Nathaniel Rateliff & The Night Sweats – Resenha de “Self Titled” (2015)

 
Nathaniel Rateliff & The Night Sweats
Nathaniel Rateliff & The Night Sweats, “Self Titled” (2015, Bottleneck Music, Concord Music Group, Stax Records) NOTA:10,0

Aos primeiros acordes de “I Never Get Old”, faixa de abertura, você saberá que vem coisa boa neste debut do Nathaniel Rateliff & The Night Sweats, afinal, o tempero sessentista de quando o Rock/Pop ainda tinha muito de Blues diluído em seus riffs, ou contornos de Country em suas linhas vocais (aqui ainda mais marcados pelo sotaque de Nathaniel), ou ainda se misturava aos naipes de metais do Soul/R&B, é forte, mas sem perder a medida, até a deliciosa balada “Melow Out”, que fecha o trabalho.

Ou seja, é Power Pop/Rock classudo, com pegada vintage e muita alma (entenda Soul Music)! “Howling At Nothing”, “I’ve Been Failing” e “Thank You” (mais crua) são faixas que trarão saudade de um tempo que você possivelmente nunca viveu, mas que se recorda saudosamente das timbragens honestas das guitarras, das baterias marcadas, com linhas que podem ser acompanhadas batendo palmas e das linhas de baixo proeminentes.

Em contrapartida, “Trying So Hard Not To Know” e “Shake” são puro Rock N’ Roll, ora mais pungente, ora mais lascivo, com aroma de The Animals, The Kinks, The Turtles, Three Dog Night e Tommy James And The Shondells, ou seja, quase uma viagem no tempo com suas linhas vocais fortes e imperativas, ou sinuosas e envolventes.

Por falar nisso, os vocais de Nathaniel Rateliff são um destaque à parte, conseguindo transitar da malícia soul de Otis Redding (como em “I’d Been Waiting”) e Mavin Gaye à rusticidade imperativa de Eric Burdon, inclusive cruzando as duas abordagens, como na lasciva e tribal “S.O.B.” e na marcada “Look It Here”.

Já o country/rock “Wasting Time” te darão a certeza de que prestam um tributo à música norte-americana do passado, em todas as suas multifaces, sendo capazes de invocar espíritos tradicionais a bandas como America, The Byrds, Eagles, Crosby, Stills & Nash e Nitty Gritty Dirty Band.

São muitas referências neste primeiro álbum do Nathaniel Rateliff & The Night Sweats, muito bem coladas à identidade da banda, num diálogo musical semelhante a uma conversa entre gerações distintas, mas ligadas pela hereditariedade.

Se você gosta de ouvir as playlists de sucessos sessentistas até cansar o ouvido, não deixe passar este trabalho batido. É uma baita preciosidade!

Tente não se apaixonar por “Howling At Nothing”, faixa do clipe abaixo…[youtube https://www.youtube.com/watch?v=AzqmVa6n-es&w=853&h=480]

 

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