Lamb of God – Resenha de “Lamb of God” (2020)

 

Lamb of God - Lamb of God (2020)
Lamb of God – “Lamb of God” (2020, Shinigami Records, Nuclear Blast)

por Marcio Machado.

O Lamb of God se firmou há muitos anos como um dos expoentes da safra dos anos 2000 no metal e já sabemos que os seus discos trazem uma descarga de riffs, vocais raivosos e cheio de presença, peso e agressividade.

Cinco anos após o seu último lançamento, a banda retorna com um disco homônimo e trazendo a novidade de um novo membro.

Essa era a prova se Art Cruz assumiria com qualidade o posto deixado por Chris Adler, que sempre se mostrou um baterista cheio de técnica, feeling e grooves.

Pois bem, lançado no Brasil via Shinigami Records, e produzido por Josh Wilbur, que vem rendendo ótimos trabalhos ao lado da banda há um tempo, o disco carimba mais uma pedrada do Lamb of God, tudo que você esperar deles, está entregue no novo trabalho.

“Memento Mori” é a abertura, e que abertura!

Já conhecida do público, é soturna no começo, com Randy Blythe cantando em tons mais limpos e graves, bem melódicos, e seguindo por um dedilhado bastante sinistro.

Logo a música explode em groove e peso com a banda toda e faz isso de forma maravilhosa.

Soando com a pressão de uma rocha, o grupo amadurece a cada lançamento, e traz um puta refrão misturando peso e melodia.

A musicalidade continua impecável, inclusive na bateria que soa pesada e precisa. A ponte é incrível e traz um breakdown ao melhor estilo dos caras, que já dá pique logo na primeira faixa.

Seguindo, “Checkmate” é outra conhecida e vem com uma porrada nervosa logo na introdução.

Os versos são intricados, com uma boa presença do baixo. A metade da faixa ganha uma dose extra de groove e nesses momentos, o Lamb of God reina e sabe muito bem o que está fazendo.

O vocalista Randy Blythe parece um demônio vociferando seus gritos.

A terceira faixa  é “Gears”, que tem uma ótima abertura com guitarra e bateria em perfeita sintonia, e Art brilha por aqui.

Mais uma vez os versos são muito bem executados, com uma quebradeira insana, explodindo em um refrão bastante ágil. Há ainda um solo vibrante, e saquem o trabalho de chimbal logo em seguida. Das melhores do disco!

Com John Campbell mandando ver com seu baixo no início de “Reality Bath”, faixa que segue mais cadenciada por um período, mas logo vira para algo mais denso e encorpado.

Há uma parada climática na metade guiada novamente pelo baixo e logo a porradaria ressurge trazendo todos de volta.

“New Colossal Hate” chega em seguida, abrindo com destaque na bateria e olha o som desses bumbos que coisa maravilhosa de se ouvir.

A ponte é um tanque de guerra sem freio, passando para um compasso mais ágil e agressivo.

Como dito, aqui impressiona a precisão de Art na bateria e vemos que Chris deixou um legado que está sendo honrado, em nada se perdeu na qualidade sonora.

Outro destaque do disco é o “Resurrection Man”. O começo é insano, Mark Morton e Will Adler estão inspirados, o groove e cadencia reinam no andamento e que peso!

Direta, precisa e daquelas obras que mais transpiram a identidade do Lamb of God no todo.

Mas não para aí, a virada na metade é uma loucura e vem como um soco na cara sem perdão, e duvido alguém ficar parado ouvindo essa porrada, e que final foi esse!

Quer mais riff?

Então segura “Poison Dream”, que traz a participação especial de Jamey Jasta, vocalista do Hatebreed.

A ponte dividida por Blythe e o convidado é matadora, seguida de mais um solo muito bem executado e bateria a milhão.

E não acaba por aí as participações, pois “Routes” traz a lenda Chuck Billy do Testament, numa faixa que transpira thrash metal da melhor qualidade e que irá abrir muitas rodas nos shows.

Torço muito para que esse encontro não fique só no estúdio e aconteça ao vivo em alguma ocasião e leve essa pedrada em sua forma completa aos palcos.

Em comparação com as demais, “Bloodshot Eyes” é mais melódica. Traz vocais limpos em sua introdução e segue com mudanças nas linhas vocais, o que é sempre interessante de ver a banda fazendo, sem perder sua identidade e muito menos a sua grande qualidade.

Há ótimas linhas do baixo nessa música e viradas de bateria no timing certo.

Fechando o trabalho “On The Hook”, que invoca a porrada “Set to Fail” (de “Wrath”, disco de 2009) em seu começo, mas logo ganha vida própria e soa como o encerramento certeiro.

Ela traz passagens absurdas com direito à blast beats, guitarras fuzilando os ouvidos sem perdão e vocais rasgados e destruidores. Os últimos 30 segundos dessa música são simplesmente uma loucura, tradução de serem fodas!

O Lamb of God faz mais uma vez um ótimo trabalho.

Não que isso seja surpresa, pois sabemos que os músicos, a banda, é a marca registrada de qualidade dentro do metal atual e já colocou seu nome entre os grandes da cena.

Eles só reafirmam o que sempre foram desde o seu surgimento: uma banda que sabia o que queria fazer, sempre levou a sério seu trabalho, colheu seus frutos e hoje nos proporciona mais um ótimo disco!

A prova esta aqui e valeu a pena a espera desses cinco anos.

FAIXAS:

01. Memento Mori
02. Checkmate
03. Gears
04. Reality Bath
05. New Colossal Hate
06. Resurrection Man
07. Poison Dream (feat. Jamey Jasta)
08. Routes (feat. Chuck Billy)
09. Bloodshot Eyes
10. On The Hook

FORMAÇÃO:

Randy Blythe: Vocal
Mark Morton: Guitarra
Will Adler: Guitarra
John Campbell: Baixo
Art Cruz: Bateria

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