Michael Schenker Group – “Immortal” (2021) | Resenha

 

O incansável guitar hero Michael Schenker retorna ao seu histórico MSG, com o álbum “Immortal”, após os dois discos excelentes com o Michael Schenker Fest.

Fundado em 1979, após a saída do guitarrista da banda UFO, o Michael Schenker Group, conhecido como MSG, marcou época no hard rock com discos clássicos como o auto-intitulado de 1980 e “Assault Attack” de 1982.

Michael Schenker Group MSG - Immortal (2021, Shinigami)

O MSG é apenas uma extensão do trabalho deste guitarrista que foi um prodígio de sua geração quando surgiu no Scorpions ao lado de seu irmão Rudolf, sendo influência declarada de grandes nomes da guitarra como Kirk Hammett, Randy Rhoads, Dimebag Darrell, e Richie Faulkner.

Na verdade, é muito fácil se perder na teia de projetos e lançamentos de Michael Schenker após sua saída do UFO, principalmente quando a sigla MSG pode se referir tanto o Michael Schenker Group quanto ao McAuley Schenker Group.

“Immortal” chega para fazer ainda mais justiça a esse legado, comemorando suas cinco décadas como músico, ao mesmo tempo que traz aquela vibe de “celebração entre amigos” do Michael Schenker Fest.

Começando pelos vocais, ele trouxe simplesmente Ronnie Romero (um dos mais talentosos da atualidade), Ralf Scheepers (a voz do metal clássico no Primal Fear), Joe Lynn Turner e Michael Voss (que produziu esse e os dois discos antecessores do Michael Schenker Fest ao lado do próprio guitarrista).

A lista de músicos cresce com o baixista Barry Sparks (Dokken), os tecladistas Steve Mann e Derek Sherinian, além dos bateristas Bodo Schopf, Simon Phillips (ex-Toto) e Brian Tichy (ex-Whitesnake).

O tom de celebração é amplificado nas composições do disco, especialmente “In Search Of The Peace Of Mind”, uma regravação de uma música que Schenker compôs quando tinha apenas 15 anos de idade, e que traz toda a classe melódica e dramática do blues que o rock setentista emprestava.

Em resumo, o que ouvimos nessas composições são riffs empolgantes e memoráveis, solos melódicos de bom gosto e vocais cativantes, dispostos numa estrutura criada por quem alimenta uma profunda paixão pelo hard rock e pelo classic rock.

Afinal, “Immortal” é um disco criado por quem estava lá, na era de ouro, ajudando a construir e solidificar esses gêneros musicais como uma lenda.

Até por isso, tudo o que ouvimos por aqui é 100% rock n’ roll, sem derramamentos progressivos ou modernidades estéreis desde a abertura veloz e explosiva com “Drilled to Kill” (com vocais de Ralf Scheepers e solo de teclado de Derek Sherenian).

Pra mim, “Immortal” é um disco envolvente, com a vibe dos clássicos da era de ouro do hard/classic rock, e desenvolve ótimas composições que fazem dele o melhor disco do Michael Schenker Group desde “Built to Destroy” (1983).

O que me faz pensar isso?

Faixas como “Don’t Die on Me Now” (com os vocais de Joe Lynn Turner e guitarras densas), “Knight of the Dead” e Sail the Darkness” (dois heavy rock’s à moda Rainbow com show de Ronnie Romero), “Devil’s Daughter” (com a marca do peso, melodia e agressividade do Judas Priest), “The Queen of Thorns and Roses” (lembrando bastante a malícia oitentista crua do Motley Crue) e a já citada “In Search Of The Peace Of Mind”.

Aproveite que esse disco saiu no Brasil via Shinigami Records e vá atrás, pois se você gosta de rock ‘n roll não dá pra ignorar esse lançamento!

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