Curioso sobre o obscuro livro “Biarritz”, de John Retcliffe? Revelamos os segredos deste livro que foi a inspiração para a fraude dos “Protocolos dos Sábios de Sião”.
“Biarritz” é uma obra de ficção que foi escrita oficialmente em 1868, onde num dos seus capítulos alguns fictícios sábios judeus se encontraram em um cemitério na cidade de Praga e desenharam todo o traçado de um plano para tomar o controle do mundo.
3 Livros de Ficção onde Aparecem Teorias da Conspiração
- “O Cemitério de Praga”, de Umberto Eco.
- “O Código Da Vinci”, de Dan Brown
- “Novembro de 63”, de Stephen King.
“Biarritz” é uma obra oscura, escrita por um alemão chamado Hermann Goedsche sob o pseudônimo de sir John Radcliffe, que nasceu em 12 de fevereiro de 1815, e veio a falecer em 1878, numa região do Reino da Prússia que hoje faz parte de Polônia.
Durante sua vida foi jornalista e escritor de romances históricos na linha de autores como Sir Walter Scott e mostrava influências de nomes estrelados da literatura mundial como Alexandre Dumas.
Suas obras criticavam o imperialismo britânico e claramente sua visão adversa quanto ao reino da rainha foi um fator influente na escolha do pseudônimo que usaria para publicar sua obra mais famosa, Biarritz.
A obra foi escrita oficialmente em 1868, por Goedsche sob este pseudônimo (em alguns lugares podemos encontrar referências a Retcliffe ou Readclif) e num dos capítulos escritos por ele alguns fictícios sábios judeus se encontraram em um cemitério na cidade de Praga e desenharam todo o traçado de um plano para tomar o controle do mundo.
Até por isso, esse livro foi uma das fontes para Os Protocolos dos Sábios de Sião.
O ritual oculto descrito da obra é, segundo estudiosos, simplesmente uma cópia de uma passagem de Giuseppe Balsamo, romance histórico escrito por Alexandre Dumas em 1849.
Neste excerto escrito por Dumas existe um encontro entre Cagliostro com outros ocultistas, assim como Goedsche traz para a sua reunião os representantes das doze tribos de Israel.
Devemos nos atentar para o fato de que no período de publicação de “Biarritz”, a literatura gótica encontrava seu ápice após o nascimento de títulos como Drácula de Bram Stocker e Frankenstein de Mary Shelley.
Neste contexto, um romance que trouxesse um plano de dominação mundial que era desenhado em um cemitério por um povo de raízes milenares era um prato raro a ser degustado.
O cemitério de Praga, palco da obra de Goedsche, é um cenário usual dos mais diversos escritores (que vão desde Wilhelm Raabe à Umberto Eco) sendo romanceado diversas vezes por ser de um dos poucos locais judaicos de fácil acesso da Europa Oriental.
Goedsche se utilizou deste fato citando que Praga era o único lugar naquela região da Europa onde os judeus poderiam viver isolados.
Para completar a trama com mais tempero gótico, Goedsche coloca em seu cenário trinta sábios judeus denominados por ele como O Supremo Tribunal Cabalístico Judeu que mistura dois elementos distintos mas de impacto na cultura ocidental.
Esta alcunha forjada pelo autor tem referências claras à Cabala (que seria a responsável por revelar o poder do ouro) e uma dimensão histórica de assembléia.
Mostrando conhecimento de lendas judaicas, Goedsche faz presente no cemitério Ahasverus, o judeu errante que, segundo a lenda, teria sido amaldiçoado por Jesus Cristo a vagar pelo mundo sem nunca morrer até a sua volta, no fim dos tempos, como vimos neste texto dedicado a ele.
O estranho encontro seria para delimitar o plano de ação da conspiração e as idéias eram simples: concentrar todo o capital nas suas mãos; assegurar a posse de todas as terras, estradas de ferro, minas e casas; ocupar postos no governo; cercear, direcionar e pressionar toda a opinião pública.
Entretanto, a obra de Goedsche (ou Radcliffe) ainda tramitavam no mundo da fantasia. Por mais preconceituosas e tendenciosas que fossem as linhas ali escritas, tudo ainda era tratado como uma ficção e sua inserção no mundo real, causando um dos maiores desastres da humanidade, foi, mais uma vez, deflagrada por interesses de um líder querendo justificar seus erros culpando outra nação.
Aqui, neste ponto da história, somos levados até a Rússia Czarista, dando interseção final ao círculo da história dos Protocolos dos Sábio de Sião.
A ficção de Goedsche foi a base para os protocolos russos e o primeiro esboço foi feito em Paris, no ano de 1894.
Os 4 Melhores Livros Góticos da Literatura Alemã Clássica
- “Os Elixires do Diabo”, de E. T. A. Hoffmann
- “A história maravilhosa de Peter Schlemihl”, de Adelbert von Chamiso
- “A Aranha Negra”, de Jeremias Gotthelf.
- “Assombrosa História do Homem do Cavalo Branco”, de Theodor Storm
Leia Mais:
- Protocolos dos Sábios de Sião | Difamação ou realidade?
- Umberto Eco | “O Cemitério de Praga” e + 2 Livros Essenciais
- Kanun | O Código de Conduta Albanês que Legaliza a Vingança
- MK Ultra: A teoria da conspiração sobre o controle mental
- O mistério da morte de Marilyn Monroe: Suicídio ou Assassinato?
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