O shoegaze é um estilo de música desdobrado do rock alternativo, mesclando características do noise rock, do ethereal wave, dream Pop e noise Pop, Neo-Psychedelia e do gothic rock, surgido nas Ilhas Britânicas no final dos anos 1980 e início dos anos 1990.
O som típico do shoegaze é baseado em guitarras distorcidas em texturas cheias de zumbido ou feedback, sendo que a banda se esforça para criar uma atmosfera de ‘wall of sound’ que tenha uma abordagem barulhenta e distorcida, mas também onírico, febril e entorpecido.
Embora existam vocais e melodias, eles estão subordinados à sensação predominante da música e se afundam na massa sonora.
Quando Surgiu o Shoegaze?
A convenção entre os especialistas é que o shoegaze se inicia com o clássico primeiro disco da banda The Jesus and Mary Chain, intitulado “Psychocandy” (1985).
Na época a banda era mais uma listada entre os destaques da cena pos-punk dos anos 1980, mas esse termo não refletia o pop barulhento misturado ao rock experimental que estava impresso naquele disco cheio de microfonia, profundidade e tristeza, e que foi rechaçado por grande parte da mídia especializada.
Talvez o grande momento do shoegaze se deu com o clássico “Loveless” (1991), terceiro disco do My Bloody Valentine, um disco recheado de melodias sombrias, peso, guitarras distorcidas, vozes ora gritadas, ora sussurradas… Um lugar onde o barulho e o silêncio convivem harmoniosamente.
Nesta época, entre 1988 e 1996, o shoegaze vivia sua era de ouro liderado por bandas como Ride, Slowdive, Chapterhouse, Swervedriver, Lush, Medicine, além do My Bloody Valentine, Cocteau Twins e The Jesus and Mary Chain.
A Era Shoegazer
Esta principal era do movimento shoegaze, entre 1988 e 1995, foi retratada no documentário “Beautiful Noise, no Brasil conhecido como “A Era Shoegazer”.
Lançado em 2014 e escrito e dirigido por Eric Green, o filme documenta três bandas de rock – Cocteau Twins, The Jesus and Mary Chain e My Bloody Valentine – e sua influência no shoegazing e outros gêneros de rock alternativo, apresentando trechos de mais de 50 entrevistas com bandas e artistas, bem como filmagens de arquivo e videoclipes.
O filme explora como estas três bandas inspiraram outros artistas do shoegaze, como Ride , Slowdive, Chapterhouse, Lush, A Place to Bury Strangers , Wild Nothing e M83; e de outros fora dele como The Flaming Lips, Nine Inch Nails, e The Smashing Pumpkins.
O Declínio e a Renovação do Shoegaze
O movimento perdeu força com a chegada do britpop, mas também por causa das críticas mistas da imprensa especializada e um próprio desinteresse das bandas proeminentes que redirecionaram a sonoridade.
Mesmo assim, o shoegaze se mostra ainda muito influente no vasto universo indie e, em geral, tem havido algum tipo de revival desde meados dos anos 2000, com o subgêneros como o nu-gaze e o blackgaze (Deadly Carnage e Alcest, que mostram como o estilo permeia a música alternativa moderna).
O termo nu-gaze às vezes é usado para categorizar bandas mais recentes, como os Silversun Pickups, cujo estilo é semelhante ou fortemente influenciado pelos shoegazers originais.
As Características Principais do Shoegaze
Apesar de não existir um consenso sobre quais as fronteiras do shoegaze, sendo que muitas são as dúvidas de como se toca shoegaze, as suas características fundamentais são:
- a parede de guitarras fuzzeadas; O fuzz das guitarras do shoegaze é a assinatura principal do estilo desenvolvida com inúmeros pedais de efeito;
- muito reverb;
- tirar a ênfase dos vocais, muitas vezes tratando a voz humana apenas como mais um instrumento numa massa sonora carregada de texturas.
