“Eternal Flame” é o segundo álbum de estúdio do Northtale, um supergrupo norte-americano de power metal formado no final de 2017 por músico vinculados a nomes como Trans-Siberian Orchestra, Doro Pesch, Circle II Circle, Twilight Force e Yngwie Malmsteen. O disco foi lançado em 2021 e chega ao Brasil pela parceria entre os selos Nuclear Blast e Shinigami Records.
O primeiro disco do Northtale, “Welcome to Paradise”, lançado em 2019, não deixou dúvidas de qual a proposta musical da banda: praticar o speed/power metal tipicamente noventista com toda a virtuose e clichês a que tiverem direito. Ou seja, um exercício de equilíbrio de técnica e feeling sobre camadas de peso e velocidade, com dedicada atenção à dinâmica.
Basicamente o Northtale fundiu o Helloween dos anos 1980 com Gamma Ray, Hammerfall e (principalmente) Stratovarius da década seguinte e deram um banho de modernidade. Mesmo com várias partes alicerçadas pelo heavy metal cássico de Judas Priest e Iron Maiden, as referências ao Stratovarius e ao Angra são nítida nas bases, nos solos e na sonoridade dos teclados.
Agora, eles reafirmam todas estas características em “Eternal Flame”, segundo disco que chega dois anos depois do debut. A primeira diferença entre os discos é que agora os aspectos orquestrais estão melhor definidos e intensos. O segundo detalhe a ser observado é a bem-vinda troca de vocalista.
Lembro que a voz de Christian Eriksson me incomodou muito quando ouvi “Welcome to Paradise”, sendo um dos pontos negativos daquele primeiro disco, pois suas linhas vocais brilhavam mais pelo seu timbre incomodamente agudo do que pelo desenho melódico que faziam.
Para seu lugar veio o vocalista paulista Guilherme Hirose e a sensação de que as coisas foram colocadas no lugar com seu vocal forte (ainda agudos, mas melhor modulados) e marcante já chega na primeira faixa, “Only Human”, mas principalmente em “Wings of Salvation” (típico épico speed/prog/power metal à moda Stratovarius) e “Future Calls” (essa com participação de Kai Hansen e inclusive lembrando um pouco o clássico “Ride The Sky”, do Helloween) os dois destaques da primeira metade do repertório.
Talvez a mudança de vocalista seja a única diferença substancial entre “Eternal Flame” e o disco anterior, sendo que este fato compensa o efeito do ineditismo que podia aumentar a boa impressão criada pelo debut numa comparação entre os dois trabalhos. Isso porque a essência musical do power metal melódico de altíssimo nível técnico ainda é o que manda na musicalidade do Northtale, que além de Hudson e Hirose, traz na formação o baterista Patrick Johansson (Yngwie Malmsteen / W.A.S.P.), o baixista Mikael Planefeldt e o tecladista Jimmy Pitts.
Seguindo pelo repertório, ainda posso destacar “Nature’s Revenge” (outra com a essência épico/progressiva do Stratovarius), “The Land Of Mystic Rites” (bebendo diretamente da fonte de brasilidades que o Angra explorou em “Holy Land”) e a própria “Eternal Flame” (com ótimas linhas de baixo) como bons momentos da proposta musical do Northtale e provas de que este segundo trabalho está um degrau acima que seu predecessor em termos de criatividade e feeling. Além destas, temos um interessante cover de “Judas Be My Guide”, do Iron Maiden, com os vocais de Jonas Heidgert, do Dragonland, que não compromete o resultado final, mas acrescenta pouco ao trabalho como um todo, pois soa deslocada no repertório.
A produção também parece melhor em “Eternal Flame”. Um fato interessante é que as gravações ocorreram com os músicos separados em consequência da pandemia, usando o inovador software Audio Movers que permitiu a transmissão do áudio, nota por nota, em tempo real sob a supervisão do renomado produtor Dennis Ward (Pink Cream 69, Unisonic) à partir de seu estúdio na Alemanha.
Se você era aquele devoto dos cânones do power metal melódico nos anos 1990, que usava sua camiseta preta com estampa no peito do “Holy Land”, do Angra, ou “Keepers of the Seven Keys”, do Helloween, lia “O Senhor dos Anéis” ouvindo Blind Guardian e se lembra com saudade de quando Timo Tolkki liderava o Stratovarius com genialidade e não loucura, então “Eternal Flame” é o disco feito pelo Northtale sob medida para você.
Leia Mais:
- Northtale – “Welcome to Paradise” (2019) | Resenha
- Helloween – “United Alive In Madrid” (2019) | Resenha
- Gamma Ray – “Insanity and Genius” (1993) | Resenha
- Stratovarius – “Destiny” (1998) | Você Devia Ouvir Isto
- Angra – “Holy Land” | Você Devia Ouvir Isto
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