelo contrário, algumas de suas melhores obras foram compostas a partir da volta deles no fim dos anos 80.

Com isso em mente, não é exagero dizer que com “Get a Grip” (1993) o Aerosmith encontrou uma fórmula infalível de gerar sucessos que seria usada até o mediano “Just Push Play” (2001), e talvez “Nine Lives” seja o ponto mais honesto deste recorte de sua discografia.

Até o momento, o mais recente álbum de estúdio do Aerosmith é o ignorado, mas não menos interessante  “Music From Another Dimension”, de 2012.

Dê mais uma chance a esse disco, principalmente se você só lembra dele pelo clipe de “Pink” que passava exaustivamente na MTv.

Ano: 1997

Top 3: “Nine Lives”, “Ain’t That A Bitch”  e “Something’s Gotta Give”.

Formação: Steve Tyler (voz), Joe Perry (guitarra), Brad Withford (guitarra), Tom Hamilton (baixo) e Joey Kramer (bateria).

Disco Pai:  The Rolling Stones – “Exile on Main St.” (1973).

Disco Irmão: Black Crowes – “By Your Side” (1999)

Disco Filho: Tyler Bryant and the Shakedown – “Tyler Bryant and the Shakedown” (2017)

Curiosidades:  Este foi o décimo segundo disco da banda, atingindo duas vezes disco de platina nos EUA e disco de platina no Brasil, sendo indicado ao Grammy Awards de melhor Álbum de Rock.

A canção “Pink” venceu o Grammy de melhor performance vocal para duplas ou grupos. O encarte do álbum contem 12 figuras (incluindo as capas).

Cada imagem no encarte contém uma versão menor da anterior, sendo que a primeira imagem está contida na última, criando um loop infinito.

Pra quem gosta de: Liv Tyler e Alicia Silverstone, gatos, vocalistas afetados, baladas românticas e tempero indiano.

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