“Evolution” é o segundo álbum do Once Human num espaço de tempo de menos de dois anos. O disco chegou ao Brasil ainda em 2017 pela parceria entre os selos earMUSIC e Shinigami Records.
Claro que uma vocalista investindo em vocais guturais e agressivos não é mais novidade, mas o que a belíssima e talentosa Lauren Hart faz neste álbum do Once Human vai matar as saudades dos bons tempos de Angela Gossow.
A associação com o Arch Enemy é impossível de não ser feita, principalmente se pensarmos na fase do magnífico álbum “Wages of Sin” (2001), pois aqui em “Evolution” também temos uma sonoridade agressiva, inteligente, envolvente, moderna, com melodia na medida certa, criatividade em profusão, e um guitarrista experiente e muito acima da média: Logan Mader, que passou pelas bandas Machine Head e Soulfly, e depois se dedicou exclusivamente à produção durante um bom tempo.
Ao lado de Max Karon e Skylar Howren, Mader forma o trio de guitarristas que constrói uma parede de seis cordas pesada, agressiva e, por vezes, melódica, esbanjando inteligência e técnica, mas longe da rifferama virtuosa, criando melodias que interligam as faixas, fato que remete às peças eruditas que também se valem de um fio condutor melódico ao longo dos andamentos, dando fluidez e envolvência impressionantes a este desfile metálico agressivo.
A sustentação e segurança que o baixo estalado e pesado, de Damien Rainaud, e a bateria veloz e precisa, de Dillion Trollope, propiciam devem ser enaltecidas, pois eles são os “carregadores de piano” desta formação, para que os demais possam brilhar enquanto desfilam os arranjos mezzo brutais, mezzo melódicos.
Mas acreditem, sem a contribuição desta escalação na cozinha, muito do poderio desta sonoridade cairia por terra, pois ela é o elemento que cria a homogeneidade da proposta da banda. Confira a faixa “Gravity” (com um groove envolvente, misturado a passagens melancólicas e um brilhante trabalho de guitarras) para entender o que quero dizer.
“Evolution” é o segundo álbum do Once Human num espaço de tempo de menos de dois anos, saindo um pouco dos clichês gastos do Death Metal Melódico, e inserindo vias mais atuais do extremismo metálico, já mostrando uma identidade mais forte, muito por causa da segurança que Lauren passa em seus vocais intensos (que, além de Angela Gossow, traz, também, declaradas influências de Randy Blythe, do Lamb of God), arriscando belas linhas limpas.
Além disso, as letras de Lauren são altamente destacáveis, brilhando ao lado das passagens melancólicas e sombrias das guitarras, tanto nas partes mais melódicas quanto nas brutais, como bem explicitado nas ótimas “Dark Matter” (uma massa sonora brutal construída sobre guitarras) “Paragon” (de vocais muito bem encaixados e instrumental diversificado) e “Killers For The Cure” (com um m belo trabalho de guitarras).
A dinâmica das faixas é impressionante, com um groove altamente técnico e agressivo, mudança de andamentos e passagens modernas, que oxigenam a evolução do pilar principal de brutalidade, como bem mostram as ótimas “Eye of Chaos” (com andamentos quebrados, vocais furiosos contrastando com partes climáticas mais limpas) e “Drain”.
Ao longo da mais de uma década que Mader ficou longe dos palcos, seu trabalho em estúdio listou nomes como Devildriver, Gojira e Five Finger Death Punch, dando-o a plena dimensão de como certos elementos podem tirar o sabor enjoativo do saturado Death Metal Melódico.
E em “Evolution” ele usa-os em doses certeiras: um pouco de Thrash Metal, pinceladas alternativas aqui e acolá, e uma ambientação melancólica, sem abrir mão de ser experimental e ousado em certos momentos.
Esta proposta já vem resumida na ótima, empolgante e pesada faixa de abertura, “Flock of Flesh”, e atinge seu ápice em “Passenger”, última e, quiçá, melhor faixa do álbum, com um trabalho impressionante da banda como um todo.
O que temos neste “Evolution” é um excelente álbum de Heavy Metal moderno, que pode ser descrito em uma única palavra: AUDACIOSO!
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