Basicamente, as bandas que se dedicam ao shoegaze tocam uma forma de música pop, tocadas alto com muitos efeitos, afinações atípicas e um pouco de tremolo.
O ruído extremo que caracteriza o shoegaze elimina a possibilidade de socialização enquanto a música está tocando, deixando cada membro da plateia sozinho com seus pensamentos.
Até por isso, muitos adeptos dizem que o shoegaze é música para sonhar!
O Significado do Termo Shoegaze
O termo, como quase todos que batizam estilos musicais, surgiu de forma pejorativa, sendo até rejeitado por várias bandas do gênero por considerarem ele depreciativo; mas o rótulo já havia sido disseminado na falta de uma referência melhor.
A imprensa musical britânica cunhou o termo shoegazing para descrever a presença de palco relativamente estática dessas bandas, que frequentemente estavam mais focadas em criar uma “parede sonora” específica do que fazer um show de rock.
O termo shoegaze também pode ter sido criado para refletir o uso extensivo de pedais de efeitos de guitarra, que exigiam olhar para o chão.
As Principais Bandas de Shoegaze e seus Discos Essenciais
Dentre os principais nomes do shoegaze estão (ao lado o disco essenciais para o gênero de cada uma delas):
- The Jesus and Mary Chain ( “Psychocandy” [1985];
- The Telescopes ( “Taste” [1989]);
- Pale Saints ( “The Comforts of Madness” [1990])
- Kitchens of Distinction ( “Strange Free World” [1990])
- Chapterhouse ( “Whirlpool” [1991])
- Mercury Rev ( “Yerself Is Steam” [1991])
- Swervedriver ( “Raise” [1991] e “Mezcal Head” [1993])
- My Bloody Valentine ( “Isn’t Anything” [1988] e “Loveless” [1991]);
- Ride ( “Going Blank Again” [1992] e “Nowhere” [1990])
- Curve ( “Doppelgänger” [1992])
- Lilys ( “In the Presence of Nothing” [1992])
- Catherine Wheel ( “Ferment” [1993])
- Medicine ( “Shot Forth Self Living” [1992])
- Pale Saints ( “In Ribbons” [1992])
- Curve ( “Pubic Fruit” [1992])
- Lush ( “Gala” [1990] e “Spooky” [1992])
- Drop Nineteens ( “Delaware” [1992])
- Adorable ( “Against Perfection” [1993])
- Swirlies ( “Blonder Tongue Audio Baton” [1993])
- The Boo Radleys ( “Giant Steps” [1993])
- Catherine Wheel ( “Chrome” [1993])
- Seefeel ( “Quique” [1993])
- Lovesliescrushing ( “Bloweyelashwish” [1994]);
- The Veldt ( “Afrodisiac” [1994])
- Flying Saucer Attack ( “Further” [1994])
- Starflyer 59 ( “Gold” [1995])
- Bowery Electric ( “Bowery Electric” [1995])
- The Brian Jonestown Massacre ( “Methodrone” [1995])
- Slowdive ( “Just for a Day” [1990], “Souvlaki” [1993], “Pygmalion” [1995])
- Bardo Pond ( “Amanita” [1996])
- Windy & Carl ( “Antarctica (The Bliss Out, Vol. 2)” [1997])
- Ulrich Schnauss ( “A Strangely Isolated Place” [2003])
- M83 ( “Dead Cities, Red Seas & Lost Ghosts” [2003])
- Autolux ( “Future Perfect” [2004])
- Jesu ( “Jesu” [2004])
- Asobi Seksu ( “Citrus” [2006])
- A Place to Bury Strangers ( “A Place to Bury Strangers” [2007])
- Alcest ( “Souvenirs D’un Autre Monde” [2007])
- Blonde Redhead ( “23” [2007])
- A Sunny Day in Glasgow ( “Ashes Grammar” [2009])
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Parabéns pelo post a seleção de bandas influentes está enorme várias novidades, vou pesquisar